Além do Tráfico

05

Léo💤

Desde menor todo mundo que convivia comigo sabia o que eu queria da minha vida.

A única pessoa que tentava me fazer mudar de idéia era a minha vó.

Meus pais? Drogados!

Meus irmãos um pior que o outro, pq eu seria certo né?

Tenho uma irmã mais velha que é prostituta.

O irmão mais novo é matador, só mandar a ficha que ele apaga no mermo dia.

A última coisa que a minha vó vez antes de morrer foi internar meus pais, mas não deu outra, minha irmã foi e tirou os dois de lá.

Desde muito novo eu tinha uma ambição imensa por dinheiro.

Tive a quem puxar, meus pais também sempre foram possessivos.

Quando eu tinha treze anos eles me venderam por droga, é isso mermo.

Meus pais me venderam, por sei lá, dois quilos de cocaína.

Minha vó com quase oitenta anos correu atrás sozinha e conseguiu fazer um acordo com o pai do Dg.

Assim que eu completasse dezoito anos obrigatoriamente eu teria que trabalhar pra ele.

Mesmo minha vó não querendo, era a única opção.

Dois anos depois a única pessoa que eu já amei nessa vida morreu, me deixando sozinho.

Foi ai que eu vim pro morro e me ofereci pra começar meu trabalho antes do tempo.

Começei como aviãozinho e aos poucos fui subindo de cargo, depois que o pai do Dg morreu eu virei o braço direito dele.

Pra mim tá de boa assim, Dg me ajudou pra caralho! Por ele eu faço de tudo.

Não sou capaz de trair ele nem que me paguem, sou fiel a ele até o fim!

Mensagens📩

Léo: Eai gata, vamo se beijar? (14:21)
Marina: Vai tomar no cu. (14:23)

Mensagens📩

Um tempo depois a foto dela sumiu e eu dei risada.

Eu tava mexendo no celular da Júlia e resolvi pegar o número da amiga dela.

Ajeitei meu fuzil nas costas e sai de casa.

Radinho

Léo: Ae, bota um pra cobrar no beco de baixo. Tô cobrando no beco de cima.
Dg: Jaé Jaé.

Radinho

Léo: Abre aqui porra.- soquei a porta e ninguém abriu.- eu vou arrombar essa desgraça.

- Oi.- uma mulher apareceu.- meu marido não está.

Léo: Te devo duzentos reais se esse filho da puta tiver aqui.- empurrei ela e entrei vendo ele jogado no sofá.- olha só.

- Eu vou pagar, só me da um tempo.

Léo: Tempo é o caralho, ou paga ou morre.

- Por favor deixa ele, eu trabalho e pago o que ele deve.

Léo: Tu não tem que pagar nada não dona, a dívida é dele. Se envolve não, se não depois quem paga é tu.

- Só me dá mais uma semana.- encarei ele.

Léo: Papo de homem decorô? - ele assentiu.- se até segunda feira essa grana não aparecer tu morre desgraçado.- sai do barraco ajeitando meu fuzil nas costas.

Mandei um radinho avisando do prazo pros mano e eles concordaram.

Se até segunda essa grana não aparecer cabeças vão rolar.

Tem essa de ficar devendo pra nós não!

Parei no barzinho do seu zé e pedi uma bem geladinha.

Sentei na cadeira de plástico e fiquei olhando o morro.

Léo: Eai novinha, vamo colar na minha goma.- falei com uma menina que saiu de dentro do bar com uma sacola nas mãos.

- Não.- respondeu grossa e eu dei risada.

Léo: Eu pago bem pô, tem certeza?

- Eu já disse que não, eu tenho treze anos, idiota.

Léo: É dessas que eu gosto.

Júlia: Você é surdo ou não ouviu que a menina não quer? - apareceu e a mina saiu.

Léo: Coé? - dei um gole na minha cerveja.- tá empatando minhas fodas pq?

Júlia: Para de ser escroto Leonardo, a menina é uma criança ainda. Vai procura alguém da sua idade, pedofilia é o nome.- saiu e fiquei dando risada.