T W E N T Y O N E

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• N • O • W •

Abro os olhos e fecho logo em seguida com a dor que sucede na minha cabeça com o movimento. O que aconteceu? Abro os olhos devagar e encaro o teto ainda tentando forçar a minha mente a lembrar do que aconteceu, mas só consigo lembrar de eu está bebendo e um fiasco de memória de eu ter fumado, mas não lembro nem da onde surgiu o baseado. Minha boca está com gosto de areia e sinto una dor no estômago se fome.

Eu não devia ter bebido tanto daquele jeito, vai ser um sábado cheio de ressaca e então pisco. Esse não é o meu quarto do alojamento, as paredes são brancas e essa cama é muito alta pra ser a minha. Olho para o meu braço que está com um curativo e há um fio que conecta em um soro. Eu devo ter tido um coma alcoólico, tento me sentar mas a dor na minha cabeça me faz desistir logo.

Olho o outro lado do quarto e arregalo os olhos ao ver Kalil sentado em uma poltrona bem próxima da cama, ele está com roupas diferentes do dia da corrida, jeans escuro, moletom e tênis. Seu celular está em seu peito e eu penso em pegar o aparelho pra me orientar de que horas são, Álvaro vai chegar nesta manhã e eu tenho que devolver as chaves de sua moto.

Escuto o celular dele vibra com a chegada de uma mensagem e ele toma um susto quase derrubando o aparelho. Ele pisca passando a mão nos cabelos e então percebe que eu estou o encarando e arregala os olhos.

– A quanto tempo está acordada? - ele pergunta vindo em minha direção e segura a minha mão.

– Quem é você? - eu brinco e seus olhos ficam mais arregalados.

– Você não lembra de mim? - ele parece arrasado e eu abro um sorrisinho. – Não brinca com essas coisas, Agnes Fanning!

– Não seja chato, Daniels. E não tem muito tempo que estou acordada - minha voz sai rouca e baixa e eu estreito os olhos. – Minha língua está pesada.

– Preciso chamar a enfermeira - ele passa a mão por meu rosto e sai correndo do quarto.

Por que ele está aqui? Cadê a Charlotte? Penso em um questionário inteiro antes dele voltar sozinho.

– Eu tive um coma álcoolico, não foi? - pergunto.

– Na verdade não - ele diz. – A enfermeira vai explicar melhor, ela já está vindo.

– Cadê a Charlotte?

– Eu a convenci a ir pra casa pra descansar um pouco - ele volta pegar na minha mão.

– Convenceu? Kalil, a quando tempo eu estou aqui?

A enfermeira entra no quadro com uma prancheta na mão interrompendo ele antes que diga um A sequer, ela também tem uma pequena bandeja na outra mão. Ela é nova, baixa e os cabelos castanhos estão amarrados no alto da cabeça.

– Oi Agnes, eu sou a enfermeira Elena, como está se sentindo?

Ela tira do jaleco um aparelho de aferir a pressão e enrola o negócio em meu braço.

– Estou com uma dor de cabeça insuportável, deve ser só ressaca - dou de ombros e ignoro uma piada que vem na minha cabeça por causa do nome dela e de uma série de tv.

– Creio que não - ela anota a minha pressão na prancheta e verifica meus outros sinais vitais.

Ela não fala mais nada além do necessário e eu tampouco, Kalil está observando tudo com as mãos no bolso do moletom. Franzo a testa, tenho certeza que pra alguém que teve um coma álcoolico ver tantos sinais vitais não é normal. Algo está acontecendo. Elena pega uma seringa

Uma Boa MentiraOnde histórias criam vida. Descubra agora