Capítulo 1

1.5K 39 8
                                    

Finalmente tinha chegado o verão, – já sentia a falta dos raios a invadirem a minha pele – e verão é sinónimo de férias, de umas férias bem merecidas.

No primeiro dia de férias. Levantei-me cedo e fui correr para o parque, aproveitar a brisa fresca da manhã. Coloquei os fones nos ouvidos e iniciei a minha caminhada até ao parque e depois comecei o meu treino. Era assim todas as manhãs, fins-de-semana incluídos. Treinava intensamente e o meu corpo começava a queimar alguma gordura, mas nada comparado ao que pretendia.

Certo dia, durante a minha corrida, um jovem, com cerca de 1,85m chocou comigo, no entanto prosseguiu a sua corrida sem sequer pedir desculpas. “Estúpido” pensei e continuei a minha corrida, tinha um objetivo a cumprir e não era um parvo qualquer que me ia impedir.

- Como é que correu? – Perguntou a minha irmã Rosa.

- Consegui correr cerca de 2,5km sem parar. – É um bom recorde visto que sofro de problemas respiratórios e a minha resistência não é das melhores.

- É melhor que nada.

- Sim é melhor que nada. – Concordei.

Ouvi o meu telemóvel tocar.

- Ele não parou de tocar desde que saíste. – Informou-me Rosa.

- E viste quem era?

- Não mas faz-me um favor, atende isso imediatamente, já não o posso ouvir mais. Tens mesmo que alterar o teu toque. – Declarou enquanto eu caminhava na direção do telemóvel.

- Estou? Quem fala? – Atendi sem reconhecer o número.

- Daqui fala a Lurdes Pimenta, recorda-se de mim?

Demorei uns segundos a associar o nome a uma cara.

- Sim já me recordo. Precisa de alguma coisa?

- Queria saber se estás interessada em trabalhar para mim? – A Lurdes era uma amiga da minha mãe e, havia uns dias atrás, antes do início das férias, ela ouviu-me a comentar com a minha mãe que queria arranjar um emprego para as férias. – Olha, querida se estiveres interessada esta tarde aparece cá em casa e falamos.

- E é para fazer o quê?

- Trabalho doméstico. – Respondeu. – Mas é melhor que nada, não concordas?

- Sim, é melhor que nada. – Concordei. – Por volta das 16h passo em sua casa.

- Combinado. Adeus querida.

- Adeus.

- Quem era? – Perguntou Rosa.

- E o que é que tens a ver com isso?

- Vá lá, depois de ter aturado o teu telemóvel durante toda a manhã, o mínimo que podias fazer era dizer quem era.

- Era a Dona Lurdes, satisfeita?

- A sério? Pensei que fosse o teu namorado, para estar a insistir tanto. – E deitou-me um sorriso maldoso.

Encolhi os ombros e dirigi-me para o meu quarto. Estava a precisar de um banho.

As horas passaram a correr e quando olhei para o relógio já eram 15:30h. Precisava de pelo menos 20 minutos para chegar a casa dela a pé, por isso pus-me a caminho.

- Olá minha querida, entra!- Disse a Dona Lurdes com um sorriso de orelha a orelha. – É um prazer ajudar-te.

Sorri e entrei.

- Bom, eu sei que queres arranjar um emprego que não te ocupe muito tempo para te poderes divertir também, e eu sei que estás a precisar. – Disse as últimas palavras mostrando um sorriso fraterno. – Ora a mulher que faz a limpezas cá em casa, está em licença de maternidade e só regressa dentro de 3 meses, por isso pensei “E se contratasse a Marta?”. Eu acho que é uma boa ideia e tu?

Para toda a vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora