Capítulo 34

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Um terror agarrou sua garganta e apertou impiedosamente, como uma garra; Bárbara não conseguia mais respirar enquanto as duas trocavam um olhar intenso. Carregado. Ela não estava feliz. Até mesmo um tolo podia enxergar o quão miserável ambas estavam longe uma da outra. Era óbvio. Simples. Solucionável.

E Macarena estava tentando de tudo, mas uma impaciência combinada com pânico tomou conta dela, de tal forma que ela sentiu que não poderia lutar contra os sentimentos. Bárbara estava nua enquanto a água quente lhe lambia o corpo, mas o que lhe queimava mesmo eram os olhos de Macarena. Não disseram uma palavra, e também não precisavam. Bárbara queria perguntar o que Macarena estava fazendo ali.

Mas a mulher começou a se despir.

E então todas as palavras morreram no silencio de cada ato; as peças largaram o corpo de Macarena de tal forma que Bárbara só percebeu porque estava fascinada demais. Quando Macarena ficou completamente nua, Bárbara respirou fundo e forte.

Como se não acreditasse que aquilo estava acontecendo.

Um passo, outro e mais dois. Macarena avançou na direção de Bárbara e encostou a mão ao vidro do box. As duas se encaravam sem parar, quase sem piscar: nada mais existia. Apenas o vidro as separava inteiramente, além de toda a fumaça e água quente; Bárbara deu um passo virada para Macarena. Sua mão encontrou a dela por trás do vidro.

Foi o sinal que Macarena precisava.

Abriu a porta do box, entrou e suspirou. A morena manteve os olhos nela, sua respiração saindo descompassada. Macarena deu um passo em sua direção. Sorriram uma para a outra — como uma trégua, como algo muito mais intenso — como se o amor fosse tudo o que bastasse. E às vezes bastava.

— Diga que não me ama.

Aproximando—se da morena, Macarena segurou seus braços firmes, sentindo agora a entrega e a força. Ela não poderia — e muito menos iria — perde—la. Não importava o que fosse, ficaria ao lado de sua mulher. De sua morena.

— Diga.

Era a hora de acabar com aquilo, de uma vez por todas.

— Não posso. Nunca.

Macarena sorriu, o que fez Bárbara sorrir

— Eu lhe disse uma coisa muito séria da última vez que fiquei com você em seu apartamento. Quando você estava com o problema nos ouvidos.

Bárbara arqueou uma das sobrancelhas.

— Lembra—se?

— Dissemos várias coisas uma para a outra.

— Eu disse que por mais que eu queira te beijar o tempo inteiro, por mais que eu ame te beijar, eu não iria continuar tomando a iniciativa de te beijar. — Bárbara sorriu por que lembrava exatamente e sabia inteiramente do que Macarena estava falando. E o que ela queria com aquela conversa em especifico. — Se você quiser, você vai me beijar.

Bárbara sorriu ao sentir as costas contra a parede do box e puxou Macarena pela cintura até que seus corpos estivessem inteiramente colados, como deveria ser.

— E eu te perguntei se você iria me enlouquecer até eu só conseguir pensar em te beijar?

A mais alta lhe abraçou pelo pescoço e seus narizes se encontraram com delicadeza, suavidade e saudade.

— É verdade. E eu disse que era boa em fazer isso, não sou?

— É... É mesmo. — Suas mãos subiram pelas costas de Macarena, puxando—a ainda mais para perto. — Mas tem uma coisa que eu preciso fazer agora.

O Mar Do Teu Olhar | BarbarenaOnde histórias criam vida. Descubra agora