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- que porra de negócio ruim, mano! - Ana Vick falou cuspindo a comida e olhei pra ela sério.

- deixa de ser nojenta, cara! - Jonathan falou fazendo careta e ela olhou pra ele.

- essa merda tem canela! - ela reclamou jogando o churros na mesa - eu falei que não gosto de canela!

- come outro uai. - falei jogando uma batata-frita na boca.

- era o último! - falou e Jonathan colocou a mão na cabeça.

- come outra coisa, Ana Vick, olha o tanto de coisa que a gente trouxe, hambúrguer, batata-frita com cheddar, algodão doce, churrasco, pipoca doce, sorvete, a gente fez foi uma limpa naquele parque! - falei mantendo a calma, ela continuou reclamando por um tempo, eu não dei bola, continuei a comer e Jonathan ainda tava com as mãos na cabeça.

- caralho, mano, para de reclamar! - Jonathan gritou batendo as mãos na mesa - olha pra tua frente, esse tanto de coisa aí não serve, não? Se tá tão incomodada, por que não levantou do sofá e foi com a gente, porra? Fica reclamando o tempo todo! De tudo! Tu já parou pra agradecer pelo menos uma vez na vida? Por ter saúde, uma casa pra morar, comida na porra da mesa, uma família e tudo que tu quer na hora que bem entende? Não né, só reclama nesse caralho, quer reclamar mais? Reclama sozinha, só no pensamento ou bem longe de todo mundo que ninguém é obrigado te ouvir o tempo todo! - ele gritou nos espantando.

Jonathan levanta da mesa rápido fazendo a cadeira cair no chão e subiu rápido.

Olhei pra Ana Vick, ela mandou o dedo do meio, neguei pegando a minha cerveja e uma vasilha com a batata frita, saí da sala de jantar e fui pra varanda.

Parece que o mundo tá é se acabando aqui, cada relâmpago brabo, uns trovão de estrondar tudo.

Deitei na rede da varanda e fiquei olhando a chuva cair. Porra aqui tem nem área pra eu falar com meu amor, cara.

Valen 🌸

- o que vocês estão fazendo aqui? - repeti e eles me olharam.

- não está feliz em ver seus pais, Valentina? - papai pergunta me dando um abraço junto com mamãe, pra não deixar os dois no vácuo, retribui.

- o que você estão fazendo aqui? - perguntei, de novo e mamãe me olhou.

- soubemos que a mãe morreu, corremos pra cá. - falou e eu neguei.

- não, vocês sabiam da doença da vovó desde o início! Vocês sabiam que ela morreu! A tia Fê ligou para vocês na hora que soube. Vocês só fingiram não ligar. - falei e eles negaram.

- não é isso, meu amor, a gente só estava resolvendo algumas coisas. - mamãe falou e eu neguei.

- o que é mais importante que sua mãe? - perguntei olhando ela séria.

- vamos, Fabrícia, deixa ela pensar por um tempo. - meu pai chamou tocando no ombro dela, mamãe me olhou por um tempo e depois saiu puxando papai.

Suspirei alto e me joguei no sofá. Por que ela apareceu agora? Do nada!

Fui para o meu quarto, tirei aquela fantasia e entrei no banheiro. Liguei o chuveiro e entrei em baixo. Tentei tirar o quilo de glitter que Manu fez eu passar e depois saí do banheiro cheia glitter ainda.

Vesti uma roupa confortável, mandei mais uma mensagem pra JP que, de novo, não recebeu.

Liguei o ar-condicionado, deitei na cama e dormi depois de pensar por um tempo.

* * * * * *

- acorda, Valentina Gomes! - ouço Guto falar e sinto um travesseiro no meu rosto.

- ai! - reclamei sentando na cama.

- se você não fica no bloquinho, o bloquinho fica em você. - Manu falou dançando em cima da cama - anda, a gente arrumou a sala, comida e umas temporadas de Lúcifer. - falou me fazendo levantar.

- como vocês entraram? - perguntei lembrando que tranquei a porta da frente.

- o segurança já chegou. - Guto respondeu e depois nós fomos pra sala.

- como foi lá? - perguntei deitando no sofá.

- foi muito legal, só faltou você mesmo. - Manu respondeu pegando um balde de pipoca.

- faz quanto tempo que vocês estão aqui? Porque pra arrumar isso, fazer pipoca e banhar demora um pouco. - falei e Guto deu de ombros.

- uma, uma hora e meia, por aí. - respondeu dando play.

Peguei meu celular, vi que JP ainda não recebeu as mensagens, Manu olhou de canto de olho o que eu tava fazendo e pegou o celular da minha mão.

- o que aconteceu? Brigaram? - perguntou e eu neguei.

- ele só não tá recebendo mensagem e nem ligação. - respondi e ela jogou o celular pra o outro sofá.

- esquece isso, ele deve só deve tá sem internet, ou sem bateria. - falou e eu assenti começando a prestar atenção na série.

* * * * * *

- eu tô chorando mas vou superar. - Manu gritou pela sala - cê tá brincando com quem só quis te amar, você não tá valendo um real, pro seu amor foi bye bye, na sua buceta foi pau. - cantou deslizando pelo chão molhado e caindo no chão.

Eu ri e fui ajudar ela.

- quem foi que inventou de lavar a área da hidromassagens hein? - ela perguntou colocando as mãos na costas - não é querendo falar nada, mas tem a mulher que arruma a casa aqui, lesada. - falou e eu neguei levantando ela.

- falei para ela tirar umas férias por enquanto. - falei e Guto jogou água no lugar.

- bora logo, é quatro da manhã, eu quero é dormir. - falou e nós tiramos o sabão.

- bora entrar logo nessa hidro. - falei ligando a hidromassagem.

Subimos pra trocar de roupa e depois voltamos pra hidro.

Entramos e Manu ligou o som de novo.

O sol começava a nascer no horizonte, a música calma tocando e os meus amigos do lado, naquele momento eu esqueci da bagunça que minha vida tá depois que a vovó morreu.

Ainda não sei com quem vou ficar, se vai ser com meus pais ou com a tia Fê, esses dias é para o resultado da repartição de bens da vovó. Ela mesma fez enquanto estava viva. Por isso meus pais estão aqui, para pegar o que é deles por direito, espero que eu não seja uma dessas coisas.

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Oi, gente ❤️❤️❤️❤️
Queria agradecer de coração a todas vocês que leram o primeiro livro, batemos há poucos dias 200K de visualizações, sou grata a cada uma de vocês, obrigada por cada voto,  comentários e por tirarem um pouco do tempo de vocês para lerem a história ❤️❤️

Amor ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora