Capítulo 3

148 20 0
                                    

"Alec estava surpreso pela maneira tranquila que o príncipe agia com os bárbaros. Pensava que quando ele assumisse o lugar do pai teria que ser mais firme em suas punições, caso o contrário logo estariam cheios de revoltas.

- Bom, imagino que Ágata é uma boa pedra... - Aires disse rindo.

- É bonito! - o homem deu de ombros, pouco importava - Vamos?

- Sim, mas antes preciso pensar em algo para Gayla. - o príncipe apertou os lábios - Sabe de algo interessante?

- Gayla?

- Sim, ela vai fazer dezoito anos, creio que ela mereça algo de sua terra natal. - o rapaz olhou ao redor, realmente pensativo.

- Vossa Alteza... - um dos soldados pediu licença para falar, timidamente - Eu vi no caminho para cá uma barraca com escudos circulares. Ela usa esse tipo de proteção, certo?

- Sim, bem lembrado! - o príncipe sorriu pedindo para ser levado para lá.

Aires era um rapaz tão bobo, chegava a dar pena em Alec. O rei Vicent era o tipo de homem que a sombra assustava até o mais corajoso guerreiro, até seu nome ou dizer sobre ele tirava a paz de muitos, mas o príncipe herdeiro era gentil e bondoso, não inspirava medo, talvez respeito, só que não o suficiente para manter o poder.

O rapaz olhava os escudos de madeira com desenhos no centro cheios de detalhes. Eram bonitos, mas longe de ser um instrumento que Catalan gostasse. Dentre todos o rapaz pegou um que havia um grande desenho de dragão e vários detalhes de metal.

- Vossa Alteza? - Alec tomou coragem quando viu o rapaz mandar um dos soldados esconder o presente - Permita-me perguntar, mas como pretende governar Zaark?

- Como assim? - o rapaz ficou tenso.

- Malakay em breve terá idade o suficiente para se tornar rei e ele deseja vingança, então, seu pai está aumentando o número de soldados por aqui, logo teremos uma guerra e você estará ajudando o seu pai. - uma pausa - Se tudo der certo, Zaark vai se tornar uma extensão de Catalan, isso aqui será seu reino, mas os bárbaros não vão aceitar. O que você pretende fazer?

O menino assustou diante disso, não tinha parado para pensar, para falar a verdade nunca tinha nem sonhado assumir o reino (por mais inevitável que seja) e agora uma guerra?

Podemos dizer que Aires estava passando pela sua primeira crise para a maturidade, todos nós passamos por isso em algum momento. É o medo de ter alguém dependendo de nós, o peso de nossas consequências sobre os ombros, responsabilidades as quais você não consegue mensurar, muito menos aceitar que são suas.

- Bom, Alec, você está mantendo tudo bem aqui... - ele disse engolindo seco - Acho que vou ter que compreender o que você está fazendo.

- Punições. - o homem disse sorrindo irônico - Muitas, se eles insistirem, piorar elas. O medo é uma excelente ferramenta.

Aquelas palavras pareciam ter saído da boca do rei. Ele lembrava de quando o pai havia voltado do ataque de Zaark com Gayla no colo, quando seu tio o questionou de suas atitudes e como aquilo iria se voltar contra ele quando todos os países de Aron estivessem irados em busca de vingança. Sem muita cerimônia o rei colocou a menina tremendo no chão e falou que ninguém atacaria aqueles que destruíram os mais fortes, todos estariam com medo.

- Vamos voltar? - Aires disse sem jeito."

Parei um momento na minha narrativa, temendo deixar fatos passarem, momentos importantes esquecidos. Perguntei-me o quando aquelas pessoas achavam que sabiam dessa história.

Princesa de Zaark [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora