Akanta fechou a porta do seu quarto, encostou suas costas ali e escorregou até sentar no chão. Estava exausta!
Sempre que tinha que organizar esse baile de máscaras sentia que sua energia era sugadas do seu corpo quase que completamente, assim quando chegava o dia da festa em si tudo que queria era dormir horas e horas. Mas esse ano ela teria que fazer diferente.
Suspirou quando viu na sua cama o vestido e a máscara que as costureiras tinham feito, era uma enorme saia rodada com várias camadas de tule, sendo que uma era azul e a seguinte verde, na base de todas as camadas havia um desenho circular, parecido com a pena do pavão; no corpete verde várias pedras preciosas haviam sido pregadas em pontos estratégicos, deixava seus braços nus, mas não o seu pescoço e a máscara imitava o animal da roupa perfeitamente. O animal padroeiro de Akanta. A roupa era maravilhosa, mas ela esperava ficar vestida com ela apenas no seu início.
A fuga incrível de Gayla ou Avalon, assim como a reação de seu pai a tudo isso, tinha inspirado na menina uma coragem, a qual ela achava que não existia em si.
Daqui a dois anos ou menos, o rei a supreendiria como fez com Gayla e seria obrigada a se casar com qualquer possível homem da corte ou fora do país. Nunca poderia fazer muitas das coisas que tinha vontade: viajar, conhecer o reino, encher a cara ou beijar Caleb. Só que ela iria realizar alguma dessas coisas! Nem que para isso tivesse que ser punida!
Olhou para o vestido azul bem mais simples escondido debaixo da roupa elaborada e a máscara com apenas uma pena de pavão grudada nela. Ainda poderia ser considerada uma menina com uma boa condição de vida vestida dessa forma, mas não rica, muito menos princesa.
Nas poucas oportunidades que teve para ficar com o seu guarda descobriu para onde ele iria no seu único dia de folga, assim quando conseguia ficar sozinha pegou um mapa da cidade e já tinha determinado seu caminho até a taverna. Agora, precisava apenas se perder do soldado que iria cuidar dela e andar pela cidade de cabeça baixa e evitar que a luz chegasse em seus olhos.
Já tinha testado várias luzes de velas e tinha chegado a conclusão que a cor dos seus olhos dificilmente mudaria, nem com cores vivas próximas deles isso adiantava. Um risco para deixar sua barriga cheia de borboletas.
Será que ela conseguiria dar de cima de Caleb a ponto de conseguir que ele a beijasse? Queria que algo do tipo acontecesse?
Escondendo o vestido dentro do baú, dobrado e abaixo de dois outros seus, olhou para a sua janela, pedindo desesperadamente para seu plano dar certo.
Enquanto isso no escritório do rei, Aires bocejava, cansado de ficar mais um dia naquele silêncio insuportável, olhando para o rosto de Gayla e livros e mais livros largados por aí. Queria ir para seu quarto, dormir e parar de pensar na guarda que deveria está encostada na porta e não no quadro.
- Filho, olhe esses documentos para mim. - Vincent disse entregando mais papéis - Eu li essa carta sete vezes, mas acho que estou deixando passar algo.
O menino bufou e pegou o que seu pai queria sem muita vontade, leu por cima as palavras, mas o que estava escrito ali o assustou. Fechando mais a expressão releu aquilo mais duas vezes, apertou os lábios e encarou o pai.
- Uhall? O que estamos negociando com Uhall que não vinhos?
- Filho, eles têm fronteira com Zaark também. - o rei disse apontando o mapa para a mesa, onde alguns círculos indicando tropas estava posicionado - Quero ter certeza que eles não vão se meter nessa guerra conosco.
- Eles odeiam Zaark... - o menino disse entregando a carta ao pai - Não há porque se preocupar com eles.
- Não quero que eles tentem ficar bem com o novo rei.
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Princesa de Zaark [Concluída]
FantasyUma contadora de histórias não tem paz, para onde vou encontro com pessoas famintas por novas narrativas de amor, poder e vingança, sempre querendo mais e mais. O que as pessoas normalmente não sabem é que todas as histórias existentes, sejam lenda...