Bárbara não queria levantar. Nunca em toda a sua vida ela quis tanto ficar na cama como queria naquele momento, e a culpa era toda daquela mulher que cheirava a madeira e mel em seus braços. Estavam de conchinha, — que posição maravilhosa. E Bárbara adorava ficar com o rosto enfiado nos cabelos macios de Macarena, elas se encaixavam tão bem que não havia outra explicação: foram feitas para estarem nos braços uma da outra. E se havia outra explicação, Bárbara não queria saber.
Também não queria acordar aquele anjo que dormia serena em seus braços, a boca levemente aberta — e que boca maravilhosa Macarena tinha, tão bem desenhada e de tirar o fôlego. Ela inteira parecia ter sido esculpida em pedras preciosas. Bárbara se sentiu muito boba por estar tão apaixonada.
Apesar de precisar trabalhar, o único motivo pelo qual Bárbara conseguia pensar em acordar Macarena era puramente egoísta — queria ouvir a voz rouca e marcada pelo sono, que era tão doce, e ao mesmo tempo deixava—lhe excitada. Muito. Haveria algo em Macarena que não mexeria com todos os seus sentidos?
— Bom dia.
A resposta era não, Bárbara pensou, sorrindo.
E lá estava aquela voz rouca, doce, sedutora, se espalhava como mel em seus ouvidos e fogo entre suas pernas. Macarena se aconchegou mais nos braços de Bárbara, quase se escondendo dentro do abraço da morena. Colou seus corpos ainda mais. As manhãs preguiçosas eram as melhores.
— Você acordou tem muito tempo?
— Não.
Macarena se moveu, e girou na cama até estar de frente para Bárbara, e então enganchou sua perna no quadril da morena, puxando—a mais para perto, até que estivessem respirando o mesmo ar. A mão da morena correu por sua pele.
— Temos mesmo que levantar?
— Temos que trabalhar.
— Você pode dizer que está doente.
Bárbara sorriu.
— Eu?
— Sim. E aí eu teria que ficar aqui cuidando da minha doentinha como a ótima namorada que sou.
— Além de ótima, é pilantra. — Bárbara riu por que Macarena estava gargalhando e tudo fazia sentido no riso de Macarena. — E linda pela manhã, mais linda ainda quando ri. — Era sempre bom deixar Macarena com as bochechas vermelhas. — Agora vamos, senhorita Achaga.
— Ah não. — Macarena foi mais rápida do que Bárbara previu e subiu na morena, sentando sobre suas pernas. — Não vamos não, senhorita López. Eu já decidi.
— Ah, você decidiu?
— Sim. Eu acho um absurdo termos que ir trabalhar quando temos essa cama enorme só para nós.
— Ela vai estar aqui quando voltarmos.
Macarena ficou sentada sobre Bárbara e segurou as mãos da morena, entrelaçando seus dedos, encarou—a fazendo um biquinho.
— Então quando voltarmos, você vai fazer o jantar.
— E o que eu não faço por você?
Beijaram—se por que era inevitável.
Depois de um banho quente e todos os beijos do mundo, Bárbara se viu extremamente tentada a jogar Macarena de volta na cama, ainda mais quando ela estava claramente lhe provocando vestindo uma lingerie sexy demais, preta e rendada. Ela iria morrer de tesão só de imaginar aquilo tudo por baixo da roupa o dia inteiro.
— Sabe, eu acho que não tem a menor condição de você sair assim hoje.
— Que?
— Isso mesmo.
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O Mar Do Teu Olhar | Barbarena
RomanceBárbara Lopez vive uma vida tranquila, pacata. Trabalha em uma livraria conhecida no centro de Monterrey; a maioria das pessoas são clientes antigos que a conhecem desde a adolescência quando era apenas filha do dono do lugar. Com a morte dos pais e...