TAEHYUNG
Abro meus olhos lentamente sentindo meu corpo pesado e dolorido, a luz que entra pela enorme janela faz meus olhos arderem e sinto que minha cabeça está a ponto de explodir.
Levanto devagar e me sento me sentindo um pouco tonto. Estou com a cabeça apoiada nas mãos e encaro o chão como se as respostas fossem aparecer num passe de mágica.
Como vim parar aqui ?
De repente vejo um par de pés descalços com as unhas pintadas de vermelho parados na minha frente, levanto meus olhos devagar engolindo em seco. Suas pernas estavam quase nuas se não fosse pela enorme camiseta branca que chegava até o meio de suas coxas. Seu cabelo escuro estava amarrado em um rabo de cavalo e ela me olhava como se eu fosse algo que merecesse a sua atenção.
- Acho que você vai precisar. – ela diz estendendo um copo de água e uma aspirina.
Encaro bem seu rosto antes de desviar meus olhos para as suas mãos.
É a garota que estava no bar ontem.
Mas como ?!
- Hm... obrigado ?! – digo pegando o copo e jogo o comprimido na boca tomando a água em seguida. E durante esses segundos, ela não desvia os olhos dos meus e sinto uma tensão diferente pairar no ar.
- Me achou bonito por acaso ? – pergunto sério.
- Na verdade não. São esses machucados que estão horríveis. – ela diz com um leve sorriso nos lábios. – Tome um banho, eu vou cuidar deles pra você. – ela diz simplista, andando pela cozinha e se apoia na bancada mordendo uma torrada.
- E você por acaso é médica ? – digo me levantando e faço uma careta quando sinto meu corpo correspondendo a dor.
- Não sou policial, muito menos médica... Mas sei lidar com alguns machucados. – ela me lança um sorriso e não sei explicar o sentimento que sinto passar por mim como uma corrente elétrica. Talvez seja por que ela tenha me ajudado a escapar da confusão que eu tinha me metido ontem á noite, ou talvez por que ela realmente tem um sorriso lindo.
- Terceira porta á direita. – ela indica.
Nos encaramos por alguns segundos antes dela me virar as costas e se servir de uma xícara de café.
A dor que sinto no corpo protesta mas eu apenas assinto indo em direção ao banheiro.
(...)
A água ajudou a tirar as manchas de sangue que estavam no meu corpo, e agora só sinto apenas uma leve ardência nos cortes do meu rosto e os locais onde me bateram estão com um tom escuro de roxo, mas as roupas darão conta de escondê-las.
Visto minha calça e minha camiseta e estou olhando o corte no meu lábio, quando ela entra no banheiro com uma caixa de primeiros socorros.
- Estava me espionando ? – pergunto a encarando pelo espelho, ela já havia trocado de roupa e seu cabelo agora estava solto caindo em volta do seu rosto.
- Você queria que eu estivesse ? – ela me encara de volta com uma sobrancelha arqueada.
Isso me cala por alguns segundos.
- Você parece se mover feito um fantasma... – digo me virando de frente pra ela.
- Tanto que eu poderia te matar e você não perceberia. – ela diz séria, mas logo demonstra um sorriso irônico quando percebe que uma onda de confusão passa pelo meu rosto e não posso evitar de sorrir junto com ela.
- Você ter feito o que fez por mim ontem á noite já provou o contrário disso.
Ela me estuda por alguns segundos antes de me responder e assentir com a cabeça.
- É, verdade.
Ela se aproxima e coloca a caixa ao meu lado ficando frente a frente comigo, não me mexo por alguns segundos mas decido apoiar as mãos na pia e deixá-la começar a fazer os curativos. Ela é apenas alguns centímetros mais baixa que eu e não sei explicar, mas sinto uma eletricidade passar novamente pelo meu corpo quando ela se aproxima do meu rosto. É uma sensação que eu nunca havia sentido com nenhuma outra garota.
Até agora.
- Eu não mordo. – ela diz colocando um líquido em um algodão e o pressiona no corte do meu rosto.
- Se mordesse, eu não iria reclamar. – digo e só depois percebo que acabei de flertar com ela.
Seus olhos encontram os meus e finalmente estudo detalhes do seu rosto. Sua pele é de um tom bronzeado que combina com os olhos em tom de âmbar. Seu rosto é delicado e algumas mechas de seu cabelo caem em volta dele, seus lábios são bem desenhados e rosados e me perco em alguns segundos quando começo a encará-los.
Recuo sentindo arder quando ela passa álcool para limpar o outro corte.
- Desculpe. – ela diz com a voz baixa e percebo que ela também estuda os detalhes do meu rosto enquanto termina de fazer os curativos.
- Qual é o seu nome ? – pergunto tentando quebrar o silêncio. Vejo que ela pondera dividindo o olhar entre meus machucados e meus olhos.
Isso demora alguns segundos.
- Aria. – ela diz.
Aria. É um nome diferente.
Combina com ela.
- Agora é a parte que você me diz o seu. – ela fala me tirando dos meus pensamentos.
- Taehyung. – ela esboça um pequeno sorriso e o cômodo volta a ficar em silêncio enquanto ela termina os curativos.
Ela é uma garota diferente. É difícil interpretá-la.
- Bom Taehyung, acho que fiz um bom trabalho... – ela diz me fazendo virar para meu reflexo no espelho e vejo que os curativos estão bem feitos.
- Aria...- digo e tenho a sua atenção. – Como sabe usar uma arma tão bem já que me disse que não é uma policial ?
Algo passa por seus olhos e eu não consigo identificar.
Ela ri como se o que eu tivesse dito fosse algo engraçado.
- Bom... quem garante que fui eu que atirou ? Eu posso muito bem ter chegado lá e ter te encontrado caído no chão. Você não estava, como vou dizer... sóbrio.
Eu a encaro confuso começando a me questionar internamente.
- Pelo visto é bem fácil te confundir. – ela diz com a voz baixa percebendo a confusão no meu rosto - Você não pode simplesmente me agradecer ? – ela pergunta com a testa franzida.
- Isso depende, se caso não for me prejudicar mais tarde.
Vejo que ela não gosta muito do que respondo por que ela toma distância indo em direção a porta.
- Bom, não se preocupe. Seus pais não vão saber que estava se metendo com gente que não devia, se caso essa seja a sua preocupação. Aliás, eu já estou de saída. A conta do hotel já está paga então não há nada que te segure. – ela diz saindo mas para antes de fechar a porta. – Ah, não que isso faça diferença mas... DE NADA.
Ela bate a porta com uma certa força me deixando ali parado, me fazendo me sentir um idiota quando no fim só precisava ter agradecido.
Quando saio do banheiro não a encontro mais no quarto. Olho cada centímetro da enorme suíte, mas não encontro nada que me faça descobrir algo sobre ela. Era como se ela não deixasse nada que evidenciasse que ela esteve ali de propósito. Não havia nada que me mostrasse que tipo de garota eu tinha me metido.
Eu precisava ir para o estúdio e nem sabia que horas eram.
Passo a mão no cabelo me sentindo frustrado. Por que sinto que agora há algo que está me ligando a essa garota ?
E por quê quero tanto encontrá-la de novo ?
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Nos vemos na próxima. <3 Indiquem Cold Blood pra galera
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COLD BLOOD (Kim Taehyung)
FanfictionMatar a sangue frio nunca foi um problema para Aria Walker. Ser uma assassina de uma organização secreta que atua em vários lugares do mundo, é um segredo que mantém oculto por trás de uma vida luxuosa e cheia de mistérios. Por uma ironia do destino...