Kay não conseguiu dormir naquela noite, todas as vezes que ele fechava os olhos e seu cérebro começava a desligar belos olhos escuros e confusos apareciam na sua frente, junto ao sussurro suave de seu nome que o despertava. Ele sentava na cama, ofegando. Por que agora? Por que desse jeito?
A sua prima e rainha era a traidora. A sua prima estava viva e terminando suas transformações para ser um mulher maravilhosa.
Ele e Val haviam discutido durante o dia o que fariam com a informação, o rapaz não hesitou em dizer que tinham que questionar o Concelho e apenas depois disso, começar a planejar uma maneira de trazê-la de volta para casa. Não, ele não acreditava que ele poderia está enganado.
Como poderia? A moça tinha todos os traços dos falecidos monarcas. Os cabelos e olhos do rei, assim como o sorriso e a boca. Já as sardas, nariz e pequena estatura era da rainha, a voz doce e suave também deveria ser herança da mãe. Será que ela ainda cantava? Ele lembra da princesa consorte e Avalon em quase todos os momentos cantarolando alguma coisa e atraindo a atenção de todos, pois não havia pássaro ou ser humano capaz de cantar tão bem.
Queria ouvir a sua voz mais uma vez...
No dia seguinte quando Malakay encontrou Valentina na porta de seu quarto, percebeu que a menina se surpreendeu com seu rosto cansado e os movimentos letárgicos do corpo. Ela apenas riu e abaixou a cabeça, preocupada.
Com uma troca rápidas de palavras com Liam os dois se despediram e começaram a andar pela cidade subterrânea. Após o ataque, os nobres de Zaark temeram que Catalan tentasse algo com os sobreviventes, então, pouco a pouco eles construíram em baixo do castelo um enorme espaço para que casas fossem construídas. Ali todos os nobres que não estavam no Concelho se escondia, raramente saia e dificilmente caminhava pelos corredores do castelo.
Os dois subiram as escadas e abriram o teto, que seria apenas um buraco criado na parte mais escondida da biblioteca, tapado por um pedaço de ladrilhlos, e começaram a andar pelos corredores do antigo castelo.
Zaark não estava de brincadeira quando construíram esse local, do lado de fora todos temos noção da sua grandiosidade, mas nada se compara com a arquitetura interna! Todos os tetos são cheios de desenhos, pinturas ou trabalhos em gesso, o chão é sempre com alguma coisa desenhada, as paredes tem pinturas, as quais o cobrem completamente ou com algum outro trabalho, corredores abertos para pátios internos com o mais belo jardim que você possa imaginar, salões e mais salões para diferentes finalidades, quartos enormes com camas gigantescas, lareiras dignas de esquentar uma única casa, vitrais, candelabros, lustres, portas trabalhadas, esculturas, tudo quando é obra de arte e beleza estava ali. É perder o fôlego.
Infelizmente, agora, enquanto Kay e Val andavam por ali toda aquela beleza era extremamente triste. Antigamente o castelo era cheio de vida e som, havia música em cada canto, risos e sempre um familiar chegando ou indo embora, rapazes e moças treinando, crianças correndo, empregados conversando animadamente, agora havia apenas o eco dos passos deles, poeira acumulada e plantas descuidadas. Poucas coisas haviam sido mexidas após a morte dos reis.
Os dois pararam na frente do único quarto onde vozes vinham, bateram na porta duas vezes e esperaram, não muito tempo, para entrar. Na grande mesa redonda os lordes olharam para os jovens entrando e se entreolharam surpresos para a visita rara, mesmo que não devesse ser.
- Filho? - o lorde Knightley disse se levantando - Está tudo bem?
Os olhos de Kay foram, sem querer para a cadeira ao lado do pai, onde Avalon deveria está sentada. Suspirou e olhou ao redor, fechando a porta atrás de Valentina.
- Sim, meu pai, estou bem... - ele respondeu - Só que ontem o príncipe herdeiro e a traidora estavam na cidade e...
Os lordes o encararam, ansiosos pelas próximas palavras, na realidade, ansiosos pela possibilidade de adiantaram a guerra, seja porque querem aquilo ou apenas repugnarem tal ato.
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Princesa de Zaark [Concluída]
FantasyUma contadora de histórias não tem paz, para onde vou encontro com pessoas famintas por novas narrativas de amor, poder e vingança, sempre querendo mais e mais. O que as pessoas normalmente não sabem é que todas as histórias existentes, sejam lenda...