Capítulo 38

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- Ainda estamos conseguindo conter as notícias da morte do rei dentro de Catalan... - Darlan disse sentando no sofá e bufando - Mas em breve isso sairá daqui.

- Já enviei cartas para o rei de Uhall. - Aires disse suspirando - De resto pouco me importa.

O primo não pode deixar de notar que o futuro rei ainda tinha olhos vazios, tinha noção da falta de ânimo e alimentação do rapaz. Contudo, isso não importava muito, desde que mantivesse trabalhando, sua dor não era da sua conta. Mesmo que ele parecesse está meio... morto.

Akanta era quem estava representando problemas na sua vida, a pequena princesa, não saia de perto do seu guarda e pela primeira vez em muito tempo não estava realizando sua função como deveria. Se recusou em fazer as festas para a coroação de Aires rapidamente, disse que os dois deveriam está de luto e em paz, aquela guerra tinha treze anos e mais algumas semanas poderiam suportar. Ainda estava agressiva em relação a aproximação de Darlan.

- Vou mudar as estratégias que meu pai iria usar... - ele disse se levantando e mostrando a mesa que havia montado com o mapa da fronteira - Não concordava muito com o que ele queria fazer e... imagino que Gayla ou melhor, Avalon, já imagina o que iria fazer.

- Tem certeza disso? - o rapaz disse olhando para os bonecos de cavalaria dentro de Uhall, eles iriam para uma das terras de um dos clãs.

- Nosso país não é o único que deseja vingança... - ele disse arrastando aqueles bonecos para dentro de Zaark - Imagino que isso vá destabilizar os exércitos que devem ter sido reunidos com a chegada das Guerreiras na capital.

- Pretende fazer mais o que, Majestade?

- Não irei repetir nada do que meu pai fez. Estarei levando meus exércitos para Zaark, sem segredos. Eles irão me ver chegando e ver quando caírem.

- E o que faremos com a nossa princesa novata em seu cargo?

- Vamos nos preocupar de ganhar, por hora. - ele disse sem hesitar - Avalon será um problema só depois disso.

- Sim, meu senhor. - Darlan disse sorrindo e pedindo licença para enviar cartas a alguns generais.

Se tudo desse certo ele poderia ter aquela bárbara em suas mãos mais uma vez, a primeira coisa que faria seria levá-la a força para o altar e transformar aquelas terras de sua família em suas, depois teria filhos, muitos homens, para ajudá-lo a conquistar o resto de Zaark. Enquanto sonhava acordado não percebeu a aproximação de Akanta com o seu guarda, só percebeu ela quando se cruzaram.

A garota tinha se transformado completamente, tinha trocada seus vestidos de cores leves para as calças que Gayla sempre usava, túnicas de cores cruas e seu cabelo loiro preso em um coque meio desleixado. Tinha ouvido falar que a moça tinha começado a treinar com o guarda coisas que iam um pouco além de defesa. Talvez, ele deveria conversar com Aires sobre esse novo comportamento.

Akanta, depois de três dias de luto conversou com Caleb sobre sua nova posição na corte e pediu ajuda, precisava ser vista de outra forma por todas aquelas pessoas, as quais representavam perigo. Em uma semana ela tinha assumido quase que uma nova identidade, contudo, nunca tinha se sentido tão livre em toda a sua vida. Quase sorriu diante dos olhares de desprezo que receberá do primo, foi com determinação para a porta do escritório, agora, do seu irmão e abriu.

- Avalon foi vista na capital! - Akanta disse entrando - Gayla chegou...

- Já imaginávamos isso. - o rapaz falou guardando seus livros - Ela foi embora há quase três meses. Demorou muito para que ela fosse vista, na verdade...

Aquele cômodo tinha se transformado completamente depois da morte do pai dos dois. Aires tinha se livrado do quadro de Gayla, não deixava os livros e papéis espalhados e tinha achado um retrato da família, mandou ampliá-lo. Agora o fantasma que perturbava aquela sala era a seus pais e a sua irmã.

Princesa de Zaark [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora