- Quem teria colocado acônito na comida de Akanta? - Val disse cheirando a sopa mais uma vez - E como raios você sentiu esse cheiro?
- Sabendo que está aqui... - a moça disse cheirando mais uma vez - De fato não é o veneno mais discreto, contudo, nunca teria pensado em cheira minha comida em busca de veneno.
Marlon não disse nada, apenas suspirou. Uma ordem de sua princesa não foi cumprida devidamente e causaria um estrago irremediável perante a guerra. Ele estava irritado, como nunca havia ficado na vida.
Pediu licença para as moças e ignorou os protestos de Valentina, caminhou decidido pelos corredores do castelo, até um lugar onde não conhecia direito os caminhos. Respirou várias vezes para se acalmar e pediu ajuda de Oto. Levou mais tempo do que deveria para encontrar o lorde Lillac, tomando chá calmamente em um dos jardins de inverno.
- Como foi a visita com a minha neta? - o homem disse animado.
- O senhor realmente não se importa que o seu sangue se tornou parte do sangue de Catalan? - Marlon disparou, ainda distante do homem.
- O que você quer dizer com isso?
- Você realmente gosta de Akanta?
O lorde franziu as sobrancelhas, não conseguia compreender esse interrogatório acalorado de Marlon, mas conseguia perceber a seriedade, a qual ele fazia essas perguntas e o quanto estava incomodado pela falta de respostas.
- Já perdi uma filha, meu caro. - o lorde sorriu - Uma filha que era tudo para mim. Minha neta é tudo o que eu tenho dela, ainda que brevemente. Já que... muito provavelmente, nossa rainha vá devolve-la para Catalan. Eu a amo. Espero que Akanta entenda isso.
Marlon suspirou concordando, pareceu hesitante a princípio, até que suspirou e pareceu ficar mais atento ao redor.
- Tentaram assassinar ela hoje.
- O que? - o lorde disse se levantando assustado - Minha neta está bem?
- Não cause alvoroço... - Marlon disse, ainda em tom calmo - Precisamos ser racionais. Ela está bem... colocaram acônito na comida dela. Senti o cheiro e impedi ela de comer... a questão é quem fez isso?
Arthur ficou gelado no lugar, tentando imaginar quem teria a ousadia de ir contra uma ordem da princesa, principalmente, uma tão clara quanto a que ela passou. Ele apertou os lábios e estremeceu.
- O filho da mãe do Aran... - ele soou derrotado e cansado - Quando eu colocar minhas...
- Não temos provas. - Marlon cruzou os braços - A única pista que eu tinha, que era o acônito, levava até você naquele dia no vale. Não podemos simplesmente acusa-lo.
- Então ele vai ficar impune?
- E, quando perceber que não deu certo... - Marlon disse suspirando - Vai tentar de novo. Esse homem é...
- Sim... - Lillac disse bufando - Apesar de termos o mesmo gênio difícil, a posição social de Aran ajudou a criar um homem que não entende a palavra não. Temos que proteger minha neta!
- Temos que fazer ele se incriminar. - Marlon suspirou - E, talvez, eu tenha uma ideia. Talvez... o acônito pode ter sido colocado em uma quantidade pequena e...
- Teria que ser mínima... por mais que o corpo de Akanta fosse forte...
- Exatamente! - Marlon disse rindo e saindo do quarto, deixando um nobre para trás confuso.
Enquanto isso no deserto, Asterin havia dormido ao lado do dragão, sentido o calor gostoso que vinha dele. Naquele lugar, sob as estrelas e toda aquela mágica, seus sonhos eram todos envoltos em corridas de cavalos em longas pradarias, caminhadas com lobos, lutas com fadas, vôos com dragões, guerras de clãs, coisas que deveriam fazer parte da memória de seu povo e sua terra.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Princesa de Zaark [Concluída]
FantasyUma contadora de histórias não tem paz, para onde vou encontro com pessoas famintas por novas narrativas de amor, poder e vingança, sempre querendo mais e mais. O que as pessoas normalmente não sabem é que todas as histórias existentes, sejam lenda...