capítulo 16

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Adrian Miller
Terry havia saído da cadeia juntamente com seu namorado no mesmo dia em que liguei para
o advogado. Fui atrás dela na casa da minha mãe e arrastei-a para casa. Passei um sermão nela
e a proibi de chegar perto daquele drogado do caralho.
Terry é minha única irmã. Desde os dezoito anos, ela tem problemas com drogas. Já
presenciei seus surtos e suas loucuras.
Ela ficaria em casa até que aprendesse a ser gente.
Pedi para que em hipótese nenhuma, Maria a deixasse sair de casa. E se o namorado dela
aparecesse me ligaria na mesma hora para chutar as bolas do filho da puta.
Terry passou o resto da tarde dormindo.
No dia seguinte, acordei cedo e fui para a empresa. Não podia me afastar por muito tempo.
Tinha algumas reuniões e estava acertando a minha próxima viagem a negócios.
Após o almoço, Maria me liga desesperada dizendo que Terry estava ensandecida. Estava
quebrando tudo o que via pela frente querendo sair à procura de drogas.
Pedi para Maria se acalmar e deixar que uma hora ela iria se cansar e parar de fazer
escândalo. Eu ainda não sabia lidar com esses ataques de fúria dela. Iria contratar um
especialista pra que a internasse.
O tempo foi passando e o relógio marcava nove da noite. Ainda tinha um contrato para revisar
então fiquei.
Era bom distrair um pouco com trabalho. Assim, não pensava tanto em Verônica.
Segui examinando os contratos. Quando meu celular tocou, atendi no primeiro toque.
— Alô.
— Adrian – era a voz da Maria. Ela estava chorando.
— Maria? O que houve? – perguntei levantando automaticamente da cadeira.
— É a Terry – disse com a voz embargada.
— O que tem ela? Diga logo – disse desesperado. O que essa maluca aprontou agora.
— Ela saiu. Aquele namorado dela veio aqui avançou em mim e a levou.
— Estou indo para casa. Fique calma – disse desligando e colocando o celular no bolso da
calça.
Quando cheguei em casa e entrei na sala, Maria parecia em estado de choque.
— Por que abriu a porta para aquele marginal, Maria? – disse consolando-a.
— Me desculpa. Eu não consegui contê-los.
— Sabe para onde foram? – perguntei olhando ao redor e vendo os prejuízos causados.
— Não sei – ela começou a chorar.
— Não se preocupe. Ela foi atrás de drogas e acho que sei onde deve estar. Ela sempre vai ao
Red quando precisa das porcarias dela.
— Você não vai até lá. O lugar é barra pesada – ela disse assustada.
— Eu não vou sozinho. Vou chamar um amigo.
— Tome cuidado. Já é tarde e é perigoso lá.
— Vou tomar um banho e me trocar.
Fui até o quarto e entrei rapidamente para tomar um banho. Assim que saí, coloquei minha
boxer e um jeans claro com uma camiseta azul marinho. Eu iria trazer aquela maluca para casa
nem que fosse arrastada.
Liguei para Jonas, ele era ex-policial civil e agora trabalha como um dos meus advogados.
Então, conhecia bem o local. Ele aceitou me acompanhar e ficamos de nos encontrar lá dentro.
Eu iria pegar aquele filho da puta e arrancar os olhos dele.
Quando cheguei ao Red, meu estômago embrulhou só de ver todas aquelas mulheres drogadas
se esfregando como loucas. Uma putaria dos infernos e eu não imaginava a minha irmã ali,
numa situação daquela.
Segui até o bar para ver se a encontrava. Quando vi Jonas, fiz sinal para ele que caminhou até
mim em meio à multidão enlouquecida.
— E aí cara?
— Jonas. Obrigado por ter vindo – disse dando um abraço.
— Sua irmã aprontando outra vez cara. Não é por nada não, mas precisa interná-la. Uma hora
dessas vai acabar tendo uma overdose.
— Não sei mais o que fazer. Pior que minha mãe e meu pai estão em Los Angeles e não estão
nem aí para ela. Já deram como caso perdido.
— Vamos dar uma vasculhada pelo local – Jonas disse atento.
Andamos de ponta a ponta pela boate. Tinha que esquivar das vagabundas que se esfregavam
em mim, totalmente drogadas e bêbadas.
Quando fui mais a fundo na pista de dança, Jonas me cutuca e diz em voz alta:
— Olha para aquilo cara – apontou para um casal de mulheres. — Esse lugar deveria ser
fechado. Que putaria.
Quando olhei, quase não acreditei.
“Verônica?”
Verônica estava praticamente de frente para mim e a mulher atrás dela estava com as mãos
entre suas pernas.
“Que caralho é esse?”
A raiva tomou conta de mim de vê-la daquela forma exposta e parecendo com as outras
vadias em sua volta. Fui andando em direção a ela querendo estrangulá-la. Não acredito que ela
pôde descer tão baixo. Antes que pudesse alcançá-la, um homem meteu a mão por debaixo dela
e eu vi vermelho nessa hora. Quando estava perto o suficiente, pude ouvi-la gemendo e fiquei
transtornado com aquilo.
Joguei o filho da puta longe e puxei os braços dela desvencilhando-a da vaca que estava a
tocando.
— O que pensa que está fazendo, Verônica? – disse irritado.
— Adrian... Meu amor. Você veio – ela disse abrindo os olhos e me olhando. E então, se jogou
nos meus braços. Afastei-me dela e quando a olhei, percebi que estava totalmente drogada.
— Eu quero que você me toque. Quero que me foda Adrian.
Jesus! Mas que porra é essa?
— Para de falar besteira – saí arrastando-a para fora daquele lugar.
Nesse momento não me lembrei de Terry e nem Jonas. Simplesmente a joguei no carro. Só
queria tirá-la dali o mais rápido possível.
— Eu quero você dentro de mim agora – ela sussurrou pulando em meu colo no carro e me
beijou.
Estava difícil de conter minha fúria. Não acredito nisso. Mas que merda. Mais uma drogada
em minha vida? Que castigo é esse?
— Fica quieta – rosnei tirando-a de cima de mim e fechando a braguilha do meu jeans que ela
havia aberto. Ela tocou no meu pau. Caralho. Do jeito que ela está, daria para qualquer um e no
dia seguinte nem saberia quem a fodeu.
Quando olhei para ela, estava deslizando a calcinha por entre as pernas. Mas que porra.
— Pare Verônica – alertei.
Ela abriu as pernas em minha direção e começou a tocar seu sexo totalmente excitada. Tive
que manter toda a minha calma para não perder o controle. Jamais eu a tomaria num estado
desses. Jamais.
— Você não quer transar comigo? Me foder a noite inteira?
– ela me instigou de forma sensual roçando a língua em sua boca.
— Você está drogada, porra! – gritei agora descontrolado.
— Não estou – ela apenas ria descontrolada.
— Vou levá-la para casa antes que cometa alguma loucura.
Dei partida no carro e saí o mais rápido possível. Eu estava morrendo de medo de que desse
um ataque nela, uma convulsão ou que caísse dura na minha frente. Por que ela foi fazer isso?
Enquanto dirigia, percebi que ela ficava cada vez mais lenta. A euforia logo foi diminuindo e
ela parecia sonolenta.
Eu olhava para ela tentando entender o porquê ela não poderia ser uma mulher normal.
Aceitar ficar comigo e sair daquela vida de merda que se encontrava.
Quando chegamos, dei a volta no carro e a peguei no colo.
— O que estamos fazendo na sua casa?
— Vou dar um banho em você. Vai dormir e amanhã teremos uma conversa – disse a ela
ainda furioso. Minha vontade era de dar uma boa surra naquele traseiro dela.
Passei pela sala e Maria me olhou confusa. Eu apenas acenei e subi. Acho que ela estava
esperando que entrasse com a Terry e não com Verônica. Mas sobre isso, eu resolveria amanhã.
Hoje, eu só queria me certificar de que ela não fizesse nenhuma besteira.
Fui para o quarto, tirei toda a sua roupa e a coloquei debaixo do chuveiro. A água gelada era
mais como uma punição pela maldita ter quase me causado um troço ao vê-la naquele estado.
Lavei seu cabelo e esfreguei todo o seu corpo para tirar aquele cheiro de bebida, cigarro e
homens.
Peguei uma camiseta minha e a vesti. Deitei-a em minha cama e tive que afastar os
pensamentos em tocá-la e fazer amor com ela até que voltasse a realidade.
Encarei-a por alguns momentos e estava aliviado de que a encontrei antes que pudesse ter
feito uma asneira maior.
Isso só aumentou a dor em meu peito.
Ela me olhou e deu um lindo sorriso dizendo:
— Eu amo você.
E naquele momento, por mais que estivesse feliz em ouvir aquelas palavras, ao mesmo tempo
estava morrendo por dentro por ela ter dito justo num momento em que não tinha a menor
consciência do que estava fazendo. Amanhã ela acordaria e nem se lembraria de nada. Mas eu
não iria deixá-la ir embora. Nunca mais.

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