O jogo virou?

513 45 17
                                    

Acordei completamente desnorteada. Que horas eram? Eu não fazia a menor ideia. Soltei um bocejo enquanto tentava me situar com a realidade. Alice não estava mais ao meu lado e admito ter sentido uma ponta de tristeza. Meus olhos vagaram pelo espaço vazio ao meu lado e percebi que havia um papel dobrado em cima do travesseiro.

Cocei os olhos tentando enxergar com mais clareza. Sentei na cama e abri o papel dobrado.

"Floquinho,

Gostaria de ficar a manhã inteira vendo você dormir, mas eu tenho um turbilhão de coisas para resolver.

Não se preocupe! Logo estarei de volta para te fazer companhia. Deixei na mesinha o seu café da manhã.

Estou com saudades.

P.S: Você chamou o meu nome quatro vezes durante a noite. Não pense que vai escapar disso.

Alice."

Talvez não tenha sido uma boa ideia dormir com Alice. Meu rosto estava ardendo em chamas, tamanha era a vergonha. E ela nem estava aqui! Em um ímpeto me pus de pé e fui me arrumar.

Não deveria mais sentir tanta vergonha. A causa com Alice era completamente perdida e eu sentia que estava rolando em uma ribanceira sem saber onde seria o final. A minha esperança era de tê-la no final para me segurar.

Procurei vestir uma roupa casual, afinal, eu não tinha a menor ideia de qual seria o itinerário do dia. Após estar devidamente vestida, olhei no visor do meu celular. 9h. Desbloqueei a tela e liguei para mamãe. Ela deveria estar um poço de preocupação.

Júlia, meu amor! Como você está?

— Tudo bem, mãe. E por aí?

Com saudades.

Sorri.

— Não precisa ficar assim.

Como estão as coisas entre você e a Alice?

— Melhores do que eu poderia imaginar – não pude conter o sorriso – Está tudo incrível.

Fico feliz que tenha tomado a decisão certa.

— Eu também, mamãe.

Promete me ligar de novo?

— Nem precisa pedir. Também sinto a sua falta.

Então espero a sua ligação. Fique bem, minha filha. Amo você!

— Te amo, mãe.

Guardei o meu celular no bolso e caminhei até a mesa com o café da manhã que Alice havia preparado e, como o esperado, ela havia sido extremamente atenciosa. Estava completo. Tinha frutas, suco, torrada, pão e um bilhetinho com um coração. Isso era real? Parecia que eu estava em um sonho. Nunca eu imaginei que fosse viver o que estava vivendo com Alice e estávamos apenas no segundo dia!

Juntei a bagunça do café e levei para a pia. Decidi limpar antes que Alice chegasse e me impedisse. Assim que terminei tudo, sentei no sofá e fiquei mexendo no celular. Não demorou muito e Alice cruzou a porta. Sua expressão era radiante. Ela caminhou na minha direção e se sentou do meu lado.

— A bela adormecida acordou! – disse enquanto colocava uma mecha de cabelo atrás da minha orelha – Dormiu bem?

— Muito bem.

— Quer me contar dos seus sonhos? – perguntou em um tom quase indiferente.

Senti meu rosto corar imediatamente.

Sete LuasOnde histórias criam vida. Descubra agora