- Seja bem aparecida! – Disse André quando cheguei. – Pensei que já não vinhas.
- São agora 7:40h atrasei-me apenas 5 minutos.
- Eu estou aqui desde a 7:15h.
- Caíste da cama? – Perguntei admirada. Eu estava acordada há muito tempo mas nunca imaginei que ele fosse tão cedo para o parque.
- Bom, começamos? – Indagou ele.
- Claro.
- Começamos com uma corrida.
- Sim senhor.
- Deixemo-nos de conversas e vê se me acompanhas.
Ao fim de 10 minutos tive de parar. O ritmo de corrida dele era completamente diferente do meu.
- Então já te cansaste?
- Não aguento mais, tenho de descansar um pouco. – Disse arquejando.
- Ok, fazemos uma pausa.
Atirámo-nos os dois para a relva.
- Então, fala-me de ti.
- O que queres que te diga? O meu nome é Marta e tenho 16 anos.
- Passatempos?
- Ouvir música, ler, escrever…
- Tens irmãos?
- Sim uma de 12 anos. Mais alguma coisa?
- Por acaso tem mais uma pergunta.
- Força aí.
- Estás pronta?
- Pronta para quê?
Levantou-se e deu-me a mão para me ajudar a erguer. Então aproximou-se de mim e ficamos lado a lado. Ele apontou para uma árvore na outra ponta do parque.
- O último a chegar paga um sumo ao outro. Alinhas?
- Prepara o dinheiro. – Disse sorrindo.
Avançamos os dois a alta velocidade, por vezes quando o que ia atrás conseguia ultrapassar o outro dava-lhe um empurrão. E quando estávamos a chegar á meta ele fez demasiada força e eu caí ao chão. Parou automaticamente e veio ter comigo ajoelhando-se á minha frente.
- Ups, desculpa. Estás bem?
- Estou. Ajuda-me a levantar.
- Tens a certeza que estás bem?
Olhei-o sorrindo e comecei a correr novamente cruzando a meta em primeiro lugar.
- Batoteira. – Exclamou quando chega á minha beira.
- Isso não é verdade, cada pessoa tem os seus métodos para alcançar os seus objetivos.
- Para mim isso foi fazer batota.
- Chama-lhe o que quiseres. – Olhei para o relógio, já se fazia tarde e estava na altura de regressar. – Tenho de ir mas não me esqueço que me deves um sumo.
Ele levantou as mãos em sinal de rendição.
- Encontramo-nos amanhã?
Acenei com a cabeça e rumei em direção a casa.
- Olha para o teu estado! – A minha madrasta observou-me incrédula. – Isso é que foi correr.
- Pois… - Disse atirando-me para o sofá. Mal sentia as pernas.
- Ouvi dizer que a Lurdes te deu trabalho. – Acenei com a cabeça. – Quando começas?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Para toda a vida
Teen FictionQuem diria que uma mera corrida matinal pudesse mudar completamente a vida de uma pessoa? Marta e André começaram com o pé esquerdo mas rapidamente alteraram a situação, acabando por se tornar nos melhores amigos e mais tarde namorados. Ela vivia p...