capítulo 18

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Adrian Miller
Tê-la ali em meus braços, tão próxima, parecia um sonho. O cheiro dela em mim, seu gosto
em minha boca... Céus! Estava perdendo minha sanidade.
Ela me beijava com vontade e puxava meu cabelo embalada em mim, dançando juntinhos ao
som de Ne-Yo – You let me love you. E a música perfeita, era tudo o que estava dizendo a ela
com meu beijo ardente e possessivo. Eu queria amá-la. Eu tinha urgência por ela. Nunca me
senti assim tão descontrolado. Nem mesmo por Sara. Era um sentimento novo e desconhecido.
Eu estava assustado. Só esperava sobreviver a esse sentimento tão forte que estava sentindo.
Alguém bate à porta e chama por mim. Verônica arregala os olhos e automaticamente se
afasta tentando esconder seu corpo nu de olhos curiosos.
— Hei! Ninguém vai entrar aqui – olho para ela tentando acalmá-la. — Fique aqui. Já volto –
disse procurando minha calça e vestindo-a. Caminhei até a porta e Maria estava um pouco
apreensiva.
— O que foi?
— O Sr. Jonas ao telefone. Ele encontrou a Terry ontem e a levou para casa dele – ela disse
olhando para mim cautelosamente.
— Jonas? Mas porque ele a levou para a casa dele? – pergunto irritado. — Onde ele está? –
perguntei caminhando em passos largos até a sala.
— Ele disse que quando o senhor saiu com a Srta. Sandler do Red, ele ainda ficou lá por
algumas horas – ela dizia caminhando rápido tentando-me alcançar.
— Ele deveria tê-la trazido para cá – rosnei irritado. Mas que droga.
Quando entro na sala, pego o telefone e atendo com tom frio.
— Jonas... O que pensa que...
— Adrian. A Terry está bem agora. Acalma-se – ele me cortou.
— Por que não a trouxe para cá?
— Você já tinha um problema para cuidar. Além disso, achei a Terry era quase quatro da
manhã.
— Como ela estava?
— Mal. Muito mal. Mas estava sozinha. Nenhum sinal daquele idiota.
— Menos mal – rosnei. — Estou indo busca-la.
— Adrian. Tem uma coisa que precisa saber antes – ele disse e meus sentidos ficaram em
alerta.
— Diga.
— Terry está um pouco machucada.
— Como machucada? O que foi que aconteceu? Você disse que ela estava bem – soei irritado.
— Ela levou uma surra e...
— Puta que pariu Jonas. Deveria ter me ligado na hora! – gritei. — Estou indo buscá-la – disse um pouco agressivo e desliguei.
Será que esse inferno não acabaria nunca? Que garota problemática.
Subi para o quarto e peguei uma toalha. Isso iria servir. Desci as escadas rapidamente e corri
até o salão.
Quando entrei, Verônica estava sentada no sofá ainda nua. Ela se levantou assim que me viu e
percebeu que estava agitado.
— Aconteceu alguma coisa? – ela perguntou preocupada.
— Vamos. Enrola-se na toalha e vamos tomar um banho. Preciso ir buscar minha irmã.
— Sua irmã? Onde? – ela parecia confusa.
— Amor, no caminho eu explicarei. Não temos tempo agora – disse dando um beijo rápido.
Ela assentiu e caminhou ao meu lado para dentro da casa grande.
Tomamos um banho rápido e nos vestimos. Em pouco tempo, estávamos no carro a caminho
da casa do Jonas.
Eu dirigia rápido e senti que Verônica estava começando a ficar assustada. Eu estava calado e
tenso.
— O que aconteceu com sua irmã? – ela perguntou cautelosa.
— Eu sai ontem atrás dela no Red. Terry tem problemas com drogas – disse olhando para ela.
— Por isso você sabia que estava drogada ontem? – ela parecia chocada.
— Sim. Terry usa drogas há cinco anos. Já internei, já esteve presa duas vezes... Essa garota
não se emenda – disse irritado.
— E onde ela está? Está bem?
— Está na casa de um amigo que foi comigo ontem. Quando te vi no Red, eu quis tirá-la de lá
e acabou que Jonas ficou sozinho para encontrá-la.
— E ela está bem agora?
— Não. Jonas disse que levou uma surra. Provavelmente de algum traficante. Deve ter ficado
devendo alguma coisa, sei lá – disse furioso. Se eu achasse aquele merda do namorado dela, eu o
mataria.
O resto do percurso foi mais calmo. Verônica conversava comigo tentando me acalmar e fez
com sucesso. Em pouco tempo, estava mais tranquilo.
Quando chegamos, pedi para que Verônica ficasse no carro, mas ela se recusou. Disse que
não me deixaria sozinho.
Entramos juntos na casa de Jonas.
Assim que Jonas abriu a porta, o empurrei com tudo passando na maior velocidade.
— Oi – ouvi Verônica dizer a ele entrando...
— Você é a moça do Red? – Jonas perguntou e automaticamente me lembrei das
circunstâncias em que a viu – quase tendo um orgasmo.
— Sim – ela disse constrangida.
Jonas ficou olhando para ela por mais tempo do que deveria. Se eu não tivesse total confiança
nele, eu partiria sua cara ao meio.
— Vai parar de ficar secando minha mulher e me levar até minha irmã? – rosnei.
Jonas chacoalhou a cabeça como se para sair de um transe e me olhou.
— Terry está na minha cama – ele disse e isso fez meu sangue ferver.
— Mas por que ela está em sua cama? Se você pelo menos ousou em encostar um delo nela...– disse de modo grosseiro.
— Pare de ser idiota – ele resmungou. — Vamos, te levo até lá – ele disse e subimos as
escadas deixando Verônica para trás.
Assim que entrei no quarto e a vi, meu coração quase saltou pela boca. Terry estava
praticamente com o rosto desfigurado. Um olho inchado e roxo, um corte pequeno nos lábios e a
alguns hematomas pelo rosto. Estava deitada ainda dormindo. Estava coberta por um lençol
branco e quando o tirei de cima dela, estava apenas de calcinha e sutiã. Dei um olhar mortal para
Jonas e ele deu de ombros.
— Ela precisava de um banho – olhou cauteloso. — Estava coberta de sangue Adrian.
— Quem fez isso a ela? – perguntei com um fio de voz.
— Não sei. Encontrei-a caída atrás do Red. Chamei um médico ele a examinou e disse que
está tudo bem com ela. Não quebrou nada. Prescreveu alguns analgésicos e só.
— Há quanto tempo ela dorme?
— Há algum tempo. Dei os remédios e ela capotou.
— Droga Jonas. Deveria ter me ligado antes – disse chateado. — Mas agradeço por cuidar
dela. Obrigado – disse dando um abraço nele. Jonas era um bom amigo.
— E a moça lá embaixo? – Jonas me fitou por um instante.
— O que tem ela?
— Ela se parece um pouco com a Sara - disse num sussurro.
— É – resmunguei. — Mas o nome dela é Verônica. E, é minha mulher agora – disse com os
olhos queimando. — Eu vi o jeito que a olhou. Se fizer isso de novo, arranco seus olhos.
— Ei cara... Que estresse – ele levantou as mãos em sinal de paz.
— Terry está me deixando louco. Porque ela não toma juízo? – bufei.
— Como vai levá-la?
— Vou acordá-la e colocá-la no carro.
— Então tá – Jonas pareceu não gostar muito, mas me ajudou a despertá-la.
Assim que conseguimos, Jonas pegou a roupa dela e me deu para vesti-la.
Terry protestou ainda um pouco sonolenta.
— Adrian – ela sussurrava.
— Vamos para casa Terry. Está com sorte que está toda quebrada. Minha vontade era eu
mesmo te dar uma surra daquelas – resmunguei.
— Ei! Pega leve com ela – Jonas reclamou.
— Vai se ferrar Jonas – resmunguei e ele sorriu.
Peguei-a no colo e desci as escadas. Terry estava com as mãos enroladas em meu pescoço.
Assim que a coloquei no chão e perguntei se conseguia andar, o olhar dela se cruzou com
Verônica parada nos olhando aflita.
— Oh meu Deus, Adrian! Eu morri? – Terry disse e eu entendi completamente o que estava
dizendo. Ela achava que estava vendo a Sara na frente dela. E pelo visto, Verônica também
entendeu. Pois no mesmo instante, sua expressão mudou e parecia um pouco chateada.
Droga! Mas que merda que todo mundo tem que lembrar da Sara na frente dela.

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