F O U R T E E N

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Acotovelo as pessoas para passar. Vejo ele entrando no banheiro e meu coração parece bater em minhas costelas quando eu adentro no banheiro. Kalil está na área da faculdade rival e as coisas podem ficar feias pra ele, já que o banheiro está lotado dos caras da Leste. Reconheço os cabelos de Álvaro em meio as comemorações de seus amigos.

Seguro seu braço quando Kalil vai em direção a Álvaro e ele me olha irritado e solta seu braço do meu aperto. Nossa pequena comoção chama a atenção dos outros.

– Você quer defender seu amiguinho? - ele praticamente cospe as palavras dando alguns passos para trás.

– Para com isso - engulo em seco.

– Agnes? - Álvaro se aproxima preocupado e vejo arrependimento em seu olhar.

Charlotte, Jason e Hellen entram no banheiro e Charlotte vem pro meu lado assustada.

– Vocês dois queriam tirar uma com a nossa cara, foi isso? - Kalil grita apontando um dedo para Álvaro.

– Não foi assim! - me defendo mas Álvaro coloca uma mão em meu ombro.

– A gente pode explicar - ele diz calmamente e sua tranquilidade faz Kalil ficar mais irritado.

– Explicar o que? - ele para e abre um sorriso meio enojado. – Vocês dois estavam juntos depois da festa da Hellen.

– As coisas não são como você está achando, Kalil - tento me explicar mas ele já está se afastando e saindo do banheiro.

– Você mesma disse que estava com ele no sábado de manhã, não tem como negar - Jason fala apontando pra Álvaro e depois vai atrás do seu amigo seguido por Hellen.

– Que merda - Charlotte resmunga colocando uma mão na testa.

– Eu não tinha ideia, Agnes - murmura Álvaro me abraçando. – Eu estraguei seu plano.

– Não estragou não - suspiro e enterro minha cabeça em seu peito. – Eu vou dar um jeito, mas vou precisar de você pra isso.

– Eu faço qualquer coisa - ele me afasta o suficiente para eu olhar em seus olhos.

Charlotte toca a bochecha dele onde agora a pele avermelhada está ganhando um tom arroxeado.

– Onde você pensa que estava com a cabeça quando resolveu entrar em luta clandestina! - ela explode e eu me afasto de Álvaro.

– Eu precisava do dinheiro pra começar minha vida na cidade - ele se explica mas isso não parece acalmar a loira fumegante.

– Essas merdas é coisa de marginal, Álvaro! - ela coloca a mão na cintura inquieta e abaixo o tom percebendo como chamou a atenção dos outros presentes. – Por favor não vire um.

– Eu não vou, pelo amor de Deus! - ele passa os dedos pelo rosto dela que se afasta e agarra a minha mão.

– Apareça no alojamento amanhã antes da aula e é bom que você esteja acordado.

Ela me leva pra fora da chácara já chamando um táxi.

– Preciso falar com o Kalil - minha voz quase não sai pelo bolo formado em minha garganta. – Tenho que explicar pra ele que o Álvaro é apenas meu amigo e estava só me ajudando.

Uma Boa MentiraOnde histórias criam vida. Descubra agora