Júlia📍
Sai do hospital caminhando devagar e o uber já estava me esperando.
Entrei no carro fechando a porta e o homem deu a partida pro morro.
Saber que o meu bebê tá bem me faz esquecer de todos os problemas.
Sentir os chutes do Caio me acalma.
Antes quando o pai estava mais presente ele ficava bem mais agitado, agora nem tanto.
Já vai fazer um mês que eu e o Léo terminamos.
É difícil ficar longe de uma pessoa que tu ama, mas eu aprendi a conviver.
Não sei se algum dia a gente ainda volta, com o passar do tempo as coisas vão mudando.
Mas o que eu sinto por ele nunca se apagou, mesmo a gente brigando ele sempre dava um jeito da gente se entender rápido.
E eu tenho saudades até das brigas.
Uns quinze minutos depois o moço parou na entrada do morro e desci do carro.
Fechei a porta me virando e olhei procurando alguém que pudesse me levar até lá em cima.
Não aguento nem subir a escada de casa, imagina esse morro.
Léo: Tava aonde? - olhei pra ele com cara de deboche.- coé, tu tá com o meu filho eu tenho direito de saber.
Júlia: Eu tava no hospital.- respirei fundo.
Léo: Como que ele tá? - colocou a mão na minha barriga e eu já senti o Caio chutar.
Júlia: Tá bem, mas alguns meses e isso acaba.
Léo: Sobe ai, eu te levo.- sem pensar duas vezes subi na garupa e me segurei nele.
Ele subiu o morro em uma velocidade moderada e pouco tempo depois a gente chegou em casa.
Léo: Posso entrar?
Júlia: Pra que?
Léo: Pra ficar contigo ué, faz tempo que eu não fico com o meu filho.- olhei ele tirar a chave da ignição e eu desci da moto.
Tirei a chave da bolsa abrindo a porta e nós entramos em casa.
Entrei direto pra cozinha e lavei minhas mãos e em seguida tirei a tampa das panelas.
Léo: Oferecer que é bom nada né? - me olhou colocar a comida no prato.
Júlia: Vai comer na casa das suas nega, eu hein.- coloquei meu prato no microondas e coloquei esquentar.
Léo: Eu não tenho nega nenhuma minha fia.- foi em direção a pia pegando um prato.
Júlia: Não é isso que dizem por ai.
Léo: Tão dizendo que tu pegou o wm e nem por isso eu acredito.- olhei pra ele e em seguida abaixei a cabeça sorrindo.- a não Júlia, na moral.
Júlia: Qual o problema eu estou solteirissíma.
Léo: Idai mano, eu não aceito isso.- tirou meu prato do microondas e colocou o dele.
Júlia: Idai digo eu meu filho, você não tem que aceitar nada. A vida é minha e eu faço o que eu quero.- peguei meu prato da mão dele e sentei.
Ele começou a resmungar como sempre e pegou o prato dele sentando junto comigo.
▪▪▪▪
Olhei pro Dg e pra Marina que tinham ido comprar pastel pra gente e em seguida olhei pro pé do Dg que tava calçado com a melissa da Mari.
Júlia: O que é isso? - olhei pra ele dando risada.
Dg: É que a minha rainha sai de casa de melissa, ai no meio do caminho ela diz que tá machucando o pé e me obriga a trocar de sandália com ela.- gargalhei e a Mari riu junto comigo.
Léo: Que bandido é você que usa melissa no pé?
Dg: Hoje eu tô facin pra mandar alguém ir se fuder, então é bom você calar essa boca.- Leonardo deu risada.
Mari: Namorado melhor que o meu não tem.- sorriu beijando o Dg.
Léo: Alguém viu a Bárbara?
Júlia: Ela me disse que tá ajudando a Débora com algumas coisas.
Dg: Depois homem que não presta né? Tava quebrando a muié na porrada esses dias e agora já tá pagando simpátia.- abriu as sacolas.
Mari: Ela tá passando necessidades a Bárbara só foi ajudar.
Sentei junto com eles e pegamos os pastéis começando a comer.
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Além do Tráfico
Roman pour AdolescentsTodo crime é vulgar, assim como toda vulgaridade é criminosa.