Além do Tráfico

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Léo💤

Léo: Eai maconheira.- chutei a perna da Júlia que tava sentada na calçada fumando maconha.

Júlia: Maconheira não, senhorita Barbie Marley.- sorprou fumaça me olhando.

Léo: Então tá, senhorita Barbie Marley, tá nas ideia errada pô. Nunca te vi com esses bagulho.

Júlia: Eu só tava precisando esquecer um pouco os problemas, e você é um deles!

Léo: Isso vai virar vício Júlia, melhor parar.

Júlia: Desde quando você se importa comigo?

Léo: Desde que eu me apaixonei por você.

Júlia: Você é engraçado sabia? - gargalhou.- única coisa que eu consigo sentir por você é ódio.

Léo: Você dizendo que me odeia não me afeta Júlia, se até meus pais me odiavam o que eu iria esperar de qualquer outra pessoa? - sentei do lado dela.

Júlia: Eu só queria entender, pq entre tantas opções você resolveu machucar uma pessoa que só queria seu bem?

Léo: Quando a pessoa nasce com um dom de fazer mal, de machucar as pessoas, nada muda isso Júlia.

Júlia: Muda sim, quando se ama tudo é diferente.- tragou a maconha dela.

Léo: Você foi a única pessoa que eu cheguei a amar depois da minha vó, e agora ver que você tá me deixando me deixa puto, pq eu lembro que a primeira pessoa que eu amei também me deixou.

Júlia: O amor é um elástico que cada um puxa pra um lado, e quem soltar primeiro machuca o outro.

Léo: Eu juro que eu não queria te bater, aquela tapa foi o pior erro que eu já cometi na minha vida.

Júlia: Eu não tô chateada por você ter me dado um tapa, eu tô chateada por você não ser a pessoa que eu achei que você era.

Léo: A vida é assim Júlia, nós acha que conhece alguém. E quando vai ver aquela pessoa é totalmente diferente do que a gente imaginou, não é que você não conhecia esse meu outro lado, é que eu nunca te mostrei ele.

Júlia: Todo mundo tem seu lado ruim, pessoas burras como eu só enxergam o bom.

Léo: Talvez se você me der outra chance eu posso te mostrar só o lado bom.

Júlia: Isso não vai apagar o que você fez, isso não vai apagar quem você realmente é.

Léo: Quando eu entrei pro tráfico eu sabia que eu teria que ser sangue frio, eu sabia das coisas que eu teria que enfrentar. Eu sabia que independente do que eu fizesse eu nunca poderia apagar quem eu sou.

Júlia: Pra mim você é um retardado, e eu sou mais ainda por me apaixonar por você.- deitou a cabeça no meu ombro.

Léo: Eu queria ter poderes pra poder te fazer esquecer de tudo aquilo, queria te fazer confiar em mim.

Júlia: Confiança não se pede, se conquista.- levantei puxando ela pelo braço.

▪▪▪▪

Júlia: Fica aqui comigo.- pediu e eu neguei.

Léo: Você tá drogada Júlia, amanhã você vai se arrepender se acordar e me ver do teu lado.

Júlia: A Mari não vai te ver, ela já tá dormindo, amanhã é só você sair bem cedo.

Léo: Tu tem certeza do que cê tá me pedindo?

Júlia: Deixando claro que isso não vai mudar nada entre a gente, eu só não quero dormir sozinha.- tirou a blusa  e vestiu a minha camisa que tava em cima da cama.

Fumei minha maconha olhando pro lado de fora pela janela do quarto dela e quando me virei ela já tava dormindo.

Se pá eu era feliz e nem sabia.

Fechei a porta do quarto dela e liguei o ar.

Deitei na cama já morto de sono, e respirei fundo lembrando que amanhã ela vai me odiar de novo.