capítulo 25

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Verônica Sandler
Chegamos a agência de publicidade: Miller´s. O nome não poderia ser mais original – ri
internamente. Fiquei impressionada com a fachada. Estava esperando algo mais extravagante.
Me surpreendi pela elegância e simplicidade. O nome Miller´s, estava ostentado no beiral da
fachada preta em letras caixa de cor branca. O lindo jardim em frente a agência, deixava o
lugar elegante e sofisticado de uma maneira que era agradável aos olhos. Fiquei longos minutos
apenas contemplando a beleza do lugar. O prédio não era tão alto. Apenas três andares. Mas, a
extensão era considerável.
Passamos pela enorme porta de vidro. Dois seguranças armados, faziam a ronda no salão da
recepção. Havia uma bela mulher atrás do balcão de mármore. Morena, cabelos ondulados,
olhos azuis e nariz empinado. Adrian caminhou até ela e disse algo que não pude ouvir. Ela sorriu
para ele de uma forma que fiquei enfurecida. Claro que ela estava dando o maior mole para ele.
Quem não daria? Adrian pegou algo da mão dela e se despediu. Caminhou em minha direção
olhando-me fixamente.
— Vamos – disse assim que se aproximou. — Vou te levar para conhecer a agência. Depois,
vamos conversar sobre sua permanência aqui – ele concluiu colocando sua mão em minhas
costas, guiando-me para dentro do pequeno elevador.
— É lindo aqui – disse empolgada.
— Essa agência é uma filial. A matriz está localizada em Los Angeles. Você iria adorar
conhecer – ele sorri olhando minha reação de “Tá falando sério?”
— Uau! – exclamei. — Quem cuida da agência de Los Angeles? – perguntei curiosa.
— Meus pais – ele responde assim que o elevador para no terceiro andar.
Saímos e Adrian caminha pelo extenso corredor segurando minha mão. A parede da direita, é
totalmente de vidro. Do teto até o chão. As salas ficam expostas através dos vidros fumê.
Algumas estão fechadas com persianas brancas e outras, expostas para quem quiser ver.
Passamos por uma sala onde havia um belo rapaz sentado em frente a um computador.
Totalmente despreocupado, ele digitava algo enquanto cantava “Cedo ou Tarde – NX Zero” com
os fones no ouvido. Ele estava usando uma camisa preta de botões com as mangas dobradas até
seu antebraço, e, por debaixo, uma camiseta branca. A julgar pela camisa apertada, ele era
extremamente forte. A camisa aderia com perfeição a seus braços e tórax. Cabelo espetado,
olhos escuros e uma pele magnífica. O cara era um gatinho.
Entramos na sala e Adrian se aproximou dele com uma carranca.
— Boa tarde, Tony – ele o cumprimentou um pouco rude. O rapaz tirou os fones rapidamente
e deu um sorriso sem graça.
— Boa tarde, Sr. Miller – ele respondeu olhando-me de uma maneira curiosa. “Só falta cair
duro para trás achando que sou a defunta”.
— Tony, esta é a Srta. Sandler. Verônica Sandler. A partir de hoje, ela irá trabalhar conosco e
quero que a auxilie no quer for necessário. Ela irá ocupar o cargo da Alana provisoriamente.
“Alana? Quem é essa?”
— Sim, senhor Miller – o rapaz disse estendendo sua mão para me cumprimentar.
— Pode me esperar aqui por um instante? – Adrian me perguntou.
— Sim, claro.
Adrian passou pela sala entrando num pequeno corredor a direita. Fiquei ali naquele mesmo
lugar onde estava, olhando para a sala em que estava com aquele belo rapaz. Tony. Um belo
nome.
Ele parecia um pouco desconfortável com algo. Talvez o jeito imponente e autoritário de
Adrian, tenha o deixado envergonhado.
Tony voltou para sua mesa e se sentou. Acenou para me sentasse no grande sofá preto no
canto da sala. O ambiente não era muito grande, mas, bem sofisticado.
Havia duas mesas de vidro. A dele e uma outra vazia. As paredes brancas com quadros
abstratos e coloridos, deixavam o ambiente alegre.
— Você também é publicitária? – Tony perguntou.
— Ah, não – disse balançando a cabeça em negativa.
— Sei – ele resmungou. — Alana é diretora de Marketing. Interessante – ele sorriu.
Diretora de Marketing? Adrian está pirando?
— Se não é publicitária, então... – ele me olhava com curiosidade.
— Então, senhor Antônio Alves – Adrian surgiu de repente e o olhava de uma tal forma que se
tivesse a possibilidade de fuzilar o coitado, ele certamente o fuzilaria. — Preciso que saiba que a
Srta. Sandler, é minha mulher. E, a formação dela, não está em discussão – concluiu.
— Desculpe, senhor – ele disse com a cabeça baixa.
— Preciso dos últimos relatórios. Sabe onde está o contrato que ela fechou na semana
passada?
— Sim – o rapaz respondeu enquanto procurava algo no imenso armário atrás dele. Puxou
uma pasta vermelha e entregou a Adrian dizendo:
— O comercial já foi aprovado e o contrato assinado. Mas, temos um problema – ele disse
mordendo o lábio.
— Diga.
— A montadora contratou o famoso Jason Maxwell para o comercial.
“Jason Maxwell, Jason Maxwell, oh puta que pariu!”
— O quê?
A expressão de Adrian mudou assim que Tony mencionou o nome de Jason. Isso não vai dar
certo.
— E o próprio Jason, exigiu que déssemos suporte na gravação.
— Jason exigiu? – ele pareceu surpreso. — Não é o nosso trabalho, Tony – ele rosnou. — Isso
está fora de cogitação – Adrian disse soltando fogo pelo nariz.
— Eu entendo. Mas, Alana fechou o contrato com um adendo. Ela concordou em acompanhar
as gravações e dar o suporte necessário.
Adrian estava desnorteado. Ele andava de um lado para o outro passando as mãos pelos
cabelos.
— Tudo bem. Você acompanhará tudo.
— Mas senhor, eu não tenho a experiência necessária. Sou apenas um estagiário e a Alana a
diretora. Ela quem deveria...
— Tony – Adrian suspirou tentando manter o controle. — A Srta. Alana está de licença. Na ausência dela, você responde.
— Sim, senhor.
— Quero que me deixe a par de tudo. E, Verônica?
— Sim – disse levantando-me do sofá.
— Venha. Vou lhe mostrar sua sala.
Caminhei rapidamente até ele e o acompanhei pelo corredor. Havia apenas duas salas.
— A sala da direita é para as nossas reuniões. E essa aqui – disse guiando-me para dentro da
sala. — Será sua provisoriamente.
Fiquei embasbacada com que vi. A sala era enorme e a decoração chiquérrima. Havia uma
mesa enorme de vidro preta e atrás da mesa, uma parede toda decorada com letras coloridas.
Nela estava escrita “Propaganda, Marketing, Publicidade”. O piso em porcelanato bege, dava
toda a sofisticação ao ambiente. Os itens decorativos, mobília... Nada deixava a desejar. Mas, o
que me deixou fascinada, foi a vista pela imensa janela de vidro. Simplesmente sensacional.
— Adrian – suspirei. — Isso está fora do meu alcance. E-eu não tenho nem ideia do que fazer.
Não entendo de nada disso. Achei que me colocaria como secretária, assistente, ajudante, sei lá...
Adrian me olhava com diversão. Fechou a porta do escritório e se aproximou lentamente de
mim com um sorriso no rosto.
— Eu sei. Mas, também sei que se esforçar um pouquinho, você conseguirá. Como eu disse, é
provisório – ele disse e me abraçou. — Praticamente, você não terá que fazer muita coisa. Alana
volta daqui a uma semana. Eu explicarei tudo para você.
— Você tem certeza disso? – perguntei olhando-o fixamente. Ele só poderia estar louco.
— Sim. Depois que Alana voltar, você ficará comigo. Em minha sala – ele sorriu.
— Não sei não – disse puxando-o pela gravata. — Também não daria certo. Passar o dia
inteiro ao seu lado, numa sala fechada...
— Está com pensamentos obscenos, Srta. Sandler? – ele perguntou arqueando a sobrancelha.
— Você quem está dizendo – disse dando-lhe um beijo demorado.
Quando Adrian se afastou, me olhou e disse num tom autoritário:
— Quero você longe de Jason.
“Estava demorando”.
Eu olhei para ele e vi uma certa insegurança. Como ele pode ser tão inseguro?
— Tudo bem – sorri.
— O que você precisar, pode pedir ao Tony. Tenho total confiança nele.
— Está certo.
— Eu vou te explicar tudo direitinho. Fique tranquila – ele sorriu passando a mão em meu
rosto. — Gostou do telefone novo?
— Ah, sim. Só preciso colocar para carregar e começar a usar.
Estava aliviada que agora, estava livre do Charles. Para ser sincera, muito aliviada. Pelo
menos por um bom tempo. Preciso apenas pensar num jeito de devolver a ele a quantia que
depositou na conta da clínica. “Mas como farei isso?”.
— Crie uma conta de e-mail para você também. Vai precisar.
— Sim, chefe – disse em tom de diversão.
— Chefe é? Gostei disso – ele riu. — E tenha em mente que sou um chefe chato e controlador.
— Já imaginava – disse revirando os olhos.
— Bom saber que anda imaginado coisas comigo, querida – ele me puxou para ele e me
bloqueou contra a parede. Levou sua mão esquerda até minha nuca e agarrou meus cabelos
puxando-os fortemente do jeito que meu olhar encontrasse o seu. Sua outra mão, passeava em
minha coxa desavergonhadamente.
— Adrian... – suspirei fechando os olhos. Essa aproximação me deixava desnorteada. Adrian
afetava todos os meus sentidos. Era como um imã. Nossos corpos se encaixavam perfeitamente.
— Shhhhhh! – ele sussurrou em meu ouvido. Ele foi beijando meu pescoço passando a língua
e dando leves mordidas.
— Adrian, pare com isso – alertei.
Ele se afastou e me olhou com um sorriso.
— É praticamente impossível querida. Você me provoca com esse vestido minúsculo.
— Controle-se.
— Impossível – ele sussurrou em minha boca. — Olha como eu estou por você – sussurrou
enquanto roçava sua ereção em mim. Ele estava duro. E eu, ficando cada vez mais excitada.
— Adrian pare. Ainda temos muitas coisas a fazer.
— Claro – disse me olhando e se afastou. — Mas quero que você tenha em mente meu amor,
que mais cedo ou mais tarde, eu quero você aqui – disse passando a mão em cima da mesa
enorme.
— Em cima desta mesa, para que eu possa fazer com você o que eu quiser – concluiu. Seu
olhar safado me deixou enlouquecida. Por mim, arrancaria as roupas e deitaria agora mesmo
naquela mesa. Mas não. Não quero misturar as coisas.
— Comporte-se, Sr. Miller. Não quero ter que relatar ao RH, que meu chefe controlador, anda
me assediando – disse aproximando-me dele.
Adrian me puxou para ele e me deu um tapa de leve na bunda pegando-me de surpresa.
— Ai!
— Não me ameace, Srta. Sandler. A punição para isso, será pior do que a de hoje – disse
puxando meu cabelo. Seu rosto tão perto do meu, dava para sentir seu hálito quente. A respiração
ofegante...
— Hummm. Acho que gostei de ser punida – sorri maliciosamente.
— Você é insaciável – ele riu. — Vamos. Vou lhe apresentar aos funcionários, diretores...
Quero que todos saibam que você é minha.
— Sua?
— Sim, minha.

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