capítulo dezessete - Nostalgia

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— Quem serão os padrinhos do casamento? — perguntei a Jessy.

Estávamos conversando na cozinha da sua casa e de Jason.

— Ash me pediu pra entrar com Harry, se você não tiver ninguém em mente, posso chamar algum amigo meu ou de Jason para te acompanhar.

Eu não tinha ninguém em mente, e não estava surpresa em saber que Ashley convidou Harry para entrar com ela.

Mas "Não temos nada sério", ele continuava dizendo.

Enfim, não era da minha conta.

Tenho tentado ficar um pouco longe desse assunto pra não ficar mal, é difícil evitar Harry quando o que eu mais quero é tê-lo por perto, mas estou fazendo o que posso.

Fazer o que posso talvez inclua deixar ele entrar sempre que bate na minha janela, mas eu estou tentando.

E ultimamente tenho passado bastante tempo com a minha cunhada, ajudando com os preparativos restantes, então tenho me distraído e não o vejo tanto assim.

— Não, ninguém em mente. — respondi.

— Vou chamar alguém então. — Jessy diz se levantando pra verificar a campainha que acaba de tocar.

Ouço a voz de Ashley antes de ela chegar a cozinha onde estou.

Ela também pareceu surpresa em me ver ali e parou no meio da frase que estava falando quando me viu. Dei um sorrisinho sem saber o que dizer e ela ignorou.

Não sei se Jessy percebeu o clima tenso, mas o cortou mesmo assim. Puxando um assunto que incluísse todas nós, o casamento. Na verdade, não devia estar tentando acabar com a tensão mesmo e sim mostrando a animação e ansiedade que crescem perceptivelmente a cada dia, que ela não consegue conter.

Jessy saiu da cozinha por um instante e éramos só eu e Ashley.

Eu não gostava dela e isso vinha de anos atrás, mas ela era melhor amiga de Jessy, nos veríamos cada vez mais até o casamento, talvez não matasse puxar assunto.

— Soube que vai levar Harry pra ser seu acompanhante. — falei e percebi que foi um erro quando ela me olhou séria.

— Bom, talvez você devesse levá-lo já que ele gosta tanto de você. — Não tinha um um tom de voz muito amigável e eu não sabia o que ela quis dizer, mas não falei mais nada até Jessy voltar.


Dessa vez eu é quem estava na janela vizinha a minha, olhando um homem de olhos verdes rir de uma piada tosca que contaram na televisão ligada em seu quarto.

— Essa foi péssima.

Ele olhou pra mim, sentada em sua janela e levantou as sobrancelhas.

— Você não tem senso de humor, Bennet.

Revirei os olhos.

— O seu senso de humor que é estranho.

Ele desligou a tevê e se juntou a mim na janela.

— E aí, o que me conta?

— Acabei de chegar da casa do meu irmão.

— E como foi lá?

— Ah, ótimo. Sua namorada estava lá, inclusive.

Ele desmanchou o sorriso.

— Um pouco irritada comigo, por um motivo que desconheço. — acrescentei.

— Ashley e eu brigamos.

Oh.

— E ela me culpa?

— Ela queria oficializar algo sério entre nós, o que é justo considerando o tempo que estávamos juntos. Mas eu não quis… eu disse não pra sua espécie de pedido de namoro.

— E ela me culpa? — repeti.

— Você não tem culpa, mas os meus sentimentos por você têm e é quase a mesma coisa.

Fiquei surpresa com a sinceridade repentina.

Bom, fazia sentido. Ela não me odiava, só estava magoada por achar que Harry não se permite ficar com ela porque ainda pensava em mim. E levando em conta que é verdade, talvez ela estivesse magoada e me odiasse.

Olhei pra Harry sem dizer nada.

Eu queria dizer tanta coisa. Ele tinha assumido que ainda sentia algo por mim, não que eu não soubesse no fundo. Mas agora ele estava sem ninguém.

Mas ainda assim, eu iria embora logo e não sei se faria sentido ou se seria bom pra nós.

Eu tinha que ser madura e fazer a coisa certa, que não era me jogar nele ali na janela mesmo, apesar de ser o que eu queria.

— Foi um erro ter ficado com ela — ele disse. — Eu a amo, mas não dessa forma e sei o que ela sente, mesmo assim fui. Temo ter estragado uma amizade ótima com isso.

Ele transparecia estar realmente abatido com a situação e se culpava pelo ocorrido.

— Ela só precisa de tempo, a amizade não vai acabar por isso. Vocês tem um negócio juntos, ela vai superar. — eu disse.

Harry assentiu, e ficamos em silêncio até que achei melhor ir pra casa.


Era meia noite e não estava surpresa por ver Harry em minha janela. Depois que ele pulou e eu a fechei, a surpresa veio quando ele me puxou pra si com tudo. Num beijo que eu não estava esperando.

— Harry… — tentei falar, mas sua boca continuava a se mover e era difícil não mover a minha junto.

Fomos esbarrando até a beirada da minha cama onde o beijo só continuava cada vez mais intenso.

— Eu vou embora. — falei de olhos fechados. Estávamos tão próximos e eu já sentia o gosto do próximo beijo, mesmo assim continuei: — Não é certo.

— Tem razão. você vai embora logo. — falou me deitando na cama — razão pela qual devemos aproveitar o tempo que temos juntos.

Eu não sabia de onde tinha vindo essa atitude dele, mas no momento minha mente já tinha sido tomada pelo seu toque na minha pele e seu perfume delicioso me invadindo.

Nos beijamos como se não houvesse amanhã enquanto suas mãos brincavam na minha pele, sem pressa.

Eu sabia o que estava por vir. Eu ansiava pelo que estava por vir.

A primeira peça de roupa foi tirada e era dele, observei suas tatuagens antes de começar a beijar seu ombro e pescoço. Eu precisava perguntar o significado delas, mas não agora.

De uma em uma, as roupas foram caindo até não nos restar nada, estávamos despidos de corpo e alma, entregues um ao outro.

Ele foi gentil. Como costumava ser quando éramos mais novos, mas com uma pegada diferente, mais forte.

Fez como tinha que ser feito, senti uma pitada de nostalgia, mas foi mil vezes melhor do que me lembrava.

Enquanto nossos corpos se encontravam, não havia espaço para máscaras ou qualquer coisa que nos escondesse, estávamos expostos.

E eu não era Alyssa Grace, uma modelo preocupada com coisas que pessoas normais não deveriam se preocupar. Eu era apenas Ally, o que ele confirmava toda vez que sussurrava no meu ouvido, me chamando, me arrepiando.

Eu era apenas Ally e naquele momento eu era toda dele. Nada mais importava

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