capítulo nove - piquenique

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Entrei em meu quarto pensando no que acabou de acontecer. Sem conseguir evitar o sorriso.

Pensei em Caleb, e eu provavelmente deveria estar me sentindo culpada ou algo assim, mas não estava. Isso fazia de mim uma pessoa muito ruim?

Eu não esperava que aquilo com Harry fosse acontecer e não conseguia explicar a necessidade que senti de beijá-lo quando estávamos tão próximos.

Sei o quanto ele pode ser irritante de vez em quando, mas isso parecia importar cada vez menos.

Talvez uma hora ou outra, o arrependimento ou a culpa viesse a bater mesmo. Mas por enquanto, eu estava feliz.

Conversei um pouco com minha mãe sobre a escolha do meu vestido de madrinha e mais algumas coisas, e ela disse que talvez Jason e Jessyca viessem aqui amanhã para o almoço ou janta, o que achei ótimo. Depois, ela foi dar uma olhada nas plantações e eu mergulhei no tédio.

Não havia muito o que fazer ali naquela casa, então tédio era comum pra mim, algo bem diferente de onde eu morava, onde eu não tinha tempo para sentir isso.

Cansada de ficar vendo as mesmas coisas nas redes sociais, fui ver se Gemma estava para conversarmos um pouco, mas não tinha ninguém em casa.

Sem opções, me deitei e acabei cochilando, algo que eu também estava fazendo muito, mas não era ruim já que quando estava na França eu mal dormia.

"Aparece na janela."

Apitou uma mensagem em meu celular com um número não reconhecido. Já se passava das oito da noite.

Franzi o cenho.

"Quem é?"

"Você vai ver se for até a janela."

"E se for, sei lá, um assassino?"

"Bom, vai ter quer arriscar."

Sorri sabendo exatamente quem era e fui até minha janela, abrindo-a.

Harry estava do outro lado, na janela dele, com o celular na mão e sorrindo para mim.

"Oi, assassino." Mandei pra ele.

Ele riu e digitou algo.

"Quer fazer alguma coisa?"

Quando li isso, meus pensamentos foram pros sonhos que tinha acabado de ter, ele estrelava todos, e eu nem preciso dizer o que acontecia nesses sonhos.

Olhei sem jeito pra ele, como se ele pudesse ter lido o que acabei de pensar.

"O que quer fazer?" Respondi.

"Conversar."

Pensei um pouco.

"Vem pra cá"

Ele leu e me encarou. Chamei ele com a mão e me afastei da janela para espera-lo.

Isso havia acontecido tantas vezes no passado. Era uma vantagem enorme ser vizinha de janela do namorado.

Harry não demorou para aparecer do lado de dentro do meu quarto. Ele entrou sem fazer nenhum barulho, resultado de anos de prática já que quando mais novos não tínhamos permissão para dormir juntos.

Ele trazia consigo uma cesta de piquenique que eu não tinha visto antes.

— Trouxe algumas coisas do restaurante pra você provar. — ele diz. — Espero que esteja com fome.

E eu estava. Não comia nada desde cedo.

Nos sentamos no chão, um de frente pro outro, e por um minuto nos encaramos em silêncio.

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