Capítulo 2

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Ele entendeu a minha frase como um "sim", ele sorriu, fez uma rápida reverência para as deusas e saiu, subindo as escadas.

-Mãe...- quando olhei para o lado minha mãe entrava em um portal, ela, assim como o portal, sumiram rapidamente.

Olhei para Kaline, ela olhava para mim com compreensão, seus olhos demostraram uma leve tristeza. Virei- me lentamente e fui até Nicolas que estava no topo da escada com suas roupas de treinamento.

-Achei que você iria me esperar. - falei com um pouco de humor. Ele não respondeu, apenas sorriu e seguimos até o final do corredor.

Era uma sala enorme ausente de qualquer janela, pequenas luzes no teto faziam parecer à própria luz do sol, do lado esquerdo havia várias armas penduradas na parede, do outro lado robôs para testar nossos reflexos e força, a parede ao norte tinha vários aparelhos para musculação e outros tipos de exercícios e no meio, uma arena razoavelmente grande, quadrada e cercada de vidro de sagniff, esse vidro é tão resistente que o único jeito de quebrá-lo é aquecendo-o a mais de dez mil graus, e depois precisaria de um forte impacto para que quebrasse. Prendi meu cabelo em um coque desajeitado e fui até as armas, as adagas estavam uma do lado da outra em direções opostas, peguei as duas de uma vez, o cabo era gelado e mais pesado do que me lembrava, da ponta até o cabo era toda dourada, essa era uma das lâminas mais afiadas dessa coleção. Entrei dentro da arena por uma das portas laterais, Nicolas entrou logo em seguida.

-Machado e espada? Tão bárbaro. - falei rindo um pouco. Isso seria tão divertido, pensei brincando.

Ele me olhava atentamente, não sabia se ele iria me atacar ou não, então arrisquei atacá-lo, uma de minhas lâminas atingiu sua espada, ele ergueu o machado para me atacar mais desviei rápido indo para trás de suas costas, ele se virou para mim.

-Rápida. - ele sorriu torto.

-Adagas são mais leves do que um machado e espada.

Ele atacou de novo, nossas lâminas se encontraram fazendo um som estridente, ele atacava e eu defendia, ficou assim por alguns minutos, estava ficando cansada, olhava para seus movimentos e consegui achar uma brecha, me esquivei de seu machado para rapidamente chutar o cabo da espada em sua mão, a espada caiu longe, girei-me e chutei o braço de Nicolas para baixo fazendo com que o machado caísse de sua outra mão. Posicionei-me pronta para uma nova luta.

- Parabéns! Mas você consegue lutar sem armas? - um sorriso malicioso surgiu de seus lábios.

Larguei as lâminas ali mesmo, e o som do impacto delas com o chão foi o nosso tiro de largada. Avançamos rapidamente e começamos a lutar, sem aquelas armas ele era bem mais ágil e habilidoso, seus ataques eram precisos e fortes, tentava bloquear tanto os ataques de suas mãos que me esqueci dos pés, com um rápido movimento ele me derrubou e me imobilizou.

- Acho que dessa vez você perdeu.

Ele riu um pouco nervoso. Só essa frase me fez concentrar toda energia que tinha ainda para meu poder, senti meu corpo ficar mais leve, me concentrei ainda mais, meu corpo atravessou o chão e a única coisa que vi foi a reação de surpreso de Nicolas, isso me fez rir por um breve segundo antes deu me lembrar de que estava caindo, o peso do meu corpo havia voltado, uma onda de choque atravessou todo o meu corpo, a queda havia sido grande, respirei profundamente, sentia pequenas dores em alguns locais do meu corpo. Tentei me levantar mais uma forte dor de cabeça me obrigou a continuar deitada, novamente tentei ficar em pé, ainda meio zonza consegui me levantar.

-Catherina você está bem?

Nicolas se aproximou de mim, gentilmente ele colocou a mão em minha cabeça.

-Eu estou bem! - eu o afastei com um leve empurrão.

Olhei para o chão aonde eu havia caído, o chão de mármore liso agora estava trincado e em algumas partes quebrado.

-Então eu acho que você ganhou dessa vez. - ele suspirou e senti tristeza em sua alma - Parabéns. - ele não sorria, mas eu sabia que suas palavras eram verdadeiras.

-Eu tenho que ir. Desculpe-me pelo piso. - Nicolas me ajudou a levantar, meu corpo já não doía tanto, sentia o poder dele passar para mim.

Olhei para os dois lados do corredor, mais um corredor e eu chegava a sala do trono, comecei a andar apressadamente.

-Ei! Catherina! - olhei para Nicolas que ainda estava parado no mesmo lugar - Que as estrelas nos unam novamente.

Nossos olhos se encontraram e senti uma dor no peito quando lhe dei as costas e voltei a seguir o meu caminho. A sala do trono estava vazia a não ser por alguns guardas, sem a deusa ali presente o salão ficava maior e sem vida, tudo parecia ter perdido o brilho. Sai do palácio pelo mesmo caminho no qual eu havia entrado mais cedo, não foi tão difícil localizar exatamente aonde o portal havia me deixado.

- Ok. Acho que é aqui.

Passei o meu bracelete pelo ar, um cristal oval que ficava no meio do bracelete se acendeu em vários tons de azul e lilás, recuei de leve quando o portal se abriu novamente revelando o cômodo mal iluminado. Passei pelo portal que rapidamente se fechou atrás de mim, do calor do sol da manhã para o frio daquele quarto quase totalmente vazio. Sr.Gard se levantou rapidamente de uma pequena mesa de madeira a qual estava sentado.

-A senhorita não demorou muito, espero que tudo tenha ocorrido bem.

-Ao que parece amanhã vou começar a estudar em um colégio, mas pelo jeito que Kaline descreveu ninguém sabe ainda.

-Então, o que você vai fazer pelo resto do dia?

-Agora só desejo um banho. Tem três dias que não durmo, então devo dormir até amanhã de manhã.

Gard assentiu e saiu rapidamente. Sentindo um desconforto pela queda andei devagar até meu quarto, as cortinas estavam abertas revelando o brilho constante das estrelas. A porta do meu banheiro se abriu.

-Seu banho a espera srta., se precisar de mim e só chamar que estarei aqui.

Entreino banheiro e me despi, a água morna da banheira fez com que meu corporelaxasse, fechei meus olhos e quando menos percebi já estava sonhando.

As estrelas de MirOnde histórias criam vida. Descubra agora