Olho para meus ouvintes. Espero que tenho sido clara com as minhas palavras e pelo silêncio cativo que eles passavam, sintia que estava pelo menos fazendo o meu trabalho de entreter todos. Abri a boca em um bocejo, a Lua estava no seu ápice no céu e não tinha chegado na metade da história.
- Gwendolyne... - meu nome as vezes soava estranho para mim mesma, raramente alguem me chamava assim - Então, Avalon é Gayla?
- Sim. - digo para Stefan, assustado.
- Não pode ser...
- Acho que já tivemos essa discussão. - digo rindo.
O rapaz abaixou a cabeça, claramente tendo uma briga interna.
Bem, eu tenho que avançar.
- Algumas coisas interessantes que talvez vocês não saibam: enquanto tudo isso acontecia em Zaark, aconteceu o momento conhecido como a noite da chicotada, que, acho eu, todos se lembram. Foi uma noite chuvosa, na qual Alec pegou um comerciante que devia dinheiro e o chicoteou até a morte, depois de algumas revoltas ele castigou todos que se opuseram.
"Além disso, estava em vigor uma lei em Catalan, em que qualquer estrangeiro hospedado em tavernas tinham que ser reportados para os guardas da região, caso parecesse suspeitos e digamos que Valentina e seu arco estava enquadrada nessa tipo de descrição. Na mesma noite em que ambos chegaram a taverneira avisou que estavam ali.
Não demorou para que houvesse soldados de olho em ambos e atentos em suas conversas, afinal, não era difícil identificar uma garota de cabelos ruivos laranja andando por aí. Em algum momento eles ouviram ela chamá-lo de Kay.
Já no castelo, Aires e Akanta estavam percebendo a mudança drástica no comportamento de Gayla, estava sempre mais fechada e calada, as vezes que passavam na frente do quarto dela podiam a ouvir cantar uma música na língua tradicional dos bárbaros, mas sempre era algo triste.
A princesa pensou em conversar com ela, mas seu irmão disse que aquilo seria inútil. Bem, realmente ela não poderia fazer nada para parar o casamento.
- Sobre o que é a música? - um dia a princesa disse entrando no quarto.
- Não sei ao certo... - ela deu um sorriso de canto - A língua antiga ainda me soa estranha, mas acho que é sobre selkies... ir para o além mar.
- Tem vontade de viajar? - Akanta disse percebendo que aquela era a primeira vez que via a moça usar um vestido simples ao invés de calças.
- Não. Sempre tive tudo o que eu quero aqui em Aron. - os olhos dela ainda estavam na cidade - E você?
- Caleb me conta coisas da sua terra natal. - a princesa não pode deixar de sorri - Ele disse que lá é completamente diferente daqui, as ruas são mais estreitas, há barracas em todos os lugares, as casas são mais simples e altas, as pessoas andam com roupas coloridas e as mulheres devem está sempre cobertas de joias, mas não as joias que nos usamos... é tudo diferente.
- Parece ser bonito. - ela disse virando para Akanta - Espero um dia que você possa visitar lá.
A princesa se assustou com as palavras de Gayla, ela nunca iria poder visitar a terra natal de Caleb. Em breve estaria na mesma situação que a guarda e muito dificilmente seu marido permitiria que ela realizasse uma viagem tão longa para um lugar tão distante. Mesmo agora, seu pai nunca cogitaria em deixá-la ir.
- Parece um sonho distante. - ela disse tristemente - Muito distante! Acho que terei de me contentar com as histórias de Caleb.
Gayla ficou em silêncio, mas sentou do lado da moça e apoiou a sua cabeça no ombro dela. Realmente não era preciso falar para se dizer: sinto muito. As duas ficaram assim durante um tempo, até que Akanta disse:
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Princesa de Zaark [Concluída]
FantasyUma contadora de histórias não tem paz, para onde vou encontro com pessoas famintas por novas narrativas de amor, poder e vingança, sempre querendo mais e mais. O que as pessoas normalmente não sabem é que todas as histórias existentes, sejam lenda...