Assim que entrei no banheiro desabei no chão e comecei a chorar. Meu corpo todo doía. Por
que ele tem que ser tão gentil às vezes? Seria mais fácil ele me ignorasse por completo. Assim
não ficaria tão confusa.
Levantei-me e comecei a tirar a roupa. Liguei o chuveiro e comecei a me limpar. A água
morna batia em meus ferimentos e ardia. No piso branco, ficou o rastro de água vermelha.
Quando terminei, me enrolei na toalha e saí. Adrian estava sentado na cama. Havia trocado de
roupa. Estava de calça jeans e camisa branca. O cabelo desalinhado e uma expressão
preocupada.
— Você está melhor? – perguntou vindo em minha direção.
— Sim. Só alguns arranhões e hematomas – respondi friamente.
Adrian parou de frente para mim me observando atentamente.
— Sente-se aqui – disse apontando para a cama. — Vou fazer os curativos.
— Já disse que posso fazer isso sozinha – rebati.
— Você é muito teimosa – ele revirou os olhos me sentando na cama. Pegou uma caixa que
presumi ser um kit de primeiro socorros. Tirou algumas gazes e esparadrapos, limpou o local dos
machucados e fez o curativo.
— Tem certeza que não quer que chame um médico?
— Eu estou bem.
— Obrigado pelo café da manhã – ele disse. — E pelo comprimido.
Eu apenas assenti.
— Vou adiar a nossa volta ao Brasil. Não quero que viaje desse jeito. Precisa descansar – ele
disse com pesar.
— Não posso ficar. Não posso ficar longe da minha mãe. Estou sem notícias dela e estou
preocupada.
— Sua mãe está bem – falou com convicção.
— Como sabe? – olhei para ele.
— Eu havia dito a você que deixei alguém responsável por ela na clínica. Ontem mesmo tive
notícias que estava bem – ele sorriu e eu o amaldiçoei. Por que ele me afeta tanto?
— Obrigada – disse sincera.
— Acho que teremos que cancelar nossa visita à festa da filha da Carol.
— Eu estou bem Sr. Miller. Posso ir perfeitamente – disse tentando fazê-lo entender.
— Negativo. Vou ligar para ela e explicar o motivo – disse e se afastou de mim, e então pegou
o celular no criado mudo.
Levantei-me e peguei meu vestido para colocá-lo. Enquanto Adrian falava ao telefone, eu tirei
a toalha, coloquei minha calcinha e quando o olhei de novo, ele me observava. Ao tentar erguer
os braços para poder colocar o vestido, senti uma fisgada na costela e gemi de dor.
Adrian veio ao meu socorro ajudando-me.
— Eu consigo fazer isso – disse sendo rude.
— Não vai conseguir colocar um vestido tão apertado assim, toda machucada – disse pegando o vestido da minha mão e jogando em cima da cama. — Vou pedir para Anabeth trazer algo
mais solto para você. Por enquanto, vista minha camisa – ele disse sendo carinhoso. Estava com
a atenção totalmente voltada para mim.
Adrian desabotoou sua camisa e a tirou me vestindo com cuidado. Seguiu abotoando botão por
botão. Quando chegou em meus seios, colocou suas mãos sobre eles e me olhou. Em seus olhos,
vi toda a sua necessidade. Meu corpo todo enrijeceu ao seu toque. Como não protestei, Adrian
continuou me estimulando. Meus seios ficaram pesados e meus mamilos enrijecidos. Fechei os
olhos e praguejei. Eu não conseguia resistir àquele homem. E eu sabia, que a única a se
machucar se continuasse, seria eu.
Quando senti os lábios dele nos meus, eu me perdi e me deixei levar. Ele levou suas mãos em
meu rosto e me beijava com fervor. Eu apenas queria senti-lo. Queria que me fizesse sua e que
me reivindicasse. Queria que falasse que estava apaixonado por mim. Que seria dele e de mais
ninguém. Eu estava perdidamente apaixonada por ele.
— Você é tão linda – ele sussurrou em meu ouvido. Sua voz penetrou em minha mente e a
partir daí, não consegui mais raciocinar.
Adrian me colocou sobre a cama e disse:
— Adoro sentir meu cheiro em você.
Eu estava confusa agora. Esse homem é confuso. Estava me deixando perdida. Ele seguia
com suas carícias e me beijava com ternura. Eu queria afastá-lo. Correr dali. Mas não consegui.
Quando ele passou a mão entre minhas pernas e tirou minha calcinha, minha excitação
aumentou. Eu gemia pedindo por ele. Com sutileza, Adrian se livrou de sua calça e sua boxer
azul. Quando me penetrou, me senti completa. Senti-lo dentro de mim, me levou ao nível
máximo de excitação.
Sem pensar, virei-o deitando-o sobre a cama e subi em cima dele. Ele me deu um sorriso que
amoleceu de vez meu coração. Abri a gaveta do criado mudo e peguei o pequeno envelope
prateado. Deslizei o preservativo por toda extensão de seu pau agora ereto. Cavalguei em cima
dele gemendo e o levando a loucura. Adrian apertava meus seios por cima da camisa e gemia.
Quando disse a ele que estava perto de gozar, ele levou sua mão até minha abertura
massageando meu clitóris. Então, me perdi naquela sensação.
Adrian me virou me jogando de costas contra o colchão macio. Gemi com a dor e
rapidamente ele se arrependeu.
— Me desculpe – disse preocupado.
— Estou bem – sorri.
Ele me beijou e ainda excitado, me penetrou com estocadas possessivas. Dava para sentir a
necessidade dele. Ele me queria. Eu sentia que ele me queria. Talvez só estivesse confuso como
eu.
Adrian não foi gentil agora. Ele me fodia com vontade e eu adorei isso. Meu corpo doía com
os movimentos frenéticos, mas eu não estava ligando para isso nesse momento. Eu só precisava
dele.
Fechei os olhos embriagada pelo prazer.
— Goza para mim, meu amor – ele disse me beijando. Ele disse isso ontem e eu estou confusa
agora. Fico tensa e acho que ele percebe.
— Adrian... Não faça isso – implorei. Não queria me machucar. Não queria sofrer ou viver uma mentira.
— Eu quero você Verônica – ele rosnou me penetrando ainda mais forte. — Quero que seja
minha. Apenas minha – ele concluiu e naquele momento, olhei para ele horrorizada. Ele havia
dito que me queria? Mas em que termos?
— Você sabe que não vai dar certo – sussurrei.
— Não quero outro homem tocando em você – sussurrou no meu ouvido. — Você será minha
agora. Apenas minha.
Seguimos encaixados um no outro. Nossos corpos começaram a suar e então Adrian tirou
minha camisa. Abraçando-me ele gozou sussurrando em meu ouvido: — Você. É. Minha.
Ele desabou em cima de mim ainda ofegante. Olhou em meus olhos e me deu um sorriso tão
lindo que meus olhos encheram de lágrimas.
Ainda me abraçando, ele disse:
— Você quase me fez ter um troço hoje. Quando a vi toda ensanguentada no chão, quase
morri – ele me olhou nos olhos.
— Você estava um horror – gargalhei. Ele me olhou confuso sorrindo e perguntou:
— Por quê? Está rindo de mim, Srta. Sandler? – ele gargalhou.
— Sua roupa. Estava um horror – disse beijando sua boca.
Ele se afastou, tirou o preservativo e foi até o banheiro. Quando voltou, colocou sua boxer e
deitou ao meu lado. Olhou para o teto e agora estava sério e pensativo.
— Precisamos conversar – ele sussurrou.
— Olha, se for sobre o que você falou a pouco, tudo bem, eu entendo que tenha falado no
calor do momento e não precise se explicar quanto a isso – disse tentando me manter inteira.
Claro que não era verdade e ele não iria me querer ao lado dele.
Ele ficou momentaneamente em silêncio. Quando enfim abriu a boca, disse:
— Me perdoe pela forma que te tratei ontem – disse olhando em meus olhos. — Eu não
deveria ter dito aquilo.
— Tudo bem – disse.
— Estava falando sério, quando disse que queria você.
Meu Deus! Ele me queria mesmo?
— Você entende o que está fazendo? O que eu sou e a implicação disso?
— Sim – ele disse com o semblante triste.
— Eu não quero me machucar Adrian. E tem outra coisa...
– disse sabendo que não iria gostar. — Eu preciso desse trabalho. Eu tenho uma mãe doente
e...
— Está louca? Eu disse que quero você – rosnou. — Acha mesmo que seria capaz de deixá-la
continuar nessa vida?
— Eu não tenho como pagar o tratamento dela. É por isso que eu faço isso Adrian. Não posso
abandoná-la – disse começando a chorar. Droga.
— Verônica, eu cuidarei da sua mãe. Você não vai voltar a se prostituir. Não mesmo – disse
totalmente transtornado.
— Eu não quero ficar devendo favores a você. Nem sequer nos conhecemos. O que irão
dizer? Vamos começar um relacionamento e se não der certo, como eu fico?
— Vai dar certo – ele retrucou.
— Como pode ter tanta certeza?
— Porque eu estou apaixonado por você – ele disse as palavras com relutância.
— Não é assim que funciona – bufei me levantando da cama. — Eu vou ser sua namorada e
você, todo mês, vai desembolsar sessenta mil reais para pagar o tratamento da minha mãe? Vou
me sentir usada da mesma forma, Adrian. Isso não é responsabilidade sua.
— Quem disse que você será minha namorada? – ele disse irritado.
— Isso não vai dar certo.
Adrian veio em minha direção e me puxou contra o seu corpo.
— Você será minha mulher, Verônica. Vai se casar comigo
– disse beijando-me.
Ele está totalmente louco. Casar? Oh Meu Deus!
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Em Sua Companhia
Chick-Lit- Srta. Sandler... Não quero que pense que a trouxe aqui por motivos... Vamos dizer que... - ele ficou tenso. - Está tudo bem? É para isso que está me pagando, não é? - perguntei confusa. - Eu não pago mulheres para transar Srta. Sandler. Geralmente...