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Valentina 🌸

Semanas depois

Me olhei no espelho uma última vez e coloquei um corta vento preto.

Às vezes eu fico me perguntando como eu não percebi o quão óbvio tava que eu estava grávida! Meus shorts estavam explodindo, tinha enjôos de vez em quando. Fui muito trouxa de não perceber, e mais trouxa ainda de querer abortar.

Parei pra pensar o quão idiota eu estava sendo comigo mesma, quando Felipe veio aqui outro dia conversar comigo, e tivemos a mesma conversa de antes.

"Se quer matar um inocente vai lá fora e atira na primeira pessoa que ver"

Desisti da ideia de aborto quando conversei com a Andressa.

Ela me contou a história de quando JP nasceu e como tiraram ela de perto do filho, aquilo me doeu, em saber que ele quer o filho para cuidar, como ele mesmo não foi criado.

Hoje é quarta-feira, agora deve ser três da tarde. Quatro horas é minha primeira ultrassom, tenho uma hora pra falar com JP e a gente ir pra o postinho daqui mesmo.

Fiz um coque no cabelo e soltei alguns fios, peguei uma bolsa e coloquei meus documentos e celular.

Saí de casa e fui subindo pra casa dele.

Bati na porta e esperei alguém abrir.

- tá aí não, Valen. - Ana Vick fala atrás de mim.

- onde tá? - perguntei e ela pegou o celular no bolso.

- na boca. - respondeu digitando alguma coisa - bora lá pra casa. - chamou e eu neguei - dá tempo de tu ir pra consulta, anda. - falou e eu assenti subindo pra casa dela - chamei ele pra lá, daqui dez minutos disse que chega.

- ok. - falei colocando as mãos no bolso e vi Ketlynnyn entrar na casa da Ana.

- deixa o portão aberto. - Ana gritou e Ketlynnyn olhou pra trás.

Entramos na casa da Ana e me sentei no sofá.

- tô com sede, pega água pra mim, por favor. - pedi e Ana foi pra cozinha.

Ketlynnyn subiu e Ana Vick trouxe minha água.

- só porque agora tu tem prioridade. - falou me entregando o copo e eu revirei os olhos tomando um gole de água - já decidiu? - perguntou e eu assenti olhando pra o nada - e qual foi a decisão? - perguntou.

- prefiro não falar agora. - falei e ela assentiu.

- tô aqui para qualquer coisa que você decidir. - falou me abraçando de lado e eu assenti.

Alguém bate na porta e ela levanta.

- vou ficar no quintal, qualquer coisa só dá um grito. - falou e eu assenti.

Ela foi abrir a porta e deixei o copo em cima da mesa.

JP sentou no outro sofá e me olhou.

Amor ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora