capítulo quarenta e três;

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Sicheng estava na sala de seu chefe, Lee Hyukjae, sem sua permissão. Ele nunca faria isso. Bem, não faria antes de descobrir todas as trapaças de seu amante. Sabia exatamente onde Hyukjae estava naquele momento, já que devorava a agenda de compromissos do mesmo.

— Achei! — Diz, finalmente encontrando a fina pasta vermelha.

O Dong gostava, e muito, de seu chefe, porém não aprovava nenhuma ação que o mesmo estava tendo. Se certificando de que era a única pasta ali, sorriu e retirou as fotos que ali tinham.

Ele não estava fazendo isso por Yuta, Jaehyun ou Youngho, mas sim pelos irmãos Lee. Sicheng havia se apegado muito a ambos. Taeyong sempre se mostrou um ótimo amigo durante esses meses que passaram juntos e bem; Hyukjae era a pessoa que o chinês amava – infelizmente.

Sorrindo travesso, apagou todas as provas que Hyukjae podia usar contra Taeyong e seus amigos.

Sicheng amava o mais velho, mas não podia prejudicar pessoas inocentes por conta do egoísmo de seu amado.

— Sinto muito, Hyuk... — Diz, falando com o nada. — Mas não posso deixar você acabar com a vida de pessoas tão boas. Principalmente, a de seu irmão.

*

Taeyong estava com sua cabeça entre a curva do pescoço de Yuta, que dormia calmamente. Sua respiração quente batia nos cabelos do loiro, os balançando levemente.

Nakamoto cumpriu sua promessa. Ele não havia ido embora, pelo contrário, passou o dia ao lado do Lee. Mesmo que a relação dos dois não estivesse a mesma – por conta da última discussão que tiveram e sobre Yuta já saber o que estava acontecendo de verdade – eles agiam como se nada tivesse acontecido.

O loiro fazia desenhos imaginários com as pontas de seus dedos contra a pele amorenada do japonês, sentindo o calor que o corpo do maior emanava.

Ainda com várias questões em sua cabeça, ele apenas escutava o respirar de Yuta próximo ao seu ouvido.

O Lee se levantou lentamente, tentando não acordar o outro. Foi para a cozinha, procurando algo para comer.

Yugyeom havia passado o dia fora, na casa de Bambam – claro que havia ligado para Taeyong, assim não o deixava preocupado.

Estava fazendo panquecas, já que com as coisas que continha dentro da geladeira e dos armários era a única coisa que poderia ser feita. Tomava cuidado para não sujar a cozinha – pois sempre que o fazia, dava muito trabalho para limpá-la.

Se assustou ao sentir os braços fortes e definidos de Yuta abraçarem sua cintura, beijando sua nuca.

— Quer me matar do coração? — Pergunta, ouvindo uma risada baixa do outro.

— Desculpe, não queria lhe assustar. — Diz, beijando a bochecha do outro. — O que está fazendo?

— Panquecas, estou morrendo de fome. — Responde, sentindo o outro rir novamente.

Assim que terminou de fazer as tais panquecas, as colocou em um prato grande de vidro, deixando-as sobre o balcão de mármore da cozinha.

— Coma antes que você também morra de fome. — O Lee diz, e se derrete ao ter um sorriso de Yuta direcionado a si.

— Tudo bem, Tae. — Nakamoto diz, acompanhando o loiro em seu lanche.

— Yuta?

— Hum?

— Ontem você chegou aqui em um clima de despedida. — Começou, parando de comer assim que assistiu as reações do Nakamoto. — Eu quero que me conte o que está acontecendo.

— Taeyong... você não precisa saber.. — Profere, tentando manter o outro calmo.

Ah, Yuta, não funcionou.

— Por favor, Yuta! Me diz! Eu não quero que você vá embora e finja que não aconteceu nada, de que nunca fomos nada... —Diz, prendendo seu choro na garganta.

— Eu não quero que carregue outro peso, Taeyong. — Explica, enquanto segura a mão do outro, que a puxa de volta.

— Me conta, Yuta. — Seu tom é firme. — Por que não quer me contar? Não confia em mim, é isso?

— Não é isso, Taeyong. Por favor, me escuta. — Pede, se levantando e dando a volta ao balcão, segurando o Lee pelos ombros. — Só quero lhe pedir para que depois de eu ter ido embora, me esqueça.

— O quê? Por quê?

— Taeyong... acho melhor eu ir embora... — Yuta diz, se afastando e indo na direção do quarto, para pegar suas roupas.

— Ei, Yuta! — Gritou da cozinha, já indignado.

Entrou no quarto, assistindo o mesmo vestir suas roupas novamente. Aproveitou o momento de distração do japonês e pegou o celular do outro.

— Taeyong, me dá isso. — Pede calmo, mas se desespera quando o loiro se tranca no banheiro. — TAEYONG! POR FAVOR, ABRE A PORTA — Pede, gritando para que o outro pudesse lhe ouvir.

Sabia que o menor não iria sair tão cedo, então sentou-se na cama do mesmo, suspirando derrotado. Apoiou seu rosto sobre suas mãos e começou a chorar.

Merda.

Por que tudo de bom na sua vida durava pouco?

Depois de longos minutos, Nakamoto ouviu a porta do banheiro ser aberta e um Taeyong de olhos transbordando lágrimas saiu.

Suas bochechas estavam vermelhas e Yuta só queria o abraçar e dizer que tudo iria ficar bem.

Mas não iria ficar nada bem.

— Por que não me contou? — Pergunta o outro, com as lágrimas grossas escorrendo por seu rosto delicado.

— Eu não queria lhe magoar...

— Já estou magoado, Yuta. Você vem aqui, aproveita seus "últimos" momentos, transa comigo e me mima até dizer chega. Como acha que eu estou? — Diz, soluçando ao terminar.

— Taeyong...

— Yuta, você vai pro Japão, para o exército... no Japão! Como espera que eu aceite isso? Merda, eu to apaixonado por você. Suportei muita coisa para te proteger, e é assim que me agradece? Me deixando? Indo embora?

— Não foi uma escolha minha, ok? — Nakamoto diz, o encarando. — Meu pai me alistou assim que eu saí da Pornhub. Eu só fui saber dessa merda três dias atrás e queria poder aproveitar um tempo com você antes de ir...

O Lee ainda chorava, mesmo que mais baixo.

— Eu te amo, Taeyong. — Diz pela primeira vez, chocando o outro rapaz. — E amo muito. Como acha que me senti com todas aquelas mentiras? Eu sofri, muito. Perdi qualquer esperança que tinha em poder ficar contigo, Taeyong. — Tentava não chorar, mas não conseguia.

— Eu...

— Não precisa me amar de volta, Taeyong.

Yuta não teve tempo para raciocinar direito, pois em poucos segundos seus lábios estavam grudados aos do Lee.

— Eu te amo, Yuta.

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