Bônus

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O Primeiro Cliente de Verônica

Minha mãe teve uma piora significativa.
Ela foi diagnosticada com Alzheimer há alguns anos. A falta de dinheiro nos deixou numa
situação difícil. Meu pai faleceu e nos deixou a dívida da casa. Apesar de estarem há anos
separados, ele pagava uma boa pensão pra minha mãe e para mim.
Infelizmente, tive que trancar a matrícula na faculdade e depois de alguns meses, aceitei a
proposta de uma moça que conheci na festa do campus. Sônia. Ela é uma acompanhante de
Luxo. Me contou como era a sua vida e seus ganhos.
Me interessei pelo dinheiro. O que ganhava como secretária após sair da faculdade, mal dava
para pagar as contas.
Minha mãe precisava de cuidados médicos 24hrs pois havia entrado no estágio final da
doença. Eu não poderia oferecer isso a ela ganhando mil reais e passando o dia todo fora
trabalhando. Então, decidi aceitar a proposta...
Chego ao hotel que Sônia me indicou. É grande e luxuoso. Não havia contado o detalhe a ela
de que era virgem. Eu precisava desse emprego e se ela soubesse da minha inexperiência, não
me contrataria.
Vou até a recepção e pergunto por Charles Heart. A recepcionista me entrega um cartão e
uma chave para uma suíte número 311.
Caminho até o elevador. Estou nervosa. Nervosa num nível altíssimo. “Como será esse
homem?”
O elevador para no andar e saio lentamente. Meu primeiro instinto foi desistir. Mas eu não
poderia me dar a esse luxo. Quando estou de frente para a suíte, coloco a chave e giro a
maçaneta.
O que vejo me deixa boquiaberta. Uma sala enorme e elegante. Uma bela decoração de luxo.
Quem quer que seja esse homem, ele tem bom gosto e dinheiro.
Fecho a porta e ando lentamente para conhecer os outros ambientes.
O banheiro é branco e amplo. Uma enorme banheira me deixou eufórica. Sempre tive
vontade de tomar um banho numa banheira dessas.
Saio do banheiro e entro no quarto. Fico longos minutos observando tudo com curiosidade. Não
era um quarto comum. Isso me deu medo.
Havia uma enorme cama no centro do quarto com lençóis de seda vermelha. A cabeceira da
cama era de ferro. Nas duas extremidades, havia algo pendurado. Me aproximei e percebi que
eram algemas de couro. Mas, o que me deixou intrigada, eram as enormes correntes que vinham do teto até o chão. Uma ao lado da outra num espaço de mais ou menos um metro uma da outra.
Toquei as correntes confusa.
Na parede em frente da cama, havia duas madeiras brilhantes que se cruzavam em forma de
um “X”. Em cada extremidade, havia um gancho.
Tirei meu casaco e depositei em cima da cama.
Segui até um móvel preto que havia perto da janela. Nas gavetas, alguns objetos estranhos.
Vibradores, alguns aparelhos estranhos que não soube identificar, camisinhas, chicote e...
— Senhorita Sandler – ouço uma voz grossa e dou um pulo de susto. Fecho a gaveta
rapidamente e me desculpo pela intromissão. Ele sorri. Lindo. Lindo. Lindo. Acho que fico com
uma expressão de abobalhada, pois, ele me olha achando graça.
— Desculpe. Verônica Sandler – digo aproximando-me dele.
— Sônia não economizou nos elogios. Você realmente é linda – ele diz tirando seu paletó e
afrouxando a gravata.
Seu cabelo bagunçado e seus olhos cor âmbar me deixam desnorteada. Minha inquietação só
piora quando ele arranca a camisa. Seu peito másculo extremamente forte, é de causar inveja.
— Bebe alguma coisa? – ele diz desafivelando o cinto de sua calça. Automaticamente, viro-
me de costas. — Senhorita Sandler? Algum problema?
— Desculpe – digo sem jeito. — Não esperava que fosse se trocar na minha frente.
Ele sorri vindo em minha direção somente de boxer branca. Eu podia sentir meu corpo
tremer.
— Vou tomar um banho. Quando sair, quero que esteja nua e de joelhos ao pé da cama –
sussurrou em meu ouvido.
Nua e de joelhos?
Olhei para ele sem compreender.
— Tudo bem, querida?
— Sim – respondi.
Ele puxa meus cabelos me fazendo olhá-lo. Sua expressão escurece.
— Não está se esquecendo de nada, Srta. Sandler? – ele rosna.
— Desculpe-me?
Esse cara é doido? Seu olhar me deixa assustada.
— Quando eu falar com você, Srta. Sandler, dirija-se a mim somente como seu senhor. Está
entendida?
O quê? Eu ouvi bem?
— Entendeu? – ele diz puxando ainda mais meus cabelos me machucando.
— Sim, Senhor Charles – digo e ele me solta.
— Será punida por isso, querida – ele tem um brilho divertido e malicioso no olhar.
O maluco se vira e entra no banheiro. Faço exatamente o que me pede. Tiro toda a minha
roupa e me ajoelho próximo a cama.
Isso é ridículo e humilhante.
Quando ele entra no quarto, se enfurece.
— Disse que a queria de joelhos – diz furioso.
Ele aparece no quarto apenas de calça de moletom preta.
— E-eu estou – gaguejo. Afinal, o que ele queria?
— Quantos donos já teve? Nenhum dos seus senhores lhe ensinou como se ajoelhar diante
eles? – ele diz puxando meus braços e me levantando.
O quê? Esse cara bebeu? Usou drogas?
Ele se irrita ainda mais quando não o respondo.
— Quantos anos têm? – ele pergunta pegando em meu maxilar e levantando meu rosto.
— Vinte.
— E há quanto tempo é submissa? – ele me analisa.
Que porra de submissa?
— Eu não sou isso que o senhor está falando. Não sei o que significa – sussurro. Sinto meu
rosto corar diante dos olhos curiosos dele.
— Quantos homens já teve? – pergunta tocando meus seios.
— Nenhum – digo com a voz trêmula.
Ele para subitamente e me olha como se eu fosse um E.T.
— Você é virgem? – ele diz parecendo mais apavorado do que eu.
— Sou.
No mesmo instante, ele se afasta e pega seu celular. Está ligando para alguém.
— Sônia! Sou eu Charles – ele diz com um tom acima do normal. — Que porra que estava
pensando quando me trouxe uma virgem? Você é louca? Sabe do que eu gosto... — Não tenho
tempo para treinar ninguém, Sônia... Você deveria ter perguntado... Claro que gostei, ela é linda.
Mas não deixa de ser inadequada para mim... Tudo bem. Irei dispensá-la.
Não. Não posso ser dispensada. Eu preciso desse dinheiro.
— Por favor, senhor Charles – sussurrei. — Eu posso aprender o que quer que seja.
Ele me olhou e sorriu.
— Não, querida. Não pode. Coloque sua roupa. Vou levá-la para casa.
Eu me desespero.
— Eu posso aprender – digo com a voz firme.
Ele se aproximou de mim e disse olhando em meus olhos:
— Vai por mim quando digo que não pode. Tem ideia do que quero fazer com você? Quero
que se submeta a mim. Quero te amarrar naquela cama e vendá-la. Quero foder você de todas
as maneiras inimagináveis. Quero bater em você até ver minhas marcas por todo seu corpo.
Quero colocar uma coleira em você e te arrastar te chamando de minha cadelinha. Quero fazer
isso e muitas outras coisas, Verônica. E para tudo isso, precisamos de treinamento, disciplina.
Você não é uma submissa e eu não sou um cara muito paciente.
Quando ele terminou de falar, senti o tamanho do meu medo. Mas, eu precisava daquele
dinheiro.
— Por que quer me bater? Não podemos simplesmente transar e pronto?
— Não faço baunilha – ele contrapõe. — Ou seja, sexo tradicional. Não espero que entenda,
já que não sabe nem o que é um orgasmo.
Fico sem jeito com suas palavras.
Charles me olha. Me olha e me olha.
— Tudo bem. Acho que podemos tentar. Mas antes, precisamos conversar. Venha – ele diz
estendendo-me sua mão.
Charles me leva para a sala e sentamos no grande sofá branco.
— Sabe por que está aqui? – ele pergunta tocando meus cabelos. — Você é muito bonita.
— Sônia me disse que estava procurando uma mulher para acompanhá-lo.
— Não. Estou querendo uma submissa. Tive problemas de incompatibilidade com a última.
Agora preciso de outra.
— Entendo.
— Não tenho tempo para ensiná-la. Terá que aprender na prática. Você conhece sobre
BDSM?
— Não – digo honestamente.
Ele suspira e fecha os olhos.
— Como disse, não tenho tempo para ensiná-la – ele bufou.
— Tudo bem – respondo.
— Você terá que confiar em mim. Tudo bem?
— Sim.
— Tudo bem se eu bater em você ou amarrá-la? – ele me olha de forma estranha.
— Vai me machucar?
— Não. Não vou machucá-la. Você pode usar uma palavra de segurança quando quiser parar
ou se não estiver suportando a dor. É só escolher uma palavra. Quando quiser parar, só dizê-la
que eu paro.
— Entendi.
— Hoje pegarei leve com você.
Charles pegou em minha mão levando-me para o quarto.
— Ajoelhe-se – ele deu o primeiro comando.
Fiz como me pediu.
— Agora sente-se sobre suas penas. Isso, boa menina.
Charles se afasta e quando volta, coloca algo em volta do meu pescoço. É uma fivela grossa e
preta. Após, pega meus pulsos e faz a mesma coisa.
— Agora levante-se – seu tom é frio.
Charles coloca as mesmas fivelas em torno de meus tornozelos. Quando termina, segura
minhas mãos e me leva até as correntes no meio do quarto.
— Vou prendê-la aqui.
Ele pega meus pulsos e com pequenos cadeados, passa pelas argolas e trava na corrente. Ele
faz isso com minhas duas mãos e meus dois tornozelos de forma que fique imóvel e totalmente
exposta.
Charles se afasta e volta com um pedaço de tecido preto.
— Vou vendá-la apenas – ele explica.
Faço que sim com a cabeça.
Estou exposta a um homem desconhecido sem poder vê-lo.
Ele se aproxima de meus ouvidos e diz:
— Vou tocar você – ele diz e passa sua mão por cima do meu sexo.
Eu não me movo. Nem se eu quisesse. Estou bem presa e isso começa a me causar pânico.
— Sinta isso – ele diz e sinto algo tocar em minha barriga. — Isso é uma palmatória. Vou bater
nesse seu belo traseiro e você vai contar seis golpes. Entendeu?
— Sim – digo. Subitamente, sinto o primeiro golpe e dou um grito.
— Sim o quê, senhorita Sandler?
— Sim, senhor Charles - digo prontamente.
— Boa menina – ele diz e posso sentir que sorri.
Ele começa a desferir os golpes e eu faço o que me pediu. Conto um por um.
Quando termina, ele tira minha venda. Me olha profundamente em meus olhos e sorri.
— Agora vou experimentar você – ele sussurra.
Charles acaricia meus seios contemplando-os com seus olhos brilhando em excitação.
Quando sua boca os invade, ele os suga com vontade. Ele morde meus mamilos com força e
passa a língua vagarosamente após sua mordida dolorosa.
Uma de suas mãos caem até meu sexo e toca meu clitóris. Com seus dedos, ele faz
movimento circulares e solta um pequeno gemido.
— Você é muito gostosa – ele sussurra. — Quero me enterrar em você e foder essa sua
bocetinha linda – ele diz e puxa meus cabelos para que o olhe nos olhos. — Vai me deixar foder
essa sua bocetinha, senhorita Sandler?
— Sim. Sim senhor – digo.
— Boa menina – ele diz e para seus ataques em meu sexo.
Charles desaparece e volta segundos depois. Uma música instrumental começa a tocar e ele
prende algo em meus seios. Explica que são grampos de mamilos. Isso dói. Mas, é uma dor
suportável.
Depois de mais alguns golpes, Charles resolve retirar os grampos e me soltar.
Charles me tira das correntes e me leva para a cama no colo. Meus pulsos e tornozelos, ainda
estão com as fivelas.
— Quero que abra suas pernas, querida. Quero foder essa sua boceta com minha língua – ele
diz.
Abro minhas pernas e Charles se enfia no meio delas.
— Coloque as mãos acima da cabeça.
Obedeço ao seu comando.
Quando Charles toca meu sexo com sua língua, algo em mim desperta. Não sei bem dizer o
quê. Me sinto suja.
— Você tem uma boceta maravilhosa, querida.
Fecho os olhos e uma lágrima cai isolada.
Charles se afasta e volta com um chicote e um pequeno metal em sua mão.
— Eu quero foder você, mas, quero foder sua boceta e essa sua bunda linda ao mesmo tempo.
Se for uma boa menina, deixo você sem as amarras da próxima vez. Deixo você me tocar.
Entendeu?
— Sim senhor – respondo com medo. O que ele irá fazer?
— Fique de quatro para mim querida. Segure nas laterais da cama, vou prendê-la.
Obedeci e assim ele fez.
Charles bateu com sua mão em minha bunda fazendo o som ecoar pelo quarto. Aquilo ardeu.
— Quero que escolha uma palavra de segurança, Srta. Sandler. Se achar que é demais para
você, quero que a use.
— Sim senhor – digo. Estava tão assustada que me tornei monossílaba. Não sabia se poderia
falar e nem o que falar.
— Então diga.
— Borboleta – digo parecendo idiota. Não sei por que falar uma palavra. Será que ele não
sabe o que significa pare?
— Tudo bem. Se precisar usar, quero que a use. — Vou enfiar isso em seu traseiro, é um plug
anal – ele diz me mostrando o pequeno metal. — Eu nunca estive com uma virgem antes. Como
disse, não sou muito paciente. Se caso machucá-la, quero que me diga.
— Sim senhor – digo já de saco cheio dessa palhaçada de senhor pra lá, senhor pra cá.
Charles rasga o envelope e introduz seu pau em meu sexo lentamente. Ele introduz o plug em
meu ânus ao mesmo tempo em que me penetra. A sensação é dolorosa.
— Isso querida. Relaxe – ele sussurra.
Quando estou totalmente preenchida por ele, Charles começa numa estocada dura e forte. Sua
mão chega em meus cabelos e os enrola em seu punho puxando-me para ele.
Conforme ele me penetra duro, tenho vontade de chorar. Ele introduz e tira o plug fazendo o
movimento de vai e vem.
— Sua boceta é tão gostosa – ele rosna. — Apertada. Nossa! Como ela aperta meu pau,
querida. Está gostando? Diga-me minha pequena.
— Sim senhor – digo mas a verdade é que não sinto nada além de repulsa.
— Charles não é delicado. Ele tem uma força enorme e me penetra sem dó.
Quando chega no seu ápice e goza, sinto-me aliviada. Mas, minha felicidade de estar longe de
seu toque, foi preenchida por pânico assim que ele me deu a primeira chicotada.
— Quero ver esse traseiro vermelho, querida – ele diz dando-me mais alguns golpes fortes.
Certamente, ficarei com marcas por dias. Eu precisava daquele dinheiro. Sonia me disse que ele
era muito rico. Não podia perder a chance.
A cada golpe que ele me dava, ele gemia. Brincava com meu clitóris e me deu a permissão
para gozar.
Até agora não entendi o porquê dele sentir prazer em me bater. A menos que fosse um doente
pervertido. Eu jamais gozaria desse jeito.
Não contei os golpes dessa vez. Mas foram muitos. Podia sentir meu traseiro queimar. Ele não
parava e, quando parou, introduziu seu membro com força em meu traseiro me fazendo gritar.
Ele não foi carinhoso. Sempre imaginei minha primeira vez com alguém que eu amasse. Um
homem gentil, amoroso... E a experiência dessa primeira vez, eu gostaria de apagar da memória.
Quando ele terminou, soltou os cadeados que me prendiam na cabeceira da cama. Charles me
olhou e sorriu.
— Você foi perfeita, linda.
Ele se afastou e voltou uns cinco minutos depois.
— Vamos. Vou te dar um banho – disse pegando-me no colo.
Quando chegamos no banheiro, Charles me colocou dentro da banheira.
— Você foi perfeita – ele disse mais uma vez. Quero que seja minha submissa. Mudei de
ideia. Posso treinar você para que fique ao meu gosto.
Eu assenti.
— Faremos um contrato – ele diz entrando na banheira comigo. — No contrato estará tudo
explicado o que faremos e o que não faremos.
— É mesmo necessário? – pergunto achando essa ideia absurda.
— Sim. Não teremos contrato de exclusividade. Gosto de variar. Portanto, poderá ter outros
homens. — O que você não faz? Tem alguma restrição?
— Só não beijo na boca – digo e ele franze a testa.
— Como?
— Sônia me disse para não beijar nenhum cliente. É íntimo demais.
— Cliente?
— Sim.
— Como assim cliente? – ele se espanta. Ele é doido ou é surdo?
— Sou uma acompanhante – digo e ele parece surpreso.
— Uma puta? Virgem? Tá de brincadeira?
— Agora não sou mais – respondo astutamente.
— Não quero que tenha clientes – ele rosna. — Posso pagar por você – ele diz passando as
mãos em meu rosto. E cuidar de você. Esse é meu dever como seu dono. Se aceitar, claro. Mas,
se quiser outros homens, terá que ser apenas os que eu aprovar.
Ele me olha e digo:
— Eu aceito.
— Aceita?
— Sim. A segunda opção. Não quero me prender a ninguém.
— Ainda sim, assinará um contrato como minha submissa – ele sorri.
— Tudo bem.
Quando terminamos o banho, ele me olha e diz:
— Estou te esperando no quarto. Ainda não terminei com você.
Como? Como assim não terminou?
Charles saiu do banheiro e eu fiquei ali, inerte. Eu mal conseguia me mexer. Havia marcas e
vergões em minha bunda e estava dolorida. Como iria suportar mais?
Eu me sentia suja, humilhada...Uma sensação estranha.
Me encolhi na banheira e chorei.
Eu sei que vou me arrepender disso mais tarde. Mas por hora, essa é minha única alternativa.
A única.

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