Capítulo 35

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Na primeira semana de junho, Bárbara fez questão de acompanhar Macarena na sessão de fotos com Graziela. A mulher estava insegura e até um pouco trêmula, mas a morena fez questão de manter toda a calma do mundo enquanto virava a mulher para si na calçada, em frente à moto.

— Se ficar se tremendo desse jeito, ela vai perceber que ainda te afeta, e isso me preocupa.

Macarena suspirou e encarou a noiva.

— Não estou afetada com ela, estou preocupada com vocês duas no mesmo ambiente. Na verdade, mais além... Estou preocupada com você indo presa por causa dela.

Bárbara deu uma risada tão gostosa que Macarena sorriu junto, era impossível. Aquele som tocava direto em seu coração.

— Prometo manter minhas mãos longe.

— De mim?

Bárbara sorriu e puxou Macarena ainda mais para perto.

— Isso nunca. Só dela. Prometo me comportar.

— Confio em você. Não confio nela.

— Continue confiando em mim que vai dar tudo certo.

Macarena sorriu e enlaçou Bárbara pelo pescoço.

Depois de um incrível passeio de moto — como sempre era — o casal chegou ao estúdio onde Graziela esperava com uma nova fotografa, que Macarena não reconheceu de lugar nenhum. A mulher de cabelos roxos — que havia trocado a cor por um negro como a noite, muito semelhante ao de Bárbara — arregalou os olhos ao ver que Macarena tinha os dedos entrelaçados aos da outra morena em questão.

— Vocês voltaram?

— Voltar é um termo muito vago. — Bárbara começou a falar, tomando a frente de Macarena, como se para protegê—la de qualquer toque da outra mulher. — Tivemos um pequeno desentendimento e agora está tudo bem.

Pequeno. — O desdém na voz foi evidente. — Eu não chamaria os meses de sofrimento de Macarena como pequeno. Se você tem tão pouca estima assim por ela...

Bárbara precisou respirar muito fundo para não cair na provocação; e o fato de Macarena ter segurado seu braço ajudou a manter a morena nos eixos.

— Não vou me dar ao trabalho de te responder o que não te interessa. — Ela disse e notou que Graziela se aproximava. Sentia seu sangue ferver. — Macarena está aqui como a profissional que é, mas não se esqueça de que ela é a minha mulher. E se você se esquecer disso, eu vou fazer questão de te lembrar.

Graziela deu um sorrisinho cheio de ironia.

Macarena puxou Bárbara para si e virou a noiva até que pudesse encontrar seus olhos. Segurou o rosto dela entre as mãos e sorriu, tentando passar a calma que ela mesma precisava.

— Está bem?

— Você está?

— Sim. Não quero que te preocupes.

— Só quis deixar meu recado. — A morena sorriu de lado e segurou Macarena pela cintura. — Agora eu vou te esperar quietinha ali no canto. Vai ser brilhante.

Despediu—se de Macarena com um beijo forte, possessivo, que deixou a mais alta de pernas bambas. E quando Macarena se voltou para Graziela, a mulher estava esperando no centro do cenário para as fotos.

Não era fácil estar perto dela depois de tudo, Macarena disse para si mesma. Era doloroso de fato, mas ela precisava ser profissional. E Bárbara estava com ela. As duas estavam bem. Não precisavam de mais além do que o que tinham. A confiança restaurada e a felicidade plena que viviam. Mas não era fácil.

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