3 Marias

61 6 0
                                    

07 de janeiro de 2019

Desespero é moda e está em todos os lados. Quando tudo isso vai acabar?

Me perdi e os pés cresceram tanto que furaram os sapatos, os corpos espicharam e as roupas com desenhos animados não servem mais. Nos perdemos no tempo e o futuro chegou sem carros voadores apenas com sentimentos robóticos, pessoas hipnotizadas. É o ápice do verão nos deixando queimados, trazendo chuvas brutas e abafadas, criando arco íris a qualquer hora do dia.

Fantasias bobas e sonhos bons sobre voltar no tempo, perguntas no alto da serra perdendo o fôlego subindo nas pedras. Minutos de silêncio contemplando uma tempestade que está longe, molhando apenas os infelizes da selva de asfalto, e uma busca por inspiração no meio da paisagem montanhosa. Me disseram para apenas aproveitar então me mantive presente. Fiquei tão feliz que fiquei triste, a tristeza com leveza, talvez precisa.

Encolhidos na carroceria da caminhonete enquanto já éramos cobertos pela noite fria. Tinha tantas estrelas no céu naquele lugar escuro, dava até para ver os alienígenas passeando por lá, brincando nas constelações. Quem sabe identificar uma?

Minha avó dizia que não podia apontar para as estrelas porque nasceria uma verruga na ponta do dedo, eu nunca apontei e também nunca entendi os motivos dessas mentirinhas, e ninguém ligou para isso porque apontamos para o céu e vislumbramos toda a luz de Ouro Branco ao longe no pequeno vão das montanhas. Minas Gerais nunca decepciona. 

O céu não é azulOnde histórias criam vida. Descubra agora