capítulo oito - prova de vestidos

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— O que está fazendo? — perguntei a minha mãe.

A cozinha estava uma bagunça de ingredientes espalhados.

— Bolo. Quer ajudar?

— Pode ser.

— Pode ir fazendo a cobertura.

Comecei a pegar os ingredientes.

— Mãe, posso fazer uma pergunta?

— Pode sim. — ela parou de bater a massa e me olhou. — O que houve?

— Eu não sei se a senhora sabe sobre o Jason estar vendo… o nosso pai.

Sua expressão mudou e eu não soube dizer o que ela estava pensando ou sentindo.

— Sim, eu sei.

Não fiquei surpresa, Jason nunca foi de esconder coisas, principalmente dela.

— Bom, talvez não saiba que ele quer levá-lo ao casamento.

— É o casamento dele, ele tem esse direito. — Ela voltou a bater a massa.

Olhei indignada. Será que todo mundo havia perdido a noção?

— Depois de tudo o que ele fez conosco, acha que isso está certo? Eu estava pensando em te pedir pra botar juízo na cabeça dele, mas pelo visto…

— Allyssa. — me olhou séria — Ele não fez nada com vocês, apenas comigo. Eu não gostaria de vê-lo tão cedo, talvez nunca mais. Mas ele continua sendo pai de vocês e se Jason acha que ele deve ir ao casamento, então que vá.

Eu realmente não conseguia entender como ela pôde ter aceitado isso. Mas não daria em nada argumentar, então fui fazer o que ela pediu e não disse mais nada.

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No dia do almoço com Jason e sua quase esposa, Jessyca disse que hoje seria a prova dos vestidos de madrinha.

E lá estava eu, atrasada por ter esquecido.

A qualquer minuto meu irmão estaria aqui para me buscar e eu ainda estava me vestindo, não teria nem tempo de secar o cabelo ou me maquiar.

Antes mesmo de eu concluir meu pensamento, a campainha toca e eu sabia que já era ele.

— Ally, seu irmão está aqui. — Minha mãe grita, confirmando.

— Já vou.

Me apresso vestindo a calça, depois os sapatos. Paro por um segundo encarando-os no espelho. Céus, eu amava aqueles saltos.

Com muita tristeza por estar de cara limpa e cabelo molhado, peguei meu celular e saí do quarto.

— Podemos ir. — falei.

Jason e minha mãe me encararam um tempão antes de ficar estranho.

— Gente? Tem algo no meu rosto?

— Na verdade, acho que falta algo. — Jason diz.

— Se quiser esperar enquanto eu me maquio, tudo bem.

— Você fica bem assim — ele ignora meu sarcasmo. — Com o cabelo encharcado não muito, mas…

— Cala a boca e vamos. — cortei e ele riu.

Nos despedimos da nossa mãe e saímos.

Estar ali com Jason me lembrava da nossa discussão e da conversa com minha mãe mais cedo. Eu não tocaria no assunto por enquanto, mas não tinha desistido de tentar fazê-lo ver a estupidez que ele estava querendo fazer.

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