Capítulo 18

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- Tente não se forçar muito... - a senhora Genoveva diz enquanto vê a menina se levantar da cama pela primeira vez.

Os pontos ainda não poderiam ser retirados e ela gemia a cada movimento brusco, mas a aparência roxa e vermelha da ferida havia melhorado consideravelmente, ainda que aquele machucado permanecesse bem feio. Um sorrio abriu no rosto da garota que foi direto em sua bolsa e colocou uma camiseta de linho branco. O tecido era um pouco falho em cobri-la corretamente sem nada em baixo, mas ela suspirou confortável.

- Lembre-se ainda há pontos na sua pele e eles podem abrir. - a senhora disse sendo contagiados pelo sorriso da menina - Então...

- Tomar cuidado? - ela disse de modo suave e melódico.

- Fique despreocupada, senhora Genoveva. - Marlon disse se levantando da sua cadeira - Ficarei de olho nela. Se os pontos abrirem será mais demorado me livrar dela.

- Até parece... - a menina riu se aproximando dele e chamando o Oto para seu ombro - Acho que estou, finalmente, sendo companhia para você.

- Oto é companhia o suficiente... - o pássaro saiu voando de seu ombro e pousou de onde a voz de Asterin vinha - Apesar de ser um traidor.

Risadas. Aquele som era mágico para ele vindo de Asterin. Era agradável notar como ela fazia isso com frequência e principalmente de modo doce e gentil.

- Bem... - a velha disse se levantando - Devo voltar para a vila. Mais uma vez criança, não se force e cuide bem da ferida.

- Você não precisa que alguém vá com você até a vila? - a moça disse preocupada.

- O que você não entendeu em não se force. - Genoveva disse rindo - Além disso, se eu não for capaz de fazer uma caminhada... acho que já podem me cremar.

Sem mais nada a dizer a senhora saiu da casa em passos alegres. Era bom ver alguém que estava cuidando sarar rapidamente como aquela garota, mesmo que fosse uma mentirosa, afinal, cartazes dela estavam espalhados por toda vila e Catalan parecia realmente empenhada para encontrá-la.

Enfim, qualquer inimigo de Catalan, mesmo que fosse uma ex-guarda, era amiga do povo de Zaark. Marlon ficariam empolgado em saber quem era aquela garota, mas por hora, a pobrezinha merecia descansar e esquecer essa bagunça. Por hora.

- Você parece animada... - Marlon disse segurando o braço da garota e a colocando sentada, preocupado - Até de mais.

- Bem, agora não sou uma inútil que fica deitada.

- Certo... - ele sorriu - Você agora é uma inútil em pé.

- Impressionante! - ela disse levantando a sobrancelha.

- O que?

- Você é incapaz de ser gentil. - ela deu um toque no ombro dele com o cotovelo - Pretendo te ajudar fazendo algo na cozinha e quando estiver melhor vou sair para caçar alguma coisa. Além disso, você já deixou bem claro que vai se aproveitar da minha voz em breve.

- Certo... - ele se levantou - Vamos ver se a garota sabe cozinhar. Me ajude picando os legumes.

Ele disse já indo para o caldeirão e acendendo a lenha, ia ser, de novo, sopa. Asterin refletiu como no castelo sempre havia uma variedade grande de comida. Provavelmente a cozinha gigantesca que tinham e o grande números de empregados deveria ajudar nessa tarefa. Engraçado como isso nunca havia chamado sua atenção.

Princesa de Zaark [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora