Capítulo 3

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- Seja bem aparecida! – Disse André quando cheguei. – Pensei que já não vinhas.

- São agora 7:40h atrasei-me apenas 5 minutos.

- Eu estou aqui desde a 7:15h.

- Caíste da cama? – Perguntei admirada. Eu estava acordada há muito tempo mas nunca imaginei que ele fosse tão cedo para o parque.

- Bom, começamos? – Indagou ele.

- Claro.

- Começamos com uma corrida.

- Sim senhor.

- Deixemo-nos de conversas e vê se me acompanhas.

Ao fim de 10 minutos tive de parar. O ritmo de corrida dele era completamente diferente do meu.

- Então já te cansaste?

- Não aguento mais, tenho de descansar um pouco. – Disse arquejando.

- Ok, fazemos uma pausa.

Atirámo-nos os dois para a relva.

- Então, fala-me de ti.

- O que queres que te diga? O meu nome é Marta e tenho 16 anos.

- Passatempos?

- Ouvir música, ler, escrever…

- Tens irmãos?

- Sim uma de 12 anos. Mais alguma coisa?

- Por acaso tem mais uma pergunta.

- Força aí.

- Estás pronta?

- Pronta para quê?

Levantou-se e deu-me a mão para me ajudar a erguer. Então aproximou-se de mim e ficamos lado a lado. Ele apontou para uma árvore na outra ponta do parque.

- O último a chegar paga um sumo ao outro. Alinhas?

- Prepara o dinheiro. – Disse sorrindo.

Avançamos os dois a alta velocidade, por vezes quando o que ia atrás conseguia ultrapassar o outro dava-lhe um empurrão. E quando estávamos a chegar á meta ele fez demasiada força e eu caí ao chão. Parou automaticamente e veio ter comigo ajoelhando-se á minha frente.

- Ups, desculpa. Estás bem?

- Estou. Ajuda-me a levantar.

- Tens a certeza que estás bem?

Olhei-o sorrindo e comecei a correr novamente cruzando a meta em primeiro lugar.

- Batoteira. – Exclamou quando chega á minha beira.

- Isso não é verdade, cada pessoa tem os seus métodos para alcançar os seus objetivos.

- Para mim isso foi fazer batota.

- Chama-lhe o que quiseres. – Olhei para o relógio, já se fazia tarde e estava na altura de regressar. – Tenho de ir mas não me esqueço que me deves um sumo.

Ele levantou as mãos em sinal de rendição.

- Encontramo-nos amanhã?

Acenei com a cabeça e rumei em direção a casa.

- Olha para o teu estado! – A minha madrasta observou-me incrédula. – Isso é que foi correr.

- Pois… - Disse atirando-me para o sofá. Mal sentia as pernas.

- Ouvi dizer que a Lurdes te deu trabalho. – Acenei com a cabeça. – Quando começas?

Para toda a vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora