O caminho até o apartamento foi tranquilo, era sempre delicioso andar com Macarena em sua moto. Entraram no apartamento em silencio, Macarena apenas encarava o chão, suspirava, andava, não falava nada. Nem meia palavra.
— Ei. — Bárbara chamou assim que elas entraram no quarto.
Sem falar uma palavra, Macarena virou para ela. Abraçou—a. Na verdade, jogou—se em seus braços com força; Bárbara não hesitou, segurou a namorada e arregalou os olhos quando ela começou a chorar. E ela não chorava pouco.
— Me desculpa.
— O que? O que houve?
— Perdón, mi amor.
Macarena não falava nada, apenas chorava, pedia perdão repetidamente e se agarrava à morena. Bárbara franziu o cenho, pensando no que poderia estar acontecendo, tentando lembrar se havia acontecido algo que ela teria perdido. Diabos, qual era o problema? Pâmela. Ela deveria estar daquele jeito por ter brigado com a loira, certo? Era a única explicação. Pensando nisso, Bárbara pegou Macarena no colo e foi com ela até a cama, sentou e manteve a namorada em seu colo.
— Fale comigo, o que está acontecendo?
A mulher dos olhos de oceano não parava de chorar, inicialmente até tentou se controlar, mas estava difícil com a dor em seu peito, e o quão idiota estava se sentindo. Mais uma vez, lá estava aquela morena maravilhosa lhe dando todo o conforto do mundo, sendo um anjo, um presente divino, e ela só conseguia pensar em como se sentia culpada.
— Eu sou uma idiota. Uma estupida, completamente babaca.
— Fica mais fácil termos uma conversa se eu souber o que está acontecendo, baby, Se xingar não vai nos ajudar.
— Eu não mereço você.
Aquela voz manhosa, marcada pelo choro, partia seu coração. Bárbara segurou o queixo de Macarena, obrigando—a a encarar seus olhos; e aqueles olhos azuis estavam muito vermelhos.
— Ficou louca?
— Não mereço. Eu pensei coisas horríveis. Na verdade, eu não pensei, mas eu comecei a pensar.
Bárbara franziu o cenho.
— Baby, me ajude aqui. Preciso de detalhes.
— A Pâmela conversou comigo, mais de uma vez, hoje, sobre como você estava sendo abusiva comigo. Me fez pensar que talvez você estivesse sendo, se oferecendo para ir comigo ao ensaio e depois entrando no meio do ensaio.
— Mas eu...
— Não. — Macarena interrompeu—a. — Espere. Me deixe terminar. Foi ridículo. Eu sei que você não quis ser abusiva, e nem foi, mas em algum momento eu quase acreditei na Pâmela. É por isso que eu não mereço você, por que eu quase me deixei pensar, eu quase deixei Pâmela me fazer achar que ela tinha razão. Você não foi abusiva em nenhum momento, e ainda assim...
A mágoa que cobriu os olhos de Bárbara foi o suficiente para Macarena começar a chorar de novo.
— Macarena...
— Não. Não me chame assim, por favor. — Ela quase suplicou e segurou o rosto de Bárbara entre as mãos. — Me deixe terminar de falar. Só me escute e você vai entender. Eu fui estupida, uma idiota. Fiquei insegura. É horrível. Eu sei que você nunca seria abusiva comigo, eu sei mesmo.
— Mas mesmo assim... Pensou que eu poderia estar sendo.
— Por isso estou falando que fui uma idiota. Eu estava nervosa, não sabia como você iria reagir no meu ensaio e... O último ensaio que eu fui com uma namorada, não terminou nada bem. Você sabe disso, não foi por mal. Eu não tinha o direito de pensar, sequer cogitar que você poderia ser algo como... Eu não deveria ter deixado a Pâmela entrar em minha cabeça.
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O Mar Do Teu Olhar | Barbarena
RomanceBárbara Lopez vive uma vida tranquila, pacata. Trabalha em uma livraria conhecida no centro de Monterrey; a maioria das pessoas são clientes antigos que a conhecem desde a adolescência quando era apenas filha do dono do lugar. Com a morte dos pais e...