Asterin passava o remédio no machucado fazendo milhares de barulhos estranhos, Marlon estava pensando seriamente em atirá-la para fora da casa.
- Acabou? - ele disse bufando.
- Sim... - ela disse solta do o ar aliviada - Dói muito!
- Sério? Nem fui capaz de ouvir.
- Que cruel! - ela riu se levantando da cadeira e indo para o canto pegar, pela primeira vez a bolsa.
Sem muita cerimônia ela começou a ver o que exatamente Jhon havia colocado ali dentro. Mudas de roupas, mas todos vestidos ou saias, dinheiro, algumas facas de luta e... seu ar falhou no peito, ali no meio de tudo estava um desenho seu de Aires, Akanta e Vincent, aquilo tinha sido feito há muitos anos atrás, deveria estava no meio das roupas. Sentia falta...
Bem, não era só o desenho que estava ali para lembrar do seu passado e aumentar sua dor de cabeça enquanto tentava refletir o que deveria fazer, mas também havia o escudo, o machado e o anel de noivado. O anel!
Assustada a moça olhou para o seu dedo e engoliu seco. Não tinha se livrado daquilo?
- Asterin, tudo bem? - o rapaz disse sentando na cama ao seu lado - Sua respiração está estranha.
- Eu... - ela começou a falar, mas se surpreendeu com a voz de choro.
Passando a mão pela sua bochecha sentiu o molhado. Merda!
- Eu... - ela tentou continuar, mas não conseguia, as lágrimas tomavam conta dela.
Sentia falta do castelo, das pessoas de lá, mas não podia voltar. Agora, aquelas lágrimas que deixavam seus olhos eram de Gayla, lutando pela última vez em voltar para a sua casa.
- Ei... - Marlon disse levantando sua mão e quase acertando a dela - Calma. O que foi?
- É tão frustrante não se lembrar de algo... - ela disse engolindo seco e pegando na mão dele - Só isso.
O rapaz ficou em silêncio por um tempo, refletindo um pouco, mas abriu um sorriso.
- Vamos sair um pouco? - ele disse se levantando e puxando a sua mão de leve - Você ficou presa nessa casa durante duas semanas, acho que isso possa está deixando sua mente ociosa e...
- Me enlouquecendo? - ela disse sorrindo - Concordo com você.
O rapaz decidiu manter sua mão na dela, pegou o cajado e assoviou para que Oto viesse até seu ombro. Asterin observava isso achando uma certa graça nessas preocupações para sair de casa, mas chegou a conclusão que isso era um rotina dele, a qual nunca antes sonhou em se preocupar.
Assim os dois saíram da casa, Marlon batendo o cajado no chão para saber por onde ia e Oto vez ou outra fazendo alguns barulhos, sinalizando o caminho.
- Para onde estamos indo?
- Há três vilarejos por aqui. - ele disse apertando a sua mão na dela - O que Genoveva mora é o maior deles por aqui, mas os outros dois só tem casas e um salão comunal, sem comércio ou pessoas de fora.
- Isso parece bom... - ela disse caminhando ao seu lado e observando as árvores que cresciam para todos os lados.
Foi assim durante boa parte do caminho, vez ou outra sentia uma pontada nos pontos, mas nada preocupante ou insuportável, até que uma música chegou a eles. Eram flautas, violinos, alaúdes e tambores, um ritmo único e delicioso, o coração de Asterin se animou imaginando aquela festa.
Com os passos um pouco mais velozes a floresta foi pouco a pouco abrindo espaço para algumas casas criadas quase que uma clareira grande com uma praça central e uma enorme construção de madeira pintada de azul e verde. A moça quase que saiu correndo em direção de uma pequena fogueira feita no centro de tudo e algumas pessoas dançando em uma pequena festa, mas Marlon parou no limiar da floresta de uma vez.
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Princesa de Zaark [Concluída]
FantasyUma contadora de histórias não tem paz, para onde vou encontro com pessoas famintas por novas narrativas de amor, poder e vingança, sempre querendo mais e mais. O que as pessoas normalmente não sabem é que todas as histórias existentes, sejam lenda...