capítulo quarenta e um;

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— O que irá fazer? — A voz de Youngho ecoou pelo quarto de Yuta.

Depois da conversa que tivera com Sicheng, era mais que óbvio que Taeyong fazia coisas dentro da empresa para proteger seus amigos.

Afinal, quem era Lee Hyukjae? Teria sido ele quem vazou o famoso vídeo? Tudo indicava que sim.

— Eu vou tirar Taeyong de lá, nem que isso custe a minha liberdade. — Diz firme. Youngho arregala os olhos.

— Yuta, pense direito, se esse homem realmente tiver as fotos que ele alega ter, não será só você que irá preso... — O Seo avisa, encarando os olhos negros do amigo.

— Youngho, meu amigo, eu sempre levo em conta tudo o que diz, mas hoje, eu fiz esta decisão sozinho. — Nakamoto diz, e suspira. — Mas Taeyong não merece sofrer por algo que a culpa é nossa. Ele não estava fumando, e sim nós.

— Essa decisão não vai somente de você, Yuta. — O Seo rebate.

— Eu sei. — O seu tom é baixo. — Mas não posso permitir que Taeyong pague por algo que eu fiz. Você não se sente mal por isso? — Pergunta, caminhando na direção do amigo. — Não se sente nem um pouco mal ao imaginar o que Taeyong passa dentro daquele inferno, para lhe proteger? Proteger os seus namorados? Aliás, imagina o escândalo que seria se soubessem do relacionamento a três que vocês têm? Ele está sofrendo as consequências dos nossos atos, Youngho. E eu não quero que mais ninguém se machuque por minha causa.

*

— Senhor Lee? Tem um rapaz querendo conversar com o senhor. Minju, a secretária de Hyukjae, o avisa.

— Quem seria? — O rapaz pergunta, sem tirar os olhos das letras tingidas em inúmeros papéis sobre sua mesa.

— Yuta. — Diz, e Lee para imediatamente o que fazia, tirando seus óculos.

— Mande-o entrar. — Profere, fazendo um sinal com a mão.

A secretária se curva e logo sai da sala, dando espaço para que o outro jovem pudesse adentrar. Assim que os olhos negros de Nakamoto puseram-se sobre o corpo alto de Hyukjae, ele já imaginara com quem estaria lidando. Ambos se curvaram, em puro ato de respeito e educação.

— Boa tarde. — O garoto mais novo ali diz.

— Boa tarde, pode se sentar. — Hyukjae diz, apontando para a poltrona na frente de sua mesa. Assim o japonês fez. — No que posso ajudar? — Inquire, tentando ser o mais formal e profissional possível.

— Olha, eu vou ser bem direto, pois quero acabar rapidamente com este problema. — Yuta diz, e apoia ambas as palmas de suas mãos sobre a mesa de madeira negra e fria. — Eu sei sobre as ameaças que Lee Taeyong está enfrentando nesta empresa.

— Não sei do que está falando. — Hyukjae diz, endireitando sua postura.

— Eu sei sobre seu plano para ter tomado a empresa das mãos de Taeil, como também sei sobre as possíveis fotos. — Diz simples, mantendo sua calma.

— Sinto muito, senhor, mas não posso lhe ajudar neste quesito. — O Lee diz e Nakamoto ri amargamente.

— Você é sempre tão nojento assim? Não tem nojo ou vergonha do que obriga um funcionário seu a fazer?

— Antes de tudo, eu não obrigo ninguém a fazer nada. — Hyukjae rebate, ficando de pé, ato repetido pelo jovem Nakamoto. — Se Taeyong trabalha aqui, é porque ele quer.

Então estamos com um pequeno problema, senhor Lee. — Yuta diz. — Ele não quer trabalhar aqui.

— Como pode ter tanta certeza? Ele nem deve saber que está aqui.

— Por que acha isso?

Eu ordenei que ele ficasse longe de você.

— Você não tem nenhum direito de posse sobre ele. — Yuta profere. — Ele é uma pessoa, não um de seus objetos colecionáveis.

— Sabe, senhor Nakamoto, — Hyukjae diz, abrindo uma garrafa de whisky que repousava sobre sua mesa, despejando o líquido dentro do copo que estava ao lado do recipiente, o levando de encontro aos lábios. — Como você deve saber, eu tenho grande influência sobre meus funcionários... — Morde seus lábios. — É bem provável que Taeyong esteja apaixonado por mim, e por tal motivo não pediu demissão.

— Creio que não seja por isso. — Nakamoto rebate, tentando manter a postura e não cair na conversa fiada de Hyukjae. — Você está o mantando preso, não deixando-o sair. E mesmo eu não sabendo o real motivo disso, eu sei com o que está o chantageando.

— Ah, agora vamos falar sobre as tais fotos? — O Lee questiona, com um sorriso malicioso nos lábios. Virou um pouco mais de whisky entre seus lábios, e caminhou até uma estante, retirando uma pasta azul pequena. Colocou o copo com o líquido meio dourado sobre a mesa, e abriu a pasta, tirando algumas fotos de lá. — Seriam estas?

E, porra, não é que ele realmente tinha as tais fotos?

Nas imagens, era possível ver Jaehyun, Youngho, Yuta e, para pôr uma cereja no topo do bolo, Yugyeom.

— Curiosas essas fotos, não? — O Lee pergunta, deixando com que Nakamoto as pegasse na mão para poder analisá-las. — O irônico é que eu tenho elas salvas no meu computador, e algumas cópias com alguém de extrema confiança.

Eu sabia... — Yuta diz baixo, sua fala não foi ouvida pelo outro. — Então é com isso que você está chantageando o Taeyong?

— Sim. — Responde simples e claro.

Hyukjae estava cansado, e queria por todas as cartas na mesa.

Literalmente.

— E se Taeyong não cumprir suas ordens? — Yuta se permite perguntar. O Lee ri baixo.

— As fotos vazam "anonimamente". — Diz, fazendo aspas com os dedos. — Mas esse não vai ser o primeiro caso de coisas vazarem anonimamente, não é, Yuta? — Profere, rindo sadicamente.

— O que quer dizer?

— Ah, ouvi boatos pelos corredores da empresa que me contaram sobre como seus pais souberam sobre sua sexualidade.Leva o copo de encontro aos lábios.

— E o que isso tem haver com você? — O japonês rebate, encarando seu rival.

Rival. Bom, Nakamoto já o encarava assim.

— Nada, eu só achei meio irônico a coincidência, sabe? Com o fato de supostamente vazarem também algumas fotos suas com o filho do pastor. — Hyukjae se permitiu rir. — Você é um pouco descuidado.

— Como você sabe disso?

— Eu apenas ouvi boatos.

*

— Quando você iria me contar que seu novo chefe é Lee Hyukjae, ou melhor dizendo, seu irmão mais velho?

— Como você sabe disso? — Taeyong inquire pasmo, saindo do local e indo para seu quarto, tentando cortar o assunto.

— Não vem tentar me enrolar, Taeyong. — Yugyeom diz, entrando no quarto do loiro, logo fechando a porta. — Eu sei que Hyukjae é o seu irmão, e que ele já aprontou muito com você.

— Yugyeom...

— Taeyong, ele está te forçando a fazer coisas que você não quer? — O tom de voz de Yugyeom foi baixo. Suspirou em alívio ao ver o Lee negando com a cabeça. — Por favor, saía daquele lugar.

— Eu não posso — Diz, com algumas lágrimas em seus olhos. — Se eu tentar sair de lá, ele irá vazar fotos que podem prejudicar você, o Yuta, o Youngho e o Jaehyun. — Completa, já se desmanchando em prantos.

Yugyeom o abraça.

***

estamos na reta finaaaal

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