Verônica Sandler
Eu ainda estava perdida em meio às sensações. Quando Adrian se afastou, me olhou confuso e
vi em seus olhos seu arrependimento. Ele foi até o banheiro e lá, se trancou. Pude ouvir suas
lamentações.
“Droga! Droga! Maldita!”
Fiquei sem saber o que fazer. Fechei os olhos e tentei segurar as lágrimas que queriam sair. Eu
não iria chorar. Meu peito estava apertado e eu estava me sentindo estranha. Peguei o travesseiro
e o abracei com toda minha força. Só queria me proteger desse sentimento estranho que invadiu
meu coração.
Quando ouço a porta abrir, Adrian vem em minha direção com olhar determinado. Quando
me olhou nos olhos, disse:
— Foda-se.
Ele se aproximou e retirou o travesseiro que estava envolvida. Quando percebeu uma lágrima
em meu rosto, passou seu polegar para afastá-la.
Ele me beijou e eu não protestei. Deveria ter recusado, mas eu simplesmente não consegui.
Eu precisava dele. Muito.
Quando ele retirou sua boxer, eu só conseguia imaginá-lo dentro de mim. Preenchendo-me
por completa. Ele começou a me acariciar lentamente. Eu ofegava e gemia entrelaçada nele.
Sua boca em meu pescoço me beijando com paixão, me causou arrepios me deixando em
êxtase. Ele era delicado e gentil. Tocava-me silenciosamente. Mas pude sentir o quanto me
queria.
Eu arqueava os quadris a procura dele. Eu queria senti-lo. E esse sentimento me deixou
completamente confusa e assustada. Jamais desejei um homem como o desejo. E eu sinto que
ele também me desejava. A forma como me tocava, sua delicadeza, não era uma foda
qualquer. Eu senti que existia uma conexão entre nós. Algo diferente.
Peguei em seu cabelo trazendo mais para mim. Eu estava enlouquecida. Adrian beijava todo o
meu corpo e então, parou em meus seios com vontade. Sentia sua respiração pesada enquanto
sugava um seio e estimulava o outro.
Acho que sua necessidade era igual a minha. Ele parou e se afastou para pegar algo numa
pequena gaveta. Quando ouvi o som de algo se rasgando, percebi que colocava o preservativo.
Quando veio até mim, me beijou e olhou dentro dos meus olhos. Ele me penetrou tão
lentamente, que quase me perdi. A sensação de tê-lo dentro de mim, por completo, estava me
deixando fora de controle. Nesse momento não pensei em mais nada. Não pensei em quem eu
era, em quem seria daqui para frente, não pensei nas consequências. Apenas senti o momento.
Algo dentro de mim estava se quebrando e eu não sabia o que era. Adrian começou suas
estocadas e eu gemi. Ele estava calado, mas era como se não precisasse dizer nada. Seus olhos me transmitiam tudo o que eu precisava saber. Ele queria isso tanto quanto eu. E quando ele me
disse: — Quero que goze para mim, meu amor.
Sorri para ele em confirmação. Ele me queria e eu o queria. E eu não lutaria contra isso.
— Adrian... Por favor! – eu implorei. Precisava senti-lo ainda mais forte.
— Diga o que quer... diga pra mim – ele disse carinhosamente.
— Quero que me faça gozar – disse com a voz entrecortada.
— É isso que quer? – ele perguntou me penetrando ainda mais forte, como eu queria.
— Oh sim... Sim Adrian... Por favor – continuei a implorar já chegando ao meu limite.
Adrian se afastou por um momento e segurou minhas pernas em seu ombro. Quando voltou a
me penetrar, estava mais possessivo. Com fortes estocadas, Adrian me deixou perdida. Oh meu
Deus! Estava tendo espasmos? O prazer era imenso. Convulsionei em seus braços. Adrian
também não aguentou por muito tempo e enfim, gozamos juntos numa sensação incrível. Eu fui
até o céu pela segunda vez, só que agora, eu não queria mais sair de lá.
Adrian se afasta e imediatamente, sinto um vazio imenso. Ele retira o preservativo
descartando-o. A falta do seu corpo sobre o meu me deixou assustada. Eu estava amando esse
homem? Oh meu Deus! Não. Não pode ser.
Eu estava me sentindo tão feliz. Tão amada. Nunca um homem me tratou como ele na cama.
Era como se estivéssemos fazendo amor. E não uma simples foda corriqueira.
— Está satisfeita? – ele me perguntou com a voz fria.
— Sim – disse sorrindo. E eu estava. Completamente satisfeita. Pelo menos, por aquele
momento.
Adrian me olhou diferente e eu vi que algo mudou dentro dele. Seus olhos já não estavam
brilhando e sua expressão era dura e implacável. Era como se fosse outra pessoa. Como se
estivesse lutando contra algo dentro dele.
— Que bom que satisfiz seu desejo. Assim, espero que não saia mais correndo atrás daquele
paspalho como uma cadela no cio
– ele rosnou totalmente cruel.
Eu não posso acreditar que depois de tudo, de ter me entregado de corpo e alma, ele me trate
dessa forma. Fechei os olhos e me amaldiçoei por ser tão idiota. Por acreditar que eu tinha sido
algo para ele. Que pudesse me ver como uma mulher que estava perdidamente apaixonada por
ele. Mas é claro que ele apenas me via como uma vagabunda. Qual homem se apaixonaria por
uma mulher como eu?
As lágrimas começaram a cair e não pude controla-las. Eu estava me sentindo um lixo.
Adrian se afastou e começou a juntar suas roupas apressadamente. Ele queria se afastar de
mim?
Não consegui controlar minha maldita língua e perguntei com a voz embargada pelo choro,
me amaldiçoando por ele ter me afetado tanto.
— Aonde vai?
— Vou voltar para a festa – ele rosnou. — E você, ficará ai.
Eu apenas assenti. O que iria dizer? Estava sendo paga para isso, não? Enquanto estivesse trabalhando para ele, eu apenas teria de obedecê-lo. Então não protestei. Coloquei-me em meu
lugar. O lugar de onde não deveria ter saído. E fiquei ali. Usada e destruída. E a culpa era
totalmente minha. Apenas minha por ter baixado a guarda e o deixado entrar em meu coração.
Ouço um barulho de vidro se quebrando. Olho no relógio, 04:00 da manhã. Ainda estou nua.
Devo ter adormecido e nem percebi. Levantei-me, coloquei a camisola e segui para a sala.
Adrian estava caído no chão completamente bêbado. Cacos de cerâmica estavam espalhados
em sua volta. Deve ter esbarrado no vaso do aparador de tão bêbado que estava. Fui em sua
direção e tentei ergue-lo.
— Sr. Miller – disse puxando-o para mim. — Consegue se levantar?
Ele balbuciava coisas sem sentido e percebi que seria inútil manter uma conversa. Tentei
pegá-lo de qualquer jeito mesmo, pois ele era enorme e muito pesado.
Quando ele se levantou, eu o guiei até a cama com dificuldade. Céus! Que homem pesado.
Tirei toda a sua roupa e o ajeitei na cama. Ele apagou instantaneamente.
Eu, sem saber o que fazer, caminhei até a sala e limpei toda a bagunça. Quando terminei,
deitei no sofá e voltei a dormir.
Logo pela manhã, acordo assustada. Vou até o quarto e Adrian ainda dorme como um anjo.
Ele terá uma bela dor de cabeça quando se levantar.
Disquei para o serviço de quarto e pedi o café da manhã bem reforçado. Também pedi para
que trouxessem um advil para que ele pudesse tomar.
Quando chegou, deixei a bandeja na cama ao seu lado com o comprimido. Peguei minhas
roupas de corrida e fui direto tomar um banho. Quando saí completamente vestida, Adrian se
mexia. Devia estar acordando. Apressei-me e saí do quarto. Não quero estar aqui quando
acordar. Preciso de ar. Preciso pensar e me manter afastada dele.
Quando saí do elevador, esbarrei em Jason. Era só o que me faltava. Revirei os olhos.
— Bom dia minha linda – ele sorriu.
— Bom dia Sr. Maxwell – disse seca.
— Pelo visto, irá correr hoje.
— Sim – disse caminhando para fora do hotel.
— Posso lhe fazer companhia? – ele perguntou com seu melhor sorriso.
— Não Jason. Não pode. E quer saber... Esqueça-me. Está me causando problemas – rosnei.
— Ei, espere! – ele me segurou. — O que houve? Espero não ter causado problemas para
você. Seu namorado voltou para festa ontem sozinho e eu fiquei preocupado.
— Eu estava me sentindo mal. Agora me solte – disse sendo rude.
— Podemos conversar? Posso ir com você e então nós...
— Como você é insistente. Que saco! – bradei. Para me ver longe dele, corri em direção ao
outro lado da rua, ele gritou algo para mim, mas não consegui ouvir a tempo.
Quando dei por mim, estava estirada no asfalto. Minhas costelas e minha cabeça doíam e
havia sangue em minhas mãos. Tentei me levantar, mas Jason pediu para que não me movesse.
Algumas pessoas se aglomeram perto de mim e então caiu minha ficha. Eu fui atropelada!
Comecei a me desesperar e passar a mão em meu corpo para sentir os danos.
— Chamem uma ambulância! – alguém gritou.
Ai meu Deus! Ambulância? Eu estou bem, não quero ambulância nenhuma. Comecei a
chorar. Jason tentava me acalmar perguntando se estava sentindo dor. Ele segurava minhas mãos e estava visivelmente preocupado.
Nesse momento, vi a multidão se dispersar e Adrian surgir furioso no meio deles. Quando me
olhou estava transtornado. Ele usava a mesma roupa de ontem toda amassada e torta. Acho que
se vestiu na pressa. Tive vontade de rir de sua aparência, mas me contive. Ele se abaixou
empurrando Jason para longe de mim.
— Saia de perto dela – ele falou.
Jason se afastou sem dizer nada. Balbuciou um “me perdoa” e saiu. Coitado. Estava achando
que tinha alguma culpa por eu ter sido atropelada.
— Vou levá-la para o hospital – Adrian disse averiguando meus ferimentos. — por sorte, não
tem nada quebrado. Só alguns arranhões e machucados – ele disse com preocupação.
— Não. Não quero ir para o hospital. Eu estou bem. Só preciso me levantar e me limpar –
sussurrei.
— Tem certeza? – ele perguntou.
— Sim – disse tentando me levantar. Adrian franziu o cenho e me pegou no colo. Carregou-
me para dentro do hotel e perguntou:
— Estava querendo se matar? O motorista que estava na calçada viu tudo e anotou a placa do
idiota que a atropelou. Amanhã mesmo irei registrar uma queixa.
— Ele não teve culpa. Eu atravessei a rua sem olhar. Estava fugindo do... – parei de falar
assim que senti a raiva de Adrian.
— Era ele não era? Ele estava atrás de você? – perguntou.
— Sim. Mas ele também não teve culpa. Eu estava saindo para correr.
Quando chegamos a suíte, Adrian me colocou no chão para abrir a porta.
Entramos e quando me olhou disse:
— Venha, vou te dar um banho e fazer os curativos em você.
Eu olhei para ele perplexa. Adrian estava no seu modo gentil e atencioso. Mas eu não me
deixei levar. Coloquei minha cara de gelo e disse:
— Eu mesma faço isso. Não preciso de sua ajuda.
Até parece que deixaria ele me tocar outra vez. Não depois da forma que me tratou ontem.
— Eu sei que pode. Mas eu farei – rosnou.
— Não. Não vai.
— Não vou te deixar sozinha, precisa de alguém para ajudá-la. Esta toda machucada – ele
veio em minha direção e me puxou contra ele. Quando ele pegou em minha costela, dei um
grito. Meu Deus. Acho que a pancada foi pior do que imaginava. Adrian se assustou e pediu para
que me virasse. Ele ficou visivelmente tenso ao passar a mão em minhas costas que ardia.
— Você tem um belo hematoma aqui. Vou chamar um médico para examiná-la – disse
descontrolado.
— Não precisa. Já disse que estou bem – disse friamente.
— Não, você não está. Acabou de ser atropelada e poderia ter morrido. Você entende a
gravidade disso? – ele soou desesperado. Não iria deixá-lo me confundir. Não seria uma
completa idiota outra vez.
— Agora está preocupado comigo? – gritei.
Ele se assustou com meu tom de voz e recuou.
— Anda, responda! Não preciso que se preocupe comigo Sr. Miller. Eu sou apenas uma prostituta que se morrer, não fará falta nenhuma no mundo. Muito menos para alguém como
você. Que visivelmente sente nojo de mim.
Adrian apenas me olhou calado. Não conseguiu dizer nenhuma palavra. Acho que ele não
esperava essa minha súbita atitude. Virei minhas costas para ele, e segui até o banheiro. Tranquei
a porta para me certificar de que não entrasse. Eu o queria longe de mim. Longe.
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ChickLit- Srta. Sandler... Não quero que pense que a trouxe aqui por motivos... Vamos dizer que... - ele ficou tenso. - Está tudo bem? É para isso que está me pagando, não é? - perguntei confusa. - Eu não pago mulheres para transar Srta. Sandler. Geralmente...