Uma Boa Mentira

E P Í L O G O

Depois de conversar com Charlotte por telefone finalmente desci para a piscina, naquela manhã antes de todos acordarem, fui até o quarto de Joe e conversei sobre Amy, sobre como ela queria ser igual a gente e como a gente deveria lhe dar um crédito melhor.

Agora que nossa família estava a beira de ruir por causa da infidelidade da nossa querida mãe, nós precisamos estar mais unidos do que nunca.

Quando chego na área externa da casa, a família ja está reunida, os avós e primos das duas partes da família estão correndo de um lado para o outro e as crianças pulando na parte rasa da piscina. A mãe da minha bisavó é brasileira e então a nossa família tem essa mania de juntar a família, fazer um churrasco na beira da piscina e beber até escurecer ou até amanhecer novamente, depende do dia.

A parte materna da família gostam da ideia da família animada, pelo menos a parte mais nova, porque meus avós e tios mais velhos não deixam de retorcer o nariz toda vez que alguém abre o cooler pra pegar cerveja.

Levanto um pouco a aba do boné para ver melhor as pessoas e depois de falar com a maioria do pessoal da família, faço três drinques disfarçados e vou até a beira da piscina onde Joe está com Amy e nosso primo favorito na beira da água. Sento ao lado de Joe e entrego um copo a cada um, menos a Amy que faz beicinho.

– Eu sei muito bem o que são esses copos - ela diz e eu levanto as sobrancelhas. – E é muito bom está desse lado do contrabando.

Pra minha surpresa Joe rir e Luan nos olha divertido.

– Vou demorar um pouco pra me acostumar com ela fazendo parte do nosso pequeno grupo - diz nosso primo olhando em volta.

Ele é enorme e agora sem camisa da pra perceber que é por causa da dedicação na academia, sua pele é morena e seus olhos castanhos como o meu e o de Joe. Ele tem os cabelos  curtos e pequenos cachos molhados, ele ver que estou encarando e sorri.

– Você agora é universitária! - ele exclama e eu devolvo o sorriso.

– Não é nada demais, é como se eu estivesse no ensino médio, mas com pessoas que repetiram de ano, até as festas são iguais.

Mas se tem uma coisa que no ensino médio não tinha, era as coisas clandestinas, que dava uma pitada de excitação. Não vou revelar essa parte para eles, mesmo que sejam bastante confiáveis. Eles apenas ficariam preocupados por eu está envolvida nessas coisas.

– O que você tem feito, Luan?

– Estou estudando pra entrar em Stanford mas vou ter que dar uma relaxada pra fazer um intercâmbio.

– Onde? - pergunto animada.

– Brasil - ele diz e todos arregalamos os olhos. – Eu sei, incrível não?

É tipo um mini sonho ir lá, conhecer a terra da nossa tataravó, sempre quis conhecer o lugar mas nosso pai nunca tem tempo pra isso, apesar de sempre ter pra ir pra Europa.

– Quando você vai? - pergunta Amy igualmente animada.

– O ano letivo lá começa em fevereiro, acredita? - É realmente estranho. Luan esfrega a nuca. – Vou partir no final de janeiro, espero que seja a melhor viagem.

– E vai.

Conversamos melhor sobre a viagem dele e nos animamos tanto que algumas pessoas vem saber o motivo e então ficam igualmente animados. O almoço é servido, juntaram várias mesas e colocaram diversas travessas com o cheiro que meu estômago reclamava pra sentir aquilo, as saladas tem desenhos lindos e sinto pena quando vejo as pessoas destruindo.

Sento em uma mesa escorregando um pouco na cadeira por causa da umidade do meu corpo. Joe e Luan sentam comigo enquanto Amy está exibindo suas técnicas no celular do outro lado da piscina. Nem dou a primeira garfada quando meu celular toca indicando uma mensagem.

Meu coração pula uma batida quando vejo quem é o remetente, e começa a bater descompassado quando releio o nome.

Kalil

Quase deixo o celular cair na comida quando finalmente leio a mensagem:

@Precisamos conversar, me avise quando estiver em San Francisco.

***

Oi cinco pessoas que leram isso rs.  Este foi o último capítulo.