Capítulo 7

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Quando a noite chegou, Bárbara estava com uma raiva acumulada que ela não queria saber de mais nada, descontaria no primeiro que aparecesse. Vestida adequadamente no Lucho, ela prendeu os cabelos em um rabo de cavalo e foi para o centro da roda encontrar seu desafiante. Ela não sabia nada sobre o cara além de que fez questão de lutar com ela.

Entre os gritos e urros de testosterona, Bárbara finalmente olhou para o seu desafiante. Alto, muito forte, cheio de músculos, tatuagens e cicatrizes; ele tinha a barba enorme e os cabelos presos em um coque estranho. Bárbara só conseguia ver uma única pessoa no lugar dele. Mas fez um esforço para se concentrar aonde estava e não pensar em Macarena no cinema com Pâmela.

Mediu—a de cima a baixo e lambeu os lábios.

— Eu achei que você fosse mais alta. — Ele disse, analisando—a. — Não é possível que você seja a única invicta aqui.

Bárbara sorriu.

Roda formada, gritos proferidos; a única regra era nunca ter celulares, afinal era escondido. Ela analisou seu oponente e respirou fundo. Por estar com os dedos arrebentados da noite passada, optou por usar a bandagem azul que Marco guardava para ela. O novato estava com bandagem preta, então não seria vantagem ou desvantagem pra ninguém.

Quando a buzina soou alto, Bárbara esperou o que seu oponente iria fazer, afinal, a última coisa que precisava era de uma surpresa. Ele deu a primeira investida com um direto e uma cruzada e ela desviou prontamente, para depois ser acertada com um chute na boca do estomago. Seu corpo foi arremessado para trás com o impacto. Estava doendo mais do que costumava doer.

Ela respirou fundo, tentando se recompor.

O homem começou a comemorar cedo demais.

Esse era o grande problema de todos eles, ela pensou, todos presunçosos e arrogantes. Sempre tinha algum idiota. O novato virou para cumprimentar os amigos, e foi quando Bárbara aproveitou para atacar; usou todo o impulso que podia para chutar. Usou o pé de apoio para pular; o chute acertou a cabeça dele e o derrubou no chão, rápido e quase fatal. O coro de comemoração foi alto, mas ela sabia que ainda não tinha terminado.

O homem demorou para levantar, e ela ficou parada, esperando. Não era covarde de atacar um homem que estava claramente se recuperando de um golpe, a não ser que ele fosse um tremendo babaca. E aquele novato não parecia ser tão terrível assim... Ainda.

— Eu estou impressionado.

— Você me deu só um golpe e achou que eu fosse desistir na hora? Realmente está precisando prestar mais atenção.

O homem riu. Aproximou—se dela, estudando—a de novo. Ela era pequena, não deveria ser difícil acertar um golpe forte. Já estava pensando no que fazer com a bolada, e com o corpo dela depois. Trocaram socos, chutes, defesas, golpes fortes. Ele estava sangrando e ela não estava nada diferente.

Estava difícil manter a cabeça na luta quando tudo o que conseguia pensar era em Macarena no cinema com Pâmela. Dividindo pipoca, rindo, sendo feliz. Estava tão distraída que não viu o chute que a acertou, seguido de um soco forte que fez seu nariz explodir em dor e sangue.

Ela caiu no chão, tão forte que sua cabeça fez estrondo contra o chão, sua visão embaçou completamente. Precisou de apenas cinco segundos para se recuperar, não que estivesse totalmente recuperada, mas não iria se entregar tão fácil.

Ele ficou impressionado, sem saber o que dizer. Ela era muito rápida, muito mesmo, mas ele precisava ganhar. Era hora de pegar pesado de verdade; agarrou a morena, tirando—a do chão em um abraço de urso; a cabeça dela foi em seu queixo com força.

O Mar Do Teu Olhar | BarbarenaOnde histórias criam vida. Descubra agora