Não sei como mas os meus pais não me impediram de fazer a viagem, enquanto que convencer os pais da Leonor foi muito trabalhoso mas no fim conseguimos a autorização deles.
- México aqui vamos nós! – Gritou a Leonor depois de ter convencido os pais dela.
Ela estava muito feliz com aquela viagem, acho que era a que estava mais animada de todos nós, isso porque também era a única que desconhecia o verdadeiro motivo da nossa ida ao México.
Na noite anterior á viagem a Leonor dormiu em minha casa pois o André tinha-me dito que nos ia buscar. Ela quase não dormiu nessa noite, estava eufórica.
- Quero ir ao Xcaret. - Falou
- Queres ir aonde? - Encarei-a incrédula com o que tinha acabado de ouvir, sinceramente nunca tinha ouvido coisa tão estranha na minha vida.
- Quero ir ao Xcaret. – Repetiu – É um parque temático ecológico situado na Rivieira Maya no estado do Quintana Roo. – Ela fez uma pausa – Quanto tempo achas que vamos ficar lá? Achas que nos vamos divertir?
- Não sei. – Menti. Quer dizer eu estava a dizer a verdade, eu realmente não sabia quanto tempo ia durar a nossa viagem mas desconfiava o quão perigosa esta se podia tornar.
A noite passou rapidamente e, por volta das 7:30h da manhã o André apareceu em minha casa e depois seguimos para o aeroporto onde já todos nos esperavam.
- Pensei que se tinham perdido! – Comentou David.
- Para a próxima ficas tu encarregue de acordares o Afonso. Este gajo nem com um balde de água fria acorda. – Retorquiu André – E depois vemos quem se perde.
- Tu não perdes nenhuma oportunidade para denegrir a minha imagem. – Resmungou Afonso.
- Eu não tenho culpa que durmas como uma pedra.
A discussão terminou pois fomos avisados de que o avião partiria dentro de meia hora e por isso dirigimo-nos ao balcão para fazer o check-in e depois entrámos no avião. Tínhamos pela frente cerca de 12:30h de voo. Felizmente viajámos na classe executiva o que se traduziu num maior conforto.
- O que é que vocês vieram realmente fazer? – Perguntei ao André após algumas horas de silêncio total entre nós, durante aquele tempo apenas nos limitámos a acariciar a mão um do outro e por vezes trocávamos um beijo.
- Para te ser sincero eu também não sei ao certo. O que sei é que um dos “clientes” do Tiago lhe pediu um favor que será muito bem renumerado.
- Mas que favor é esse?
- Problema é mesmo esse, ninguém sabe. Ele não nos informou de nada, limitou-se a dizer que assim que chegarmos receberemos as ordens.
- Estás a gozar, certo? O Tiago não é pessoa para aceitar as coisas sem estar minimamente informado.
- Tens razão, mas este homem é demasiado poderoso e influente – ele encarou-me – Não podemos perder esse homem para outras pessoas.
- Mas vocês não sabem nada e ainda por cima… - soltei a minha mão e esfreguei a cara – Tu tens noção qual é o país para onde vamos?
- Marta…
- Aquele país está cheio de cartéis de droga, por isso explica-me o que é que vocês vão lá fazer? Porque é que esse homem não pagou a algum desses traficantes? Porque é que está a gastar tanto dinheiro?
- Porque é que achas que viemos tantos? Achas mesmo que permitiria que o Tiago viesse sozinho? Em Portugal fazemos muitos trabalhos sozinhos ou em pares, mas quando ele nos disse que ia viajar para o México nenhum de nós deixou que ele viesse sozinho.
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Para toda a vida
Ficção AdolescenteQuem diria que uma mera corrida matinal pudesse mudar completamente a vida de uma pessoa? Marta e André começaram com o pé esquerdo mas rapidamente alteraram a situação, acabando por se tornar nos melhores amigos e mais tarde namorados. Ela vivia p...