Adrian me deixou sozinha à mesa e seguiu em direção a alguns amigos que estavam um
pouco a frente. Já estava maquinando em minha cabeça o que eu iria fazer com esse babaca
arrogante.
Na mesa ao lado, Jason me olhava com aqueles lindos olhos azuis que expressava algo que não
conseguia identificar. Ele me despia somente com seu olhar enigmático. “O que está
acontecendo comigo?”
Depois de alguns minutos Adrian voltou, acompanhado de dois casais. Ele me apresentou
como sua noiva. Não prestei muita atenção neles. Estava mais focada em Jason – que me
enviada olhares maliciosos e beijos. Jason era só sorrisos. “Esse homem é louco”.
Adrian percebeu meu desinteresse pela conversa e acabou olhando em direção ao que ele
achava que estava me distraindo. “Bingo!”
Já viram como ficam aqueles touros quando alguém balança uma flanelinha vermelha perto
deles? É. Adrian estava exatamente igual.
Tentei me concentrar na conversa. Ajeitei-me em minha cadeira e Adrian, possessivamente,
colocou sua mão sobre a minha.
— O evento ficou magnífico! – o cara de cabelos grisalhos que não prestei atenção ao nome,
falou.
— Sim. Tivemos todo o cuidado para escolher os filantropos dessa vez. E o Sr. Maxwell, doou
para a fundação uma quantia generosamente absurda – disse a mulher ruiva que o
acompanhava. Essa eu lembrava o nome, Amélia.
Será que estavam falando de Jason Maxwell?
— Fico feliz em ver que mais executivos abraçam a nossa causa – Adrian sorriu.
Eu estava em um evento de caridade? Sério?
— Adrian, será que posso roubar sua noiva por alguns instantes? – Amélia perguntou com
sorriso no rosto. Adrian se contraiu, mas, disse com toda a classe:
— Fique a vontade, Amélia.
Eu olhei sem saber o que dizer. O que aquela magricela de cabelo de pica pau, queria comigo?
Levantei-me e a segui discretamente. Amélia enroscou seu braço no meu e sussurrou:
— Querida, você tirou a sorte grande – disse sorrindo me olhando com olhos de predadora.
Não entendi porra nenhuma.
— Desculpe?
— Você e Adrian estão juntos há muito tempo?
Oh! Puta que pariu. E agora?
— Mais ou menos – disse. — Por que o interesse? – soei um pouco arrogante.
— Desde a tragédia que matou Sara, Adrian nunca mais foi o mesmo. Não o via sorrir, há
muito tempo.
Oh meu santo. Quem é Sara? E agora?
— Uma pena – foi a única coisa que consegui dizer sem soar uma completa idiota.
— Sara era uma mulher incrível. Morreu fazendo o que mais gostava. Adrian ficou péssimo quando soube da notícia. Ela estava grávida de seis meses. E desde então, nunca mais o vi com
mulher nenhuma. E de repente, me aparece aqui com você – ela sorriu. De algum jeito, aquela
mulher parecia me questionar.
— Olha Amélia, por que não diz logo aonde quer chegar?
— As alianças – ela comentou.
— Que alianças? – perguntei confusa.
— De noivado – disse apontando para minha mão. — Todo casal de noivos têm uma – ela
sorriu.
— Sou alérgica – rebati.
Antes que eu pudesse sair, Amélia me segurou pelo braço e sussurrou:
— Eu conheci a Sara. Não me admira Adrian ter se apaixonado por você. Vocês são muito
parecidas – ela disse com desdém.
Eu? Parecida com uma defunta? Era só o que me faltava!
— Se me dá licença, preciso ir ao toalete – sorri um pouco sem graça.
Afastei-me daquela mulher petulante. Onde ela queria chegar com isso tudo? Arg! Deixa para
lá.
Entrei no banheiro e retoquei a maquiagem. Ainda passando o batom em meus lábios, vejo
um reflexo no espelho. Meu coração quase saltou pela boca ao ver Jason ali. Parado na porta me
olhando. No banheiro feminino. Agora é oficial: ele é realmente maluco. Sorri.
Quando me virei, Jason passou a tranca na porta.
— Sr. Maxwell, está em território proibido – disse sarcasticamente.
— Quantas formalidades, minha garota – ele deu aquele sorrisinho torto que me fascinava.
Seus olhos brilhando de desejo, me olhavam da cabeça aos pés.
— Está louco? Alguém pode querer entrar e... – mal consegui pronunciar as palavras. Jason
me agarrou pela cintura e me beijou enlouquecidamente. Sua boca tinha gosto de uísque. Seu
cheiro era bom. Muito bom. Eu não sei o porquê, mas eu pensei no beijo do Adrian. Gemi
lembrando a forma com que me pegou fazendo perder todos os meus sentidos.
As mãos de Jason passavam lentamente por todo o meu corpo e instantaneamente, me senti
nos braços de Adrian. Céus! Eu estava ficando maluca ou eu realmente estava gostando daquilo?
Ondas de prazer vinham cada vez mais intensas. Jason beijava carinhosamente meu pescoço
dando leves mordidas. No meu ouvido sussurrou com uma voz sexy que me fez molhar a
calcinha.
— Você está me deixando louco, sabia? A vontade que tenho é de arrancar toda a sua roupa e
te foder até você gozar gritando meu nome.
Eu estava tão excitada que não sabia o que responder. Quando alguém bateu na porta e a
realidade me bateu forte. Empurrei Jason com tudo para que se afastasse e ele me olhou
achando graça – talvez eu estivesse com uma cara engraçada.
— Verônica – uma voz soou irritada seguida por batidas na porta.
Adrian! Deus ele vai surtar.
— Acho que seu namoradinho sentiu sua falta – Jason olhava com diversão.
— Se esconda. Se ele te pega aqui comigo, ele me mata – disse apavorada.
— Eu mato ele primeiro – Jason diz se aproximando. Bloqueou-me novamente agora contra a
parede. Levou sua mão até a abertura do meu vestido e procurou descaradamente por mim.
Afastou minha calcinha de lado e tocou minha abertura úmida.
— Não acredito que terei de ir embora e deixar você assim. Pronta. Pronta para aquele Mané
– ele sussurrou e eu apenas gemi ao seu toque.
Meu Deus! O que está acontecendo comigo? Eu era realmente uma vadia? Não. Não. Não.
Afastei Jason e fiz com que se escondesse na parte detrás.
— Entre em algum lugar e fique calado – disse ainda tentando me refazer.
Ele olhou divertido e disse:
— Você está com cara de quem quer ser fodida, baby. Se não tirar essa expressão do rosto,
vai se delatar – ele sorria se divertindo com a minha desgraça. Bandido sexy provocador. Eu
estou perdida.
Olhei no espelho e realmente. Estava uma bagunça. Joguei uma água no rosto e retoquei o
batom vermelho manchado. A voz de Adrian foi ficando cada vez mais alta e a batida mais
violenta. Decidi correr senão esse homem colocaria a porta abaixo.
Quando abri, Adrian me olhava de forma acusatória.
— Por que demorou? Trancou-se no banheiro?
— Eu estava me sentindo mal, desculpe – disse dando de ombros.
— Conta outra. Até a pouco estava perfeitamente bem – disse desconfiado. — O que houve?
Amélia voltou sem você, então fiquei preocupado.
— Podemos voltar? – perguntei ainda abalada com as sensações que estava sentindo.
Adrian pegou em minha mão e me guiou de volta para a mesa sem dizer mais nada.
Eu não consegui me concentrar em mais nada. Até que tentei. Mas não estava dando certo.
Principalmente depois que Jason voltou a sua mesa e me lançava olhares provocativos.
Depois de algum tempo, consegui entrar no ritmo da conversa. O baile era em homenagem
aos fundadores da instituição. Adrian além de empresário era filantropo. Ao que me parece,
aquela tal de Sara era a madre Tereza de Calcutá. Ela trabalhava na Etiópia no combate a fome
e a mortalidade infantil junto com Adrian.
Depois de terminado o pequeno discurso do orador, ele chamou pelo nome de Adrian que
seguiu até o pequeno palco aplaudido por todos. Pelo que entendi, Adrian angariava fundos para a
instituição a qual fundou após a morte de Sara. A instituição levava o nome dela: Sara Bawer.
Um gesto bonito para um homem petulante, arrogante, prepotente e carrancudo.
Adrian fez um pequeno discurso agradecendo a todos os benfeitores. Um deles, Jason
Maxwell, o qual teve o desprazer de ter que apertar a mão e sorrir. Era nítido o desconforto de
Adrian. Jason foi extremamente generoso ao doar uma quantia inenarrável. Estava totalmente
boquiaberta. Eu aqui, tendo de engolir sapos por quinhentos mil, e, o deus sexy, distribuindo
dinheiro na maior tranquilidade. Tá. Eu sei que é por uma causa nobre. Mas também sei que
esses figurões doam essas quantias para não pagarem impostos. Pelo menos, o dinheiro está
beneficiando alguém que realmente precisa.
Saber desse lado de Adrian me deixou mais receptiva a ele. Talvez ele não fosse tão mal
quanto estava pensando.
Após todo aquele discurso chato e tedioso, o baile enfim, começou.
Casais seguiram para a pista de dança e animados, embalaram-se ao som de uma música que
pelo amor, nem eu sabia dizer o que era, tipo música dos anos 60.
Adrian e eu ficamos sentados. Ele não perguntava nada e eu, não respondia nada, claro. Nem
monossilábicos estávamos. Era tenso.
Depois de alguns minutos, a loira peituda que estava sentada ao lado de Jason, se aproxima e
pergunta:
— Você se incomodaria se tirasse o seu namorado para uma dança?
Mas que mulher cara de pau! Adrian me olhou sem reação e antes que pudesse responder por
mim, falei:
— Não vejo problema algum – sorri.
Adrian me fuzilou com um olhar, mas, não protestou. Assim que saiu, pude respirar aliviada.
Ficar ao lado desse homem me deixa tensa. Extremamente tensa.
Jason me lançava olhares furtivos. Definitivamente, ele queria entrar em minha calcinha.
Descarado! Quando ele se levantou de sua cadeira, eu já sabia exatamente o que pretendia. Eu
vou matá-lo. Assim que chegou a minha mesa, pegou em minha mão me puxando para a pista
de dança.
— É louco?
— Aquele seu namoradinho não estava nem aí pra você. Talvez agora ele preste atenção –
sorriu.
— Ele está sobrecarregado – disfarcei.
— Sobrecarregado com uma mulher dessas ao lado? Querida, ou seu namorado é gay, ou ele
não sabe apreciar as coisas boas da vida – disse sussurrando.
Jason e eu agora dançávamos em torno de vários casais. A minha sorte, era que o salão estava
cheio o suficiente para que Adrian não pudesse nos ver. Preciso admitir, estar ao lado de Jason
era extremamente divertido.
— Sua namorada não ficará com ciúmes?
— Namorada? Você acha mesmo que enviaria minha namorada para outro homem? – ele
pergunta com divertimento. — Não sou o seu namoradinho querida. Gosto de cuidar do que é
meu.
— E quem é aquela garota?
— Uma mulher sem importância. Apenas uma companhia. Esses eventos são cruéis quanto a
isso. Ou vem acompanhado, ou sai daqui com uma pistoleira querendo arrancar todo dinheiro da
sua conta bancária – sorriu divertido. — Ou pior. Os jornalistas publicam que você é gay ou algo
do tipo.
— Nem de longe você poderia ser confundido com um homossexual – gargalhei achando
graça do meu próprio comentário. Jason Gay? Não mesmo.
Ainda com as mãos comportadamente em minha cintura, Jason chegou mais perto se
aproximando do meu ouvido e sussurrou:
— Ainda está molhadinha para mim, baby?
Fiquei abismada com sua cara de pau. Safado.
— Jason, vamos parando por aqui. Acho que está me confundido – rosnei.
— Eu sei que ficou excitada. Posso te ajudar quanto a isso – disse raspando seu rosto em meu
pescoço. Puta que pariu. Esse homem quer a minha morte?
— Eu amo Adrian. Sem chance quanto a isso – afirmei.
— Não me parece que o ama tanto assim. Seu corpo dizia ao contrário enquanto te tocava.
— Vamos mudar o rumo da conversa? – Isso já estava ficando perigoso demais.
Quando a música acabou e começou Iris – Goo Goo Dolls, Jason me abraçou ainda mais
apertado e sua mão agora estava em meus cabelos. Eu estava perdida com esse cara. Perdida.
Eu apenas fechei os olhos e deixei o momento fluir. Era a primeira vez que um homem me
desejava sem que soubesse o que eu realmente era. Quando Sonia me encaminhou para isso, eu
tinha acabado de completar vinte anos. Ainda era virgem, acreditem se quiser. Meu primeiro
cliente, foi o Sr. Charles. Não gosto nem de lembrar como foi minha primeira vez. Foi horrível e
assustador ao mesmo tempo. Ele era um homem bonito, mas, não senti nada. A não ser um
desconforto e uma vontade enorme de colocar a minha cabeça num buraco.
Adrian estava despertando-me coisas que nunca havia sentido até agora. Sônia me avisou que
esse dia chegaria. Mas estava totalmente amedrontada. Não queria gostar disso. Não dessa
forma. Sendo usada e explorada apenas para prazer e luxuria. Eu precisava me manter fria e
distante. Quanto mais fria, melhor. Assim, não quebraria minhas regras. Não beijar era a regra
número um. E Adrian havia me feito quebrá-la. Eu estava odiando gostar de beijá-lo. E agora,
me aparece mais um demônio, de olhos azuis, para me arrastar para o inferno.
— Tire suas mãos da minha mulher – uma voz irritada soou atrás de mim me puxando com
força.
— Uow! Vá com calma. Só estávamos dançando – Jason sorriu maliciosamente.
— Se pensar em chegar perto dela de novo, eu mato você – disse entre os dentes.
Adrian me afastou praticamente me arrastando para fora do salão.
Minha mulher? Desde quando?
Passamos pelos seguranças em direção ao carro. Abrindo a porta da limusine parada a nossa
espera, Adrian me empurrou para dentro com violência.
— Para o hotel – ele disse ao motorista completamente enfurecido.
Mas nem morta eu abriria a minha boca. Ainda tinha amor aos meus dentes.
Fizemos o trajeto em um desconfortável silêncio. Assim que chegamos ao hotel, Adrian me
pegou pelo braço e saiu me puxando como se fosse uma criança mimada. Empurrou-me para
dentro do elevador e continuava sem dizer nada. Estava inquieto e sua respiração estava
descontrolada. Ele estava começando a me assustar.
A porta do elevador se abriu e saímos em direção a suíte. Adrian abriu a porta e praticamente
me jogou para dentro. Eu acabei me desequilibrando e batendo as costas no sofá.
Oh céus!! Ele vai me matar, me bater ou me fazer em picadinhos. Será que eu deveria gritar?
Adrian tirou o blazer e a gravata borboleta jogando-os ao chão. Olhando nos meus olhos, pude
ver a sua fúria agora mais controlada.
Ele veio em minha direção e eu protestei.
— Sr. Miller, por favor – eu implorei.
Ele pegou em meus braços virando-me de costas para ele. Rapidamente, abriu o zíper lateral
do meu vestido fazendo com que caísse aos meus pés. Eu estava agora apenas de salto e a
famosa calcinha vermelha molhada.
Adrian me beijou pegando-me no colo. Levou-me até o quarto e me jogou na cama. Ainda
aturdida com sua atitude, falei:
— O que está fazendo?
Ele não respondeu. Apenas começou a tirar a sua camisa e sua calça ficando apenas com sua
boxer preta.
Quando tentou puxar minha calcinha, eu protestei bloqueando sua investida.
— Sr. Miller, o que está fazendo? – estava completamente confusa e excitada com sua atitude.
— Vou dar a você o que está procurando – rosnou, caindo com seu corpo em cima do meu,
preenchendo minha boca com seus lábios macios deixando-me em transe.
Adrian me beijava como se precisasse de mim. Como se me quisesse. Seu corpo pesado me
esmagando estava me causando asfixia. Ele percebeu e suavizou um pouco seu peso sobre mim.
Ele tinha uma mão em meu rosto e a outra puxando minha perna em volta de seu quadril.
Assim que se afastou, foi descendo lentamente deixando um rastro de beijos por todo o meu
corpo. Em um só puxão, Adrian rasgou minha calcinha e a descartou de lado. Aquilo me excitou
tanto que deixei escapar um gemido. Sem nenhum pudor, Adrian abriu minhas pernas e se
aventurou em minhas entranhas. Assim que senti sua língua quente passeando em minha
abertura, gemi. Ele massageava meu clitóris com a língua me deixando perdida em meus
pensamentos. Suas mordiscadas me deixava alucinada. Perdi-me em meu próprio prazer. Uma
sensação nova e totalmente excitante. Eu já havia recebido outros homens. Mas nenhum fez com
que sentisse o que estava sentindo naquele momento. Adrian literalmente estava me fodendo
com a língua.
Eu arqueava os quadris procurando por mais. Adrian percebeu e em resposta, enfiou dois
dedos em minha entrada. Com o movimento de vai e vem, Adrian me deixou gemendo e
suspirando por ele. Sua língua ainda percorria meu clitóris de forma ritmada.
Quando eu não pude mais aguentar, uma sensação tomou conta do meu corpo. Eu estava
convulsionando. E, ofegante, gozei gritando:
— Ohhhhh... Adriaaaaaan!!!
Meu primeiro orgasmo. Estava simplesmente flutuando no céu.
EU ESTAVA FODIDA.

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Literatura Feminina- Srta. Sandler... Não quero que pense que a trouxe aqui por motivos... Vamos dizer que... - ele ficou tenso. - Está tudo bem? É para isso que está me pagando, não é? - perguntei confusa. - Eu não pago mulheres para transar Srta. Sandler. Geralmente...