Não foi minha intenção

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Grazi

Posso até parecer não me importar. Mas Fred deixou marcas profundas em mim. Marcas que talvez eu nunca consiga superar.
Quando Thiago, correu para aquele canto eu vi um filme passando diante dos meus olhos. Ninguém me falou do encontro dele de sábado. Eu estava passando em um táxi e vi. Doeu e a minha noite foi infernal. Me refiz e não questionei.
Talvez tentando me enganar com um talvez. Eu não tinha nem direito de questionar, ele nunca me deu esperanças e eu achei que estava muito bem assim, cada um seguindo sua vida e se encontrando quando era possível. Sem cobranças e amarras.

Tentei ignorar e não estragar o que tínhamos, porém a chegada do meu irmão, me fez questionar aonde estava meu orgulho e meu amor próprio. Eu não passaria por isso outro vez. Antes que lágrimas escorressem pelo meu rosto, eu me retirei.

Gabi estava acompanhado de Marcos e Alexandre. Um deles estava estudando para ser o braço direito do meu pai e eu não iria permitir que meu pai descobrisse que eu estava saindo com um homem branco. Não menti quando disse a ele que isso poderia ser um problema.

Mais tarde, fiquei sabendo que meu irmão foi coincidentemente até aquele bar.

Bati na porta de Thiago na mesma noite. Mas ele não me atendeu e foi melhor assim, era melhor parar antes de sofrer outra vez. Eu já sabia que desta vez seria bem mais difícil me recuperar. Era melhor sofrer um pouco agora do que mais tarde.

Meti a cara no trabalho e passei horas no estúdio. Finalmente quando saio para relaxar vejo o cachorro com outra no bar. Eu não imaginava que poderia doer tanto. Até mais do que dá primeira vez. Segurei firme meu orgulho e parti.

Sem sono, fiquei na varanda horas a fio e quando ele disse que queria conversar. Minha mente mandava eu negar, porém apenas um aceno positivo foi liberado por mim.

Vou responder sua pergunta, mas sem falar além do que devo e pricipalmente contar sobre a confusão que ele fez nascer dentro de mim em tão pouco tempo.

Thiago

Ainda de costa para mim, percebo ela esfregar as mãos de forma nervosa. Me aproximo devagar. Quero respostas. No entanto, fico apreensivo com o que posso ouvir.

-Por que quando sai da minha boca é ofensivo e quando é da de vocês é tão natural? -Pergunta sem se virar.

Dou mais dois passos e me coloco de frente para ela. Que agora me encara com um desafio no olhar.

-Vocês é muita gente Grazi, eu nunca falei isso pra você.

-Por um momento esqueci a forma como nos conhecemos, você me julgou por minha cor. Achou que eu vivia as custas de homens e que eu não era capaz. -deu um sorrisinho nervoso e continuou. -muitas coisas não saíram da sua boca, mas eu não sou burra Thiago e me irrita profundamente saber que você considera essa hipótese.

Minha mente parecia que ia dar um nó. Quem fala merda é ela e eu me torno o culpado.
Respiro fundo, buscando uma paciência que nunca tive e seguro suas mãos a conduzindo até o sofá. Talvez se sentar a acalme um pouco.

-Grazi, nunca achei que você fosse burra, uma mulher como você chegar aonde está é a maior prova...

-Saí. -falou se levantando em um pulo e esticando o dedo para a porta.

Ainda sentado, passo a mão em meus cabelos e a encaro tentando saber o que eu fiz dessa vez.

-Saio assim que você me contar o que eu fiz de errado. Saio e se for a sua vontade eu nunca mais volto. -falo esperando uma explicação lógica.

Ela me encara um pouco, olha tão profundamente em meus olhos, que deve estar vendo minha alma. Tenho até medo do que ela pode estar vendo.
Mas de alguma forma, acho que foi coisa boa. Pois seu semblante, deu uma quase imperceptível mudada.

MEU VICIO🔞 Trilogia BAILE DE MÁSCARAS 2Onde histórias criam vida. Descubra agora