O silêncio

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Bebi o segundo chope. Thomas estava tranquilo e eu também. Mas não por muito tempo.

Tinha um grupinho perto de nós. Elas já estavam bem altinhas. Era um grupo de mulheres, na maioria negra. Na nossa mesa estávamos eu, Thomas e dois colegas. Uma delas falou alto ao telefone e o Ricardo olhou para ela com um olhar de reprovação.

-O que foi Ricardo? -não resisti em questionar.

-Este bar já foi melhor, agora  qualquer pessoa tem acesso.

-Falou certo, pessoa. -completou Thomas.

-É isso aí cara, o local é público e como diria minha mãe... Os incomodados que se mude. -reafirmo

-Calma cara, não falei nada demais, que bicho te mordeu?

-O bicho da consciência. Olha assim por ela estar falando alto, mas eu vi muito bem seu olhar para o corpo dela quando ela se levantou. -acusei.

-Não sou cego e cá entre nós, dizem que as negras tem um fogo acima do normal. Um dia ainda pego uma dessa.

Olhei para Thomas que sorria, dê alguma forma aquele papo me deixou aborrecido.

-Meu amigo, sexo nada tem haver com cor, se você não tem pegada. Não coloque a culpa de você ser borracha fraca nas mulheres.

-Porra Thiago, fala sério que você nunca pensou em comer uma dessas. -latiu Cristiano.

-Meu querido, eu não sou canibal e acho que você deve respeitar as mulheres. Simples assim campeão. -falei pedindo mais um chope.

-Relaxa Thiago, os caras só estão brincando. -defendeu Thomas

-Sério que eu tenho que ouvir isso de você Thomas? Tenho que me calar enquanto eles deprecia...

-Cara eu não estava depreciado ninguém. Foi um elogio. -defendeu-se, me interrompendo Ricardo.

-Cara o que você está falando não tem nada haver. Relaxa irmão, te chamei pra gente beber e relaxar juntos, somente isso. -justifica-se Thomas.

-Se liga Thomas, não apoie quando os outros falarem sobre uma negra de maneira errônea. Ou de qualquer outra mulher. Nossa mãe não nos criou assim. -Completei bebendo o restante do chope.

Ele me olhou por um tempo e depois baixou os olhos em um silencioso pedido de desculpas. Eu não sei que merda eu tava fazendo, nunca fui o irmão consciente e nem desejava este título para mim.

-Desculpa irmão, vim porque queria saber se você estava bem e acabei criando um clima entre nós. -me desculpe.

-Relaxem e vamos esquecer isso. -sugeriu Cristiano.

Vez ou outra Thomas olhava as horas e quando seu celular tocou, olhou para a tela e não atendeu.
Novamente o celular dele toca e desta vez ele atende.
Responde de forma grosseira e depois se levanta em busca de mais privacidade.

Aproveito o momento e mando uma mensagem para Grazi.

-Está tudo bem! Gabriel está cuidando bem de você?

-Não estou bem, mas vou ficar. Gabriel ficou em casa com mamãe que bebeu demais.

Você está exatamente aonde? Me manda o endereço que vou te buscar quando você acabar.

-Vou aceitar, eu vim de táxi e já me arrependi.

-Arrasa pequena, mais tarde estarei aí.

-Obrigada lindo! Tchau! O dever me chama. Beijos.

-Beijos.

Pesquisei aonde ficava a boate e quando Thomas se aproximou, me despedi mandando ele ir para casa antes de encher a cara. Acho que ele entendeu minha mensagem e acabou saindo junto comigo.

MEU VICIO🔞 Trilogia BAILE DE MÁSCARAS 2Onde histórias criam vida. Descubra agora