T W O

57 5 0
                                    


Se meninos malvados trazem o céu até você, porque as meninas malvadas também não podem? Essa uma pergunta que a muito me incomoda.

- Porque Meninas malvadas sempre são as vadias e não as mocinhas? - pergunto depois de fechar meu salto.

- Talvez a resposta esteja na sua pergunta - diz Charlotte sem tirar os olhos do espelho em seu armário.

- Você acha que eu sou uma vadia?

- Acho - ela responde com os lábios abertos enquanto passa rímel.

- Obrigada - sorrio. - Como estou? - dou uma voltinha quando ganho sua atenção.

- Quanto tempo que você não coloca um vestido cheio de frufru assim? - ela pergunta ao olhar meu vestido cinza com saia solta e com mangas de renda.

- Meu aniversário de 16 anos - vou até o espelho do meu armário.

Tentando não me lembrar desse maldito dia.

- Está parecendo uma vadia culta agora - rimos e ela franze a testa. - Porque resolveu colocar hoje?

- Eu vou vê-lo e preciso parecer mocinha.

- Qual o seu plano maligno pra essa noite?

- Vou explicar - sento na cadeira. - Feche os olhos. - peço e ela me obedece. - Agora visualize uma sala de uma festa cheia de gente, duas pessoas chama sua atenção, a primeira está dançando, tem várias mulheres ao redor e ele deixa que elas o toquem e em sua mão tem uma garrafa de tequila. Do outro lado sentado no sofá está um cara bonito, mas apenas está conversando, reservado, não mostrando muito de si. Quem você escolheria.

- O que está sentado, óbvio.

- Porque?

- Menos concorrência, menos obstáculos, ele tem cara de quem vai me levar pra casa no final da noite.

- Então vá até ele, mas sabendo que você é uma grande bad girl e ele parece correr de você. O que você faz?

- Corro atrás dele, posso ser uma Bad girl mas ainda quero que ele me leve pra casa.

- Você quer aquele conforto que ele te trás - ela assente com a cabeça. - Sendo uma Bad girl ele vai se desmanchar por você, porque ele tem o instinto de tentar te salvar.

Ela abre os olhos agora entendendo a explicação.

- Mas na verdade ele só quer te destruir - ela completa.

- Lobo na pele de cordeiro - abro um sorriso malvado.

A semana passou consideravelmente rápido demais, em todo o tempo observei Kalil Daniels no refeitório, sempre na companhia de um cara alto, pele morena e cabelo preto liso e uma loira tão branca que nem parece morar na Califórnia. Nathan é o tipo de cara que conhece todos e descobriu que Kalil estaria na festa de sua fraternidade.

Vai ser minha primeira festa como universitária e dando início a minha primeira caçada da faculdade. Estou muito nervosa e nem posso acender um cigarro para relaxar, não quero ficar fedendo a fumaça.

Uma Boa MentiraOnde histórias criam vida. Descubra agora