capítulo 22

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Adrian Miller
Saio do quarto para evitar mais brigas. A verdade é que estou puto de raiva. Como ela pode
me esconder que não tomava pílula? É louca? Eu sei que não havia perguntado nada a ela sobre
isso, mas, ela deveria ter dito.
Vou direto para meu escritório. Fico sentado na cadeira com as mãos na cabeça pensando.
Merda!
Ligo meu notebooke digito no google diafragma. Sinto-me um idiota fazendo isso. Quero saber
o que aquele troço faz e os riscos. Clico em um site médico e a página abre com uma foto do
diafragma igual ao dela. O que leio não me agrada. Há muitas desvantagens do que vantagens.
Inclusive, a alta taxa de falha é o que mais me preocupa. Eu não queria correr o risco de
engravidá-la agora. Ainda é muito cedo e precisamos nos conhecer muito ainda. Hoje, depois de
tê-la visto tão preocupada com sua mãe no hospital, senti pena dela. A fatalidade sobre o irmão, a
doença da mãe e o pai que a culpou pela morte do irmão... Era tanta coisa ruim em sua vida que
me deixou sem chão. Posso até entender os motivos que a levaram para aquele caminho em que
estava. Mas, jamais iria aceitar que voltasse para ele outra vez.
Eu quero muito me casar com ela e ter vários filhos. Só que ainda não é o momento. Havia
outras prioridades. E a maior delas, era conseguir tirar sua mãe da clínica e trazê-la para morar
conosco. Claro que assistida por especialistas 24 horas. Eu queria fazer algo por ela. Em seus
olhos, eu pude ver o amor que tinha por sua mãe e a dor que sentia em deixá-la sozinha. E, eu
faria de tudo para que fosse feliz. Um filho agora, só iria dificultar nosso relacionamento. “Como
eu poderia cuidar de uma criança nesse momento caótico da minha vida?”.
São tantos problemas, que não consigo me imaginar com filhos agora. Terry consumia meu
tempo com suas irresponsabilidades. Desde que nossos pais foram para Los Angeles, a deixaram
sob minha responsabilidade. Seu gênio é difícil e ela não tem um pingo de cuidado com a própria
vida. Já passei várias madrugadas dirigindo pelas ruas de São Paulo a sua procura. Quando a
encontrava, estava bêbada ou drogada. Nunca trabalhou e sempre teve relacionamentos
complicados. Ela é um porre. Antes, mantinha meu foco totalmente voltado para seus cuidados.
Agora era diferente, tenho a Verônica em minha vida. E faria de tudo para mantê-la ao meu
lado.
Fico ali pesquisando sobre outros métodos e encontro um bem interessante: “adesivo
anticoncepcional”. Fiz uma nota mentalmente para não esquecer de perguntar mais sobre ele,
quando a levasse a médica.
Desliguei o notebook e saí do escritório trancando a porta. Passei até o bar e me servi de um
pouco de uísque.
— Está sem sono? – uma voz surge ecoando na sala. Maria está parada encostada no batente
da porta me encarando.
— Um pouco – sorrio dando um gole em minha bebida.
— Como a Terry se comportou hoje? Deu muito trabalho?
— Não muito – ela torceu o nariz. — Ficou a tarde inteira conversando com o Jonas ao
telefone.
— Jonas? – perguntei intrigado franzindo o cenho.
— Mas, a tarde foi bem tranquila – ela sorriu.
— Espero que ela se dê conta das besteiras que anda aprontando – disse enfurecido. — Acho
que já estou ficando até de cabelos brancos – digo passando a mão pelo cabelo.
Maria ri e diz:
— Ela vai mudar Adrian. Vai mudar – diz suspirando. Acho que nem ela mesma acredita no
que diz.
— Espero que sim. Senão, não sei mais o que farei para tirá-la dessa vida. Eu já estou ficando
de saco cheio e agora eu tenho a Verônica. Não vou deixar isso atrapalhar meu relacionamento
com ela. Eu e Sara brigávamos muito por causa dela. Não quero que isso se repita.
— Terry não gostou dela?
— Terry não gostava nem de Sara – retruquei. — Hoje quando fui até seu quarto, ela chamou
Verônica de clone, acredita? – disse furioso.
— Ela sempre teve ciúmes de você, Adrian. Acho que é injusto você dizer que ela não gostava
da Sara. Pelo que pude ver, Verônica é totalmente diferente dela.
— Sim. Ela é – sorri.
— Então. Lembre-se que era Sara quem maltratava a Terry. Ela nunca gostou dela pelo fato
da vida que levava e o fato de que você estava sempre pronto para ajudá-la. Não acho que
Verônica vá implicar com você, por estar ajudando sua própria irmã, Adrian. Quando Verônica
acordou hoje de manhã, a primeira coisa que me perguntou, foi como ela estava.
— Eu a amo, Maria. Muito – disse. — E desta vez, não vou deixar que as inconsequências da
Terry prejudiquem meu relacionamento.
— Vá com calma meu filho. Senão, poderá causar uma guerra entre as duas. Terry é difícil
de lidar. E, por mais que Verônica me pareça na dela, ela tem um gênio forte. Pude ver no dia
em que saiu daqui determinada a nunca mais voltar – disse me olhando e quando se aproximou
de mim, me abraçou. — Você só precisa saber controlar seu ciúme. Sem querer, acabei ouvindo
vocês dois discutindo no quarto. Você não era assim com a Sara. O médico dela sempre foi
homem e você nunca se importou.
— É diferente Maria – disse ficando tenso. — Não quero e pronto.
— Está parecendo criança agindo dessa forma.
— Que seja – bufei. — Você não entende – disse um pouco rude. Eu fui o único homem de
Sara. Com Verônica, era diferente. Eu morria de ciúmes por saber que teve vários homens. Não
queria que mais nenhum chegasse perto dela. Nenhum.
— Vou me deitar. Acho que deveria fazer o mesmo – disse me olhando com ternura. Maria
era uma mãezona. O que eu faria sem ela?
— Boa noite, Maria. Já estou indo também – dei um meio sorriso e ela se foi.
Fiquei sentado no sofá até minha bebida acabar. Quando terminei, coloquei o copo sobre o
aparador e fui para o quarto. Precisava de um longo banho para colocar as ideias em ordem.
Entrei no quarto e Verônica já estava dormindo. Passei direto e fui para o banho. Sequei-me e
saí nu, andando até o closet, para pegar minha boxer branca. Coloquei a cueca e me afundei ao seu lado. Quando coloquei minhas mãos por debaixo do lençol para abraçá-la, senti suas costas
nuas. Puxei-a contra meu peito abraçando-a e ela resmungou se encaixando perfeitamente em
mim. Toquei em seus seios e fui descendo minhas mãos alisando seu corpo perfeito, e quando
chegou em seus quadris, a ausência de sua calcinha me deixou a meio mastro. “Puta que pariu.
Isso é golpe baixo”.
Tentei acordá-la, mas dormia como uma pedra. Nem se mexia. Eu poderia arrancar minha
cueca agora e penetrá-la, que certamente ela nem se lembraria de nada. Mas eu não gostava
desse jeito. Contive-me e tentei afastar os pensamentos que estava tendo. Em como fodê-la nessa
posição. Essa mulher está me matando e me roubando a sanidade. Eu só penso em tocá-la, beijá-
la, amá-la... Mas, por hoje, só por hoje, vou me contentar em dormir de conchinha com ela,
mesmo meu pau estando aqui, duro e latejando gritando por liberação. Amanhã, eu irei acordar
e a primeira coisa que farei: acordá-la e fodê-la duro até que esquecesse o próprio nome, para
que se lembrasse de não me provocar desse jeito outra vez.
Dei um beijo em seu pescoço e sussurrei em seu ouvido:
— Boa noite, meu amor. Espero que descanse bem essa noite. Pois amanhã, você me paga –
sorri abraçando-a mais forte. Fechei os olhos e tentei dormir. Essa noite seria longa.

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