25 de outubro

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Confesso que não estava entendendo muito bem o que acontecia ali. O plano não era sair da casa do Thiago? Por que aquelas pessoas estavam ali? Eu já tinha perdido completamente o cronograma do dia.

— Pronta para a melhor noite? – Alice parecia empolgada.

— Eu que deveria te perguntar isso.

— Só fico satisfeita se você estiver – ela pegou o celular – Um minuto.

Abruptamente a sua expressão se tornou séria e ligeiramente emburrada, o que era algo incomum vindo dela. Inconscientemente Alice se distanciou e parecia entretida com o celular.

Talvez não fosse uma boa hora para falar. Caminhei na direção do Thiago e toquei em seu ombro. Imediatamente virou o rosto na minha direção.

— Posso falar com você? – perguntei.

Ele sorriu.

— Claro. O que é?

— A gente não ia sair da casa da sua casa? E por que essas pessoas estão aqui?

— Alice achou que ganharíamos tempo saindo daqui de uma vez. E ela não queria te incomodar – seus olhos foram pra o grupo de pessoas – E eles vão nos seguir até o local.

— E o que ela tem? – questionei receosa. Ainda não sabia se podia fazer esse tipo de perguntas para ele.

— Deve ser preocupação – ele sorriu – Ela quer que saia tudo perfeito.

— Tem algo que podemos fazer pra ela se acalmar? É o dia dela. Não deveria estar assim.

Thiago pareceu pensativo por alguns instantes.

— Acho que tem sim. Um minuto – ele caminhou em direção ao grupo de pessoas – Hora de zarpar. Sairemos em 5 minutos, estejam prontos – seus olhos voltaram pra mim – Entra no primeiro carro à sua direita e me espera lá. Combinado?

— Combinado.

— Ótimo. Daqui dois minutos chego lá.

Sem questionar, segui os seus comandos. Abri a porta traseira e entrei. Pude perceber pela janela que Alice e Thiago conversavam, mas o clima não parecia muito amigável. E a expressão dele parecia preocupada. Não demorou muito e ambos vieram para o carro. O clima parecia pesado entre eles, o que não fazia muito sentido pra mim.

Aliás, nada estava fazendo sentido.

Alice entrou no carro e sentou do meu lado, enquanto Thiago se ajeitava no banco do motorista.

— Hey, floquinho - sua expressão parecia mais calma.

— Tudo bem?

— Poderia estar melhor – ela deu um sorriso amarelo – Thi, podemos ir?

— Hoje estou pra te servir – ele deu partida no carro – Mas não se acostuma.

— Obrigada – ela se aconchegou no meu ombro – Posso?

— Claro que sim.

Alice parecia distante, completamente diferente da versão que eu conhecia. O percurso inteiro foi feito em silêncio. Em pouco mais de dez minutos, estávamos parados em frente ao que parecia um salão de festas.

Visualmente o lugar não era muito grande, também não parecia ser daqueles lugares que as pessoas fazem festa de formatura. As portas estavam abertas, um som abafado saía de lá e era possível ver algumas pessoas entrando. Provavelmente já tinha alguma coisa rolando lá dentro. Exceto por uma garota. Ela estava encostada na porta do salão com um cigarro na mão. Seu olhar era perdido e distante. Thiago estacionou o carro em frente ao local e abriu a porta para descermos.

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