Tinha passado cerca de uma semana depois de ter estado com a Ana e ainda me sentia mal por ter falado rispidamente com ela quando nos conhecemos. Depois de sairmos do hospital o André trouxe-me a casa e não voltei a vê-la e, independentemente do André me jurar que ela já tinha esquecido o sucedido eu não conseguia esquecer, pois aquela não era a minha maneira de ser, aquela não era a educação que eu tinha.
- O que é que se passa contigo? – Perguntou a minha mãe transpondo a porta do meu quarto.
- Nada. – Limitei-me a responder.
- Eu conheço-te. – Falou sentando-se ao meu lado. – Tem alguma coisa a ver com o André?
- Não, porquê?
- Sabes, eu gostava de o conhecer.
O André já tinha estado em minha casa mas naquele momento a minha mãe estava numa consulta e por isso não tinha tido a oportunidade de o conhecer.
- E porque é que o queres conhecer?
- Ora essa! – Replicou num tom de indignação – Já não posso conhecer os amigos da minha filha?
- Talvez um dia.
O silêncio voltou a pairar no ar, o único que se ouvia era o ruído que vinha do exterior do quarto.
- Estás preparada?
Desviei a minha atenção para a minha mãe tentando decifrar o referente da questão e, ao ver a minha dificuldade em associar a pergunta a uma provável resposta ela continua:
- Estás preparada para o primeiro dia de aulas? É já amanhã.
- Não há nada que preparar, já ando nisto há onze anos e todos eles são iguais.
Não me lembrava que as aulas começavam no dia seguinte, a minha cabeça andava ocupada com outro tipo de preocupações.
- Posso juntar-me a vocês? – Interrompeu Rosa.
- Claro que sim! – Respondeu a minha mãe. – E tu? Estás preparada para amanhã?
- É claro que sim. Estou tão ansiosa!
- Expliquem-me como é que alguém está ansioso para começar as aulas? – Repliquei. – Não é que não goste de estudar mas também não estou ansiosa para que as aulas comecem além de que estou a adorar estas férias e não quero que acabem.
- Estas férias passaram a correr! – Admitiu Rosa.
- Podes crer, parece que… - Fui interrompida pelo meu telemóvel.
- Estás ocupada? – Perguntou André do outro lado da linha.
- Mais ou menos porquê?
- Porque esta noite o pessoal vai sair e queria saber se queres vir connosco. A Ana também vai e podias aproveitar para falares com ela.
- Adorava mas isso vai ser impossível. Amanhã começam as aulas.
- Já?! – Exclamou.
- Pois também foi essa a minha reação.
- E como é que vamos fazer com os treinos?
- Conciliando com as aulas. – Enquanto falava a minha mãe e a Rosa estavam com o olhar presos em mim ouvindo atentamente a conversa. – Olha falamos mais logo é que tenho aqui duas pessoas inconvenientemente curiosas.
- Só uma coisa, amanhã a que horas sais da escola?
- 13:30h porquê?
- Amanhã almoçamos juntos. Quer dizer a minha avó quer que venhas cá almoçar.
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Para toda a vida
Подростковая литератураQuem diria que uma mera corrida matinal pudesse mudar completamente a vida de uma pessoa? Marta e André começaram com o pé esquerdo mas rapidamente alteraram a situação, acabando por se tornar nos melhores amigos e mais tarde namorados. Ela vivia p...