Capítulo 15

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A menina acordou sentindo muita dor em sua cintura, sentiu seu corpo todo suado e com muita sede. Ela se mexeu e viu estrelas na sua frente, juntamente com um grito que saiu de sua garganta.

- Opa! - uma voz feminina mais velha veio ao seu lado - Fique parada!

Confusa, a menina olhou para o lado e viu uma senhora de idade avançada costurando a sua camisa, que havia sido limpa, depois seus olhos foram para além dela e viu o rapaz que havia a ajudado cortando legumes, no seu ombro a coruja estava o guiando com piados. A sua boca abriu e sentiu seus lábio abrir uma ferida.

- Água... - ela rouca e com a garganta arranhando.

- Você perdeu muito sangue criança. - a mulher disse pegando um cantil e dando o líquido para a menina, a água escorreu pelo canto da boca e molhando o seu peito, que, enfim percebeu que estava desnudo.

Seus braços pesado foram imediatamente para o local, sentindo suas bochechas queimando por está assim na frente de pessoas desconhecidas. Olhou, então para o resto de si, ainda estava de saias, mas descalça e com vários curativos em sua cintura. Foi ali que ela se lembrou da facada e do desmaio.

- Garota, não precisa de se esconder. - a senhora disse rindo - Não há nada aí que eu não tenha já visto e Marlon não é capaz de ver, mesmo se ele quisesse muito.

Marlon que cantarolava parou o que estava fazendo e se virou sorrindo maliciosamente. A menina olhou para seus olhos vazios, como quem quer a confirmação disso, mesmo que soubesse que era verdade.

- Ela está se escondendo? - ele riu - Que gracinha.

- O que aconteceu? - ela disse mais uma vez tentando sentar, mas só conseguiu gemer de dor.

- Você quase morreu. - a velha disse limpando a testa dela - Três dias dormindo.

- O que?

- Da próxima vez avise quando estiver tendo uma hemorragia. - Marlon disse se aproximando, os braços da menina que ainda a cobria se apertaram mais contra si. - Quando a senhora Genoveva chegou a gente achou que você já estava nos braços do Criador.

- Acho que ainda tenho coisas para resolver aqui. - ela disse olhando melhor para o rosto do cego.

Ele deveria ser mais velho do que ela, porém não muito, tinha um cabelo até seus ombros e uma barba para fazer, seu sorriso era branco e extremamente brincalhão. Sua altura era algo assustador, se ele quisesse quebraria ela em duas facilmente, mas depois de tudo que ele havia feito isso parecia uma ideia completamente absurda. A coruja ao seu lado abriu as asas e pousou ao lado dela.

- Oto... - a voz do rapaz foi de advertência - Ela está ferida e é convidada.

O animal ficou ali, ainda interessado nela, mas sem se movimentar. Os olhos da menina foram na velha, essa tinha a pele mais escura e dourada, cabelos grisalhos e rugas que revelam que foi alguém que sorriu muito na vida.

- Se você morasse na vila isso teria sido mais fácil. - a senhora disse rindo - Já disse que morar no meio da floresta não é boa ideia.

- Bem... - ele disse recebendo a ave em seu ombro - Se eu tivesse morando lá não teria ouvido ela.

- Estamos ainda na floresta?

Princesa de Zaark [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora