Capítulo 52

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As notícias sobre a morte de Alec e sua execução chegaram bem rápido aos ouvidos de Aires e sua corte. A reação, como era de se esperar, foi de comoção, Darlan deu um passo a frente, enquanto olhava o rosto sombrio do rei.

- Esse... esse assassinato! É a prova de que aquela garota que comeu da nossa comida e viveu sobre nosso teto se esqueceu sobre nossa hospitalidade, seja por contaminação de Zaark ou porque nada de bom pode vim de um  bárbaro. - o rapaz disse de uma vez - Se alguém estava achando que Gayla seria sensata em voltar para casa como amiga, espero que perceba agora! Aquela garota é filha de bárbaros, tem sangue bárbaro e gosta de mortes e guerra como um! Não irá respeitar o sangue natural, vermelho! Não vai se importar em arrancar vidas dos filhos de Catalan! Essa guerra é herança de Zaark e ela assumiu!

A corte ficou em silêncio, sentindo o suor começar a descer pelas costas. Zaark era composta de guerreiros, Catalan de nobres e se aquela menina iria tratar deles da mesma forma que tratou Alec, ninguém tinha muita chance. Se olharam preocupados.

- Haverá derramamento de sangue, mas espero que seja sangue dourado. - ele continuou - Arrumem seus homens, comecem a financiar seus exércitos! Aires irá marchar para Zaark e vingará Alec. Quem vai nos ajudar? Quem irá salvar nosso povo?

Algumas pessoas se levantaram de suas cadeiras e fizeram uma reverência ao rei, para demonstrar seu apoio. Uma grande parcela da corte, todos o que tinham reais condições de ajudar Aires. Mas o primo não estava satisfeito, queria que aqueles que tinham ficado quietos assumisse o risco do campo de batalha, então abriu a boca, pronto para constrangê-los.

- Darlan... - Aires o impediu - Minha corte, fico feliz com isso. Realmente, temos que parar Zaark e seus hábitos ruins. Mas... quero enfraquecê-la, não aniquina-la totalmente, vou devolver o favor que eles fizeram com Uhall anos atrás. Pretendo tornar Avalon e seu povo em um Estado servil ao nosso incrível país. Quando estiverem fracos vou entregar um acordo de paz e... espero que o orgulho não seja maior do que a sensatez.

Darlan parou no lugar, era impossível não notar que ele havia mudado consideravelmente, estava claramente frustrado diante das palavras do rei, ele queria massacrar Zaark. Por que ter compaixão com o inimigo que não tinha com eles?

Mas o próprio Aires parecia alheio a isso, se levantou e disse que a corte estava liberada, tinha coisas para resolver. Suspirou e caminhou até a saída sem olhar para nenhum lugar tirando para frente, com olhos perdidos e vazios.

Não conseguia visualizar a cena que relataram para ele. A princesa de Zaark, com um arco dourado cortando sua testa, vestido da cor do sangue de seu povo, manchado pelo sangue vermelho de Alec, com olhos de raiva, vazios e frios olhando para o local em que ela tinha acabado de arrancar a cabeça. Toda a raiva de Zaark foi transferido naquele golpe, a declaração de guerra, a qual aquele povo ainda não tinha feito.

Gayla e Avalon, não era a mesma pessoa. A doce, alegre e sorridente garota responsável que ficava sempre ao seu redor, não poderia ser a mesma monarca cruel e dura, a qual não parecia disposta a fazer prisioneiros políticos.

A memória humana me parece seletiva demais, nesse momento em Catalan parecia que ninguém se lembrava dos ataques liderados por Vincent treze anos atrás e agora os ataques de Uhall com clara ligação a nação, assim a morte de Alec era algo visto como sem sentido e bárbaro. Zaark gosta de fazer isso também...

O rapaz passou os dedos pelo cabelo e suspirou, seu exército ia começar a marchar."

- Foram dias complicados... - o rapaz ruivo suspirou.

- Os dias sombrios. - Gwen concordou - Eu era muito nova para entender tudo, mas meus pais tentavam explicar o que essa guerra iria significar, para além das lutas de espadas, as quais estava aprendendo.

Princesa de Zaark [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora