capitulo três - Harry Styles

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Assim que acordei uma decisão foi tomada: Eu não deixaria mais essa viagem me afetar.

Ontem, eu estive a beira do choro várias vezes, mas a partir de agora, eu não deixaria mais isso acontecer.

Alyssa Grace não chora e não perde a postura! Uma viagenzinha não mudaria isso.

Querendo ter certeza de que eu seria eu mesma, depois de tomar um bom banho, vesti um skinny jeans branco com uma blusa também branca e saltos pretos. Por último, coloquei alguns acessórios e estava incrível enquanto sorria para o espelho.

Chequei o relógio e marcava meio dia, então fui até a cozinha esperando encontrar minha mãe terminando o almoço.

Eu estava certa, as panelas estavam no fogo enquanto ela lavava a louça.

— Ah, Ally, que bom que acordou. Eu...

Ela parou de falar quando me encarou e deu um sorrisinho me olhando de cima a baixo.

— Bela roupa.

Sorri.

— É sim.

— Sabe, filha — voltou sua atenção para os copos a sua frente. — Eu entendo que com seu trabalho seja importante estar quase sempre impecável e tudo mais, mas não tem que se vestir assim aqui. Não se sentiria melhor com algo mais confortável?

— Na verdade, isso é bem confortável — comecei e me sentei em um dos bancos do balcão que separava a cozinha da sala. — Eu me sinto bem assim e acredite, não sou nada sem meus bebês. — balancei os pés e ela deu uma risadinha.

— Sendo assim.

Ela secou as mãos em um pano de prato e foi conferir as panelas. O cheiro estava ótimo, mas eu sabia o quanto Caleb ficaria bravo se eu chegasse lá com um quilo a mais que fosse.

Claro, ele tinha razão, meu corpo era meu objeto de trabalho e eu precisava ser consciente. Eu não deixaria de comer, mas tinha que comer uma porção pequena. O bom é que minha mãe já tinha entendido.

— Ah, quase me esqueci — ela disse de repente — Preciso que me faça um favor.

— Sim?

— Poderia ir até a plantação e avisar o meu ajudante que pode sair mais cedo? Soube que tinha compromisso e cancelou porque pedi que trabalhasse hoje.

— Ah, claro.

— Obrigada, querida. Quando voltar o almoço estará pronto. Lembra do caminho, certo?

— Lembro sim. — assenti. —Uhm, será que eu poderia usar o carro?

Ela franziu o cenho como se perguntasse o motivo. As plantações ficavam bem perto dali na verdade, mas eu não queria usar esses saltos na terra e também me parecia mais agradável do que ter que pegar sol.

Depois de uns segundos ela pareceu entender e me apontou a chave. Antes de sair, coloquei meus óculos escuros e um chapéu de sol, para precaução. Quando satisfeita, fui até a garagem.

A picape velha e enferrujada do meu pai não era bem algo que eu adoraria dirigir, mas era o que tínhamos para hoje.

Nem cinco minutos depois, eu estacionei em frente às plantações. Eram algumas quadras de vegetais e frutas plantados em perfeita simetria. Eu adorava ajudar a plantar quando mais nova, agora só de pensar em tocar em toda aquela terra cheia de insetos, eu estremecia.

Achei o ajudante da minha mãe agachado próximo aos pés de alface, de costas para mim. Tinha belos bíceps, notei, e seu cabelo pouco a cima do ombro parecia bem sedoso.

Balancei a cabeça. Olhar não faz mal, mas o que eu tinha ido fazer ali mesmo?

— Com licença? — Chamei.

No momento em que ele se virou eu levei um susto. O mesmo harry styles que eu vi na janela ontem, estava agora na minha frente.

— Alyssa Bennet Grace — ele se levantou sorrindo de lado — Há quanto tempo.

Torci o nariz quando ele disse meu nome do meio, mas relevei.

— Sim. — murmurei.

Era incrível o quanto ele havia mudado. E surpreendentemente, para melhor. Seu cabelo não tinha mais os cachos, que eu costumava amar, e estava bem mais longo, mas ainda assim, estava bonito. O corpo estava bem mais, uhm, definido, o que ficava bem claro com a regata que usava. Ele tinha um ar de homem, não mais garoto, o que era de se esperar, mas eu estava bem surpresa. As únicas coisas que continuavam as mesmas eram seu jeito de sorrir, com aquelas covinhas, e seu olhar tingido de verde.

— Você parece bem, também.

— Como?

— Está me encarando quase de boca aberta, imagino que goste do que vê.

Oh.

— Não seja ridículo — revirei os olhos e me irritei quando ele riu. — De qualquer forma, você é o ajudante da minha mãe, certo?

— Sou eu.

— Okay, ela pediu pra avisar que pode sair cedo hoje.

— Mesmo?

— Se estou falando.

Ele sorriu me encarando por alguns segundos enquanto eu me mantinha séria.

Por algum motivo, ele decidiu que seria ok tirar a sua luva e deixar que toda a terra voasse em minha roupa, fazendo o mesmo com a segunda.

— Mas que sem noção!

— Desculpe?

— Olhe o que fez com a minha roupa. — apontei seriamente indignada para minha blusa manchada e ele riu. ELE RIU. — Qual é a graça?

— É só terra, Ally.

— Em primeiro lugar, é Alyssa pra você. E em segundo, a conta da lavanderia é sua, pode esperar.

— Espere, está mesmo brava?

— O que você acha?

— Imaginei que fosse um tipo de piada. - franziu a testa.

— Por acaso pareço uma piada pra você?

Ele me encarou pensativo e então deu um sorriso.

— Bom, está usando roupa branca e salto alto em uma plantação, em meio a toda essa terra. Acho que a resposta é meio óbvia.

O encarei incrédula enquanto ele mantinha o sorriso sarcástico no rosto.

Eu queria xingar ele, ou socar até aquele sorrisinho sumir, mas então revirei os olhos com desdém e lhe dei as costas. Eu cumpri a minha tarefa, já poderia ir embora.

— Ei, senhorita bennet. — gritou quando eu já estava em frente ao carro — Também senti sua falta.

Se eu não tivesse classe teria lhe mostrado o dedo do meio, ou falado uns belos palavrões, mas como eu tinha, apenas dei um sorriso irônico em sua direção antes de entrar no carro e voltar para casa.

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