Marina🌙
Dg: Quando tu vai? - me tirou do transe e eu olhei pra ele que tava me olhando.
Mari: Daqui uns dez, quinze dias...
Dg: Hm.
Mari: Você se importa?
Dg: Não.- respondeu grosso como sempre.
Mari: Hm.
Dg: Se tu tem tudo aqui, pra que quer mais?
Mari: Eu quero mais, e mais. A gente só cresce quando pensa alto.
Dg: Achei que tu tava satisfeita com tudo aqui.
Mari: E eu tô, mas eu sinto que eu posso crescer mais.
Dg: Tu tem razão, nada te prende aqui...
Mari: Não mesmo.- olhei pra ele que virou a cara.
Dg: Quanto tempo?
Pra quem não se importa tá preocupado demais.
Mari: Um ano.- falei olhando a Bárbara dançar igual uma louca.
Dg: Um ano? Caralho Marina.
Mari: Ué, qual o problema? Assim como você disse, nada me prende aqui.
Dg: E as tuas amigas?
Mari: Elas conseguem viver sem mim, um ano passa rápido.
Dg: É.- falou sem dá importância.
Me levantei indo na direção da Júlia que tava encostada na parede e parei na frente dela.
Mari: Foi você que contou pro Dg?
Júlia: Contei o que maluca?
Mari: Que eu vou embora.
Júlia: Contei nada pra ninguém não, deve ter sido o Léo ou a Bárbara.
Mari: Ele teve uma reação meio estranha, sei lá.
Júlia: Que tipo de reação?
Mari: Quando eu afirmei que vou viajar, ele mudou a expressão, mas logo depois meio que fingiu não se importar.
Júlia: Todo mundo sabe que ele se importa, só que o orgulho dele não deixa ele assumir que gosta de você.
Mari: Eu acho que não sabia? - encostei na parede olhando pra ele que tava conversando com o Foguin.- ele teve chance de falar que vai sentir minha falta.
Júlia: Marina, o Dg é um cara super fechado, ele não é de demonstrar sentimento por ninguém, ele nunca diz nada, mas não quer dizer que ele não sente!
No fundo eu sabia que era verdade, não vou falar mais nada, não quero cobrar amor recíproco de ninguém.
Eu também sou um pouco orgulhosa as vezes, mas eu sei reconhecer.
O Dg não, ele pode até me amar, mas eu sei que ele nunca vai me dizer isso.
Meu sonho depois de me formar em enfermagem sempre foi fazer um intercâmbio, e eu não vou perder essa oportunidade por causa de um macho que não tá nem ai pra mim.
Peguei meu celular vendo que já era 2h da madrugada, e já deu saudade da minha caminha.
Mari: Jú, vamo embora?
Júlia: Ai também quero ir, Leonardo quando senta pra conversar é pior que duas véia fofoqueira.
Olhei discretamente pro Dg que também me olhou e virei a cara.
Mari: Eu vou no banheiro! - ela assentiu e eu entrei dentro da casa indo até o banheiro.
Dei uma mijada legal e depois me olhei no espelho vendo que me olho tava caído de tanto sono.
Abri a porta do banheiro saindo e me bati com alguém.
Dg: Foi mal.- tentou passar e a gente se bateu de novo.
Mari: Ai desculpa.
Dg: De boa.- Passou e eu passei na porta.
Mari: Você não se importa mesmo? - perguntei me virando e ele que já tava fechando a porta abriu novamente.
Dg: Eu não me importo, pra que me importar se tu vai do mermo jeito? Tu é egoísta isso sim.
Mari: Eu sou egoísta por pensar no meu futuro? Egoísta é você, que prefere deixar as pessoas irem embora da sua vida sem ao menos dizer o que sente por ela.- sai andando bolada.
Bárbara: Vamo embora? Tô morta.
Mari: Vamo.
Júlia: Ai vamo, depois o Leonardo vai pra casa.
Nos despedimos da Karen que tava sentada bebendo e partimos pra casa.

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Além do Tráfico
Teen FictionTodo crime é vulgar, assim como toda vulgaridade é criminosa.